Você conhece o maior brinquedo do mundo? Sabia que o graveto é considerado o maior brinquedo do mundo segundo uma pesquisa de 2013 da Universidade do Colorado? Quem nunca se deparou com uma criança brincando com gravetos num parque? Quem nunca voltou de um passeio ao ar livre com uma criança carregada de gravetos? Quem nunca brincou com gravetos na infância? Já parou para pensar em quantos brinquedos diferentes um simples graveto pode se transformar nas mãos das crianças?
Desde que publiquei o livro ‘A Turma da Floresta uma brincadeira puxa outra’, venho observando a relação das crianças com os gravetos em suas brincadeiras e pesquisando o potencial lúdico e artístico desse elemento natural. Na história da Turma da Floresta, os gravetos se transformam em espada, varinha mágica, cavalos, vara de pescar, e muitos outros brinquedos e brincadeiras nas aventuras da criançada no parque.
Quando falamos sobre asbrincadeiras infantis, estamos falando da potência do agir da criança, falamos de uma criança ativa, criativa e protagonista. Brincar é algo dinâmico e para as crianças tudo pode ser brinquedo.
Quando falamos sobre brincar com gravetos, ampliamos as possibilidades do universo lúdico infantil. Aos olhos da criança o graveto não é um galho de árvore apenas. Como a criança vê o graveto?
Para as crianças os elementos da natureza são versáteis e podem ser transformados durante as brincadeiras, por meio do faz de conta, e da construção de brinquedos. É assim que elas conhecem a si mesmas, interagem com seus pares e apreendem o mundo. É desta forma que desenvolvem o pensar criativo também, fazendo dos materiais não estruturados laboratório de experimentos e pesquisas lúdicas.
O graveto é um material aberto, isto significa que ele pode assumir os mais variados usos e funções nas brincadeiras infantis. Aos olhos das crianças os gravetos são brinquedos! Eles estão sempre disponíveis para virarem outra coisa nas mãos delas.
Os gravetos são diferentes um do outro. De acordo com sua forma, espessura, comprimento, etc, as crianças vão atribuindo significados particulares a cada graveto encontrado. De bengala vira rapidamente um ponto de exclamação tornando se o maior brinquedo do mundo! É a natureza pedindo para entrar na brincadeira também!
O que faz do graveto um material tão atrativo aos olhos das crianças e tão mágico em suas mãos? Em contato com este material, a imaginação é alimentada, acionando a criatividade e desencadeando a produção de brinquedos e brincadeiras pelas crianças.
Além do potencial lúdico, o graveto aguça a sensibilidade para as possibilidades artísticas da natureza. Muitos artistas utilizam troncos de árvores e gravetos como matéria prima de suas obras, tais como o escultor sergipano Cícero Alves da Silva, conhecido como Véio, ou ainda a artista plástica Leani Ruschel, que aproveita a derrubada de árvores, a poda de plantas e faz deles a base de sua arte.
POR QUE O GRAVETO É O MAIOR BRINQUEDO DO MUNDO?
Em primeiro lugar pela facilidade de acesso a esse elemento da natureza e sua gratuidade, e ainda porque o graveto:
– permite que a criança seja ativa e não uma expectadora diante dele
– provoca a imaginação criadora da criança
– abre possibilidades de atuação da criança, com a criação de brinquedos e brincadeiras
Ele se transforma no que a criança quiser!
COMO BRINCAR COM O MAIOR BRINQUEDO DO MUNDO?
-Encontre um lugar para explorar: um parque, uma praça, um jardim
-Procure por gravetos
-Use-os para fazer círculos, espirais, criar padrões como de uma mandala, empilhar, etc
Você pode fazer uma coleção de gravetos e experimentar criar muitas brincadeiras e brinquedos. Confira algumas possibilidades:
JOGO DA VELHA
Um jogo popular muito antigo, datado do século XIV antes de Cristo, no Egito, que tem como objetivo posicionar as peças de modo que formem uma linha reta. É um jogo simples e rápido.
Formam-se duplas para a brincadeira. Os gravetos são dispostos em uma superfície plana de modo que formem três linhas e três colunas. Cada criança escolhe um único símbolo (pedrinhas ou folhinhas). Os espaços em branco dessas linhas e colunas serão preenchidos com o símbolo escolhido. O objetivo é preencher as linhas diagonais ou as horizontais ou as verticais com um mesmo símbolo e impedir que a criança parceira faça isso primeiro.
Materiais necessários: 4 pedaços de gravetos, 5 pedrinhas, 5 folhinhas
JOGO DE EMPILHAR
Um jogo divertido em que cada participante coloca um graveto sobre o outro para formar uma torre.
O jogo começa com uma dupla de gravetos sobre uma superfície plana dispostos um ao lado do outro numa distância de uns 5 cm. Cada criança deverá acrescentar um graveto com o objetivo de levantar uma torre. O desafio é colocar com cuidado cada graveto para que a torre não desmorone.
Materiais necessários: vários gravetos mais ou menos do mesmo comprimento e espessura.
PINTURA DE GRAVETOS
Criação de duendes guardiões da natureza para espalhar no ambiente externo da casa – na grama do jardim ou num pedacinho de terra do quintal, e também em vasos de plantas da área interna da casa
Materiais necessários: vários gravetos, tinta e pincel.
Então, vamos transformar gravetos em possibilidades brincantes? O graveto pode transcender o objeto e virar verbo, ação – vamos gravetar com as crianças? É só deixar a imaginação voar e desfrutar do maior brinquedo do mundo!
Vamos brincar com a natureza? Você sabia que é possível imprimir a natureza no papel? Para isso basta recolher folhas de árvores de diferentes formatos, tamanhos, texturas, espessuras, e usá-las como carimbo. As folhas não podem ser muito fininhas, precisam ser mais encorpadas para resistir ao processo de manipulação, pintura e pressão sobre o papel.
Material necessário:
-Folhas de árvores
-Papel
-Tinta Guache
-Pincel
BRINCAR COM A NATUREZA – IMPRESSÃO BOTÂNICA
Vamos lá?
1.Comece com um passeio por um parque ou praça próximo de sua casa ou da escola para recolher folhas espalhadas pelo chão.
2.Passe a mão sobre as folhas, sinta sua textura, perceba suas saliências, e escolha uma folha com bastante nervuras.
3.Pinte, com uma camada fina de tinta guache, toda a superfície do lado de maior saliência da folha. Não use muita tinta.
4.Em seguida coloque sobre o papel o lado da folha com a tinta e pressione com cuidado a folha sobre o papel em toda a sua extensão
5.Depois retire a folha e se encante com o resultado. Se ainda houver tinta sobre a folha, você pode carimbar mais uma vez sobre o papel
Você pode carimbar sobre o papelão, sobre as capas de caderno para decorá-los. Pode fazer lindos marcadores de páginas, cartões de aniversário, etc. As invenções não tem limites.
Outro jeito de transferir a imagem da folha da árvore no papel, é utilizando a ‘Frotagem’ – uma técnica artística que consiste em esfregar o lápis ou giz de cera no papel colocado sobre a folha de árvore, obtendo a impressão da forma e da textura da folha, como um decalque.
Brincar na natureza, com os elementos naturais, estimula a criatividade infantil e permite que a criança dê asas à imaginação inventando muitos brinquedos e brincadeiras. Brincando com os elementos naturais as crianças tornam se mais criativas, autônomas e concentradas.
Oportunizar brincadeiras ao ar livre também é uma maneira de incentivar a relação da criança com a natureza e seu vínculo com a terra.
Gostou da ideia do carimbo com folhas? Vamos brincar na e com a natureza com as crianças?
Curta outras sugestões de brincadeiras com elementos naturais seguindo meu Instagram @educandotudomuda e não se esqueça de me marcar ao postar suas criações, vou curtir muito ver.
Conheça a lista de livros sobre árvores para crianças – dicas de leitura da Biblioteca Verde do Educando Tudo Muda.
Está comprovado a influência positiva da relação da criança com a natureza para a formação de um vínculo afetivo com a terra e atitudes pró-ambientais na vida adulta. E a literatura é uma via potente para estimular a curiosidade das crianças pela natureza.
Despertar o apreço pelo mundo vegetal e o mundo animal por meio da leitura e contação de histórias na infância, é cultivar o amor pela natureza. É formar cidadãos que verdadeiramente se importarão com a preservação do meio ambiente na vida adulta.
Livros que mostram e falam sobre as plantas, as árvores, as várias espécies animais, com certeza provocam um novo olhar para a natureza do entorno. Com eles as crianças poderão aprender como vivem os bichos e as plantas, e sentirem-se estimuladas a observar com maior atenção aquela teia de aranha num cantinho do quintal ou até mesmo aquele capinzinho que insiste em brotar entre as fendas das calçadas na cidade.
Muitos adultos, amantes da natureza, recordam-se de histórias sobre o mundo natural lidas na infância. Tais livros ajudam a formar uma visão de mundo sistêmica, de vida sustentável, que contribuem para a alfabetização ecológica das crianças.
Você se recorda de algum livro lido, quando criança, que tenha influenciado positivamente sua relação com o mundo vivo?
Muitos livros são lançados todos os anos, o que torna a escolha de uma boa publicação uma tarefa bem difícil. Pensando em facilitar a vida dos pais e dos professores, aqui está uma lista de livros que falam de árvores. Os quatro primeiros livros foram lançados no primeiro semestre deste ano.
Um delicado poema ilustrado que revela a força existente dentro de cada um de nós, convidando o leitor a olhar mais profundamente para a natureza do mundo e para a própria natureza.
Construído a partir de cenas de crianças se divertindo ao ar livre, A árvore em mim explora as várias maneiras como nós, seres humanos, somos fortes, criativos e conectados aos outros. A beleza e a graciosidade das ilustrações fazem com que os leitores queiram se transportar para dentro do livro e o estilo de escrita é simples e ritmado, com frases curtas que despertam os sentidos ao longo da leitura, muito apropriada para ser feita em voz alta. O texto de Corinna Luyken acompanha o protagonista ao longo de uma jornada alegre de autodescoberta, autocompreensão e autoapreciação ao reconhecer que muitas das características das árvores também estão vivas dentro de nós. Há também um aceno visual para uma das descobertas científicas mais reveladoras e de mudança de paradigma em nossa vida ― a surpreendente teia micelial pela qual as árvores se comunicam no subsolo, uma descoberta que pode ser a metáfora mais adorável da natureza para a amizade e o afeto. Um livro maravilhoso, filosófico e inspirador.
Indicação: a partir de 4 anos.
Sobre o Autor
CORINNA LUYKEN é uma autora e ilustradora norte-americana, cujo talento é reconhecido internacionalmente. Cresceu em diferentes cidades ao longo da Costa Oeste dos Estados Unidos e depois de estudar dança, escrita criativa e gravura no Middlebury College se estabeleceu em Washington, onde vive com seu marido, sua filha e dois gatos.
Trata-se de um livroenciclopédico infantojuvenil com conteúdo abrangente sobre as árvores de todo o mundo em todos os tempos.
Qual é a árvore mais alta do mundo? Desde quando existem as árvores e quanto tempo elas vivem? Existe um hotel construído em uma árvore? E o que podemos fazer para ter certeza de que as árvores sobreviverão para o futuro? Este livro responde essas questões e a muitas outras – de maneira leve e perspicaz.
O autor perfaz a história das árvores desde os tempos antigos até os dias de hoje, examinando, ao longo do percurso, o papel que as árvores tiveram na história, na mitologia e em todo o mundo natural.
O livro é todo ilustrado, com textos informativos, e traz as árvores como ligação entre diversos elementos de vida, diversidade, evolução, construção e morte.
Sobre o Autor
Piotr Socha é designer gráfico, ilustrador e um dos cartunistas mais populares da Polônia, tendo contribuído com seus desenhos em diversos periódicos daquele país, além de assinar a coautoria dos livros Abelhas e Árvores.
Wojciech Grajkowski é um biólogo polonês que se dedica a escrever sobre natureza e ciência para crianças.
Sabe essa árvore de galhos fortes em que você acabou de subir? E aquela enorme do parque, com raízes saindo pela terra? E a da praia, que faz uma sombra perfeita? Cada uma delas tem uma história para contar. Pode estar conectada à sua trajetória pessoal e pode também fazer parte das histórias de um povo de algum lugar. Sejam protagonistas ou coadjuvantes, as árvores aparecem em contos, lendas e narrativas verídicas da humanidade. São sagradas, como a imensa samaúma da Amazônia, ou responsáveis por grandes saltos nas ciências, como a singela macieira de Isaac Newton, que, quase discretamente, fez o físico elaborar a teoria da gravidade. Gigantes ou pequenas, míticas ou provedoras, frondosas ou escassas em folhas, simbolizam universalmente a diversidade e a resistência. Debaixo das copas reúne árvores de todos os tipos e continentes. Você vai se encantar com as histórias que as cercam e as transformam em verdadeiros patrimônios culturais, além, é claro, de conhecer um pouco de suas características.
Sobre o Autor
Cynthia Alonso nasceu em Buenos Aires, na Argentina. Seu trabalho já foi reconhecido e premiado em diversos concursos e feiras, entre elas a Feira Internacional do Livro Infantil de Bolonha. Desde 2016, vive em Berlim, na Alemanha.
Elas se comunicam entre si, purificam o ar que respiramos, nos dão sombra, frutos e papel para escrever. As árvores são geniais! E este livro vai te contar por quê.
Mais um livro de Philip Bunting para todas as idades. Árvores geniais, com o humor característico do autor, traz informações curiosas e surpreendentes sobre nossas amigas folhudas. Além de explicar a fotossíntese de modo claro e acessível, o livro ressalta a importância das plantas em nosso dia a dia ― principalmente nessa função vital que é a respiração ― e ainda nos revela a existência de uma admirável rede de conexões formada pelas árvores para cooperarem entre si. Ao apresentar esses e outros de seus aspectos extraordinários, a obra demonstra sua importância e procura despertar em nós, leitores e habitantes do planeta Terra, a consciência e responsabilidade ambientais.
Árvores geniais foi eleito um dos melhores livros infantis do ano de 2022 pelo Children’s Book Council da Austrália.
Indicação: a partir de 6 anos.
Sobre o Autor
PHILIP BUNTING cresceu na Inglaterra, mas mudou-se para a Austrália com pouco mais de vinte anos. O autor e ilustrador publicou seu primeiro livro em 2017. Hoje, ele tem obras traduzidas para diversos idiomas e publicadas em mais de 30 países. Muitas delas receberam premiações de instituições do livro, como a Kate Greenaway Medal, da Inglaterra, e o Children’s Book Council, da Austrália.
A raposa levou uma vida longa e feliz na floresta. Mas quando sentiu-se muito, muito cansada, entendeu que era hora de partir. Tristes, seus amigos da floaresta reúnem-se em volta dela para relembrar os momentos felizes que viveram juntos. Mas uma agradável surpresa irá aquecer o coração de cada um deles e transformar a dor da saudade em um alegre farfalhar de folhas ao vento. Um livro delicado e tocante, que celebra a vida e nos ajuda a resgatar as doces lembranças daqueles que amamos. Uma história para falar sobre a saudade e a ausência de pessoas queridas com as crianças.
Indicação: 2 – 5 anos
Sobre o Autor
Britta Teckentrup é ilustradora, artista plástica e escritora. Nasceu em Hamburgo, na Alemanha, e estudou no St. Martin’s College e no Royal College of Art, em Londres. Já publicou mais de quarenta livros, que foram traduzidos para vinte idiomas, e participou de exposições de arte no mundo inteiro. Mora e trabalha em Berlim com o marido, também artista, e o filho.
Árvores do Brasil apresenta algumas das árvores mais importantes do nosso país. É uma homenagem a essas verdadeiras maravilhas da natureza que nos dão sombra e frutas, evitam que a erosão acabe com nossos rios, oferecem abrigo e alimento aos bichos e passarinhos, ajudam a retirar poluentes do ar que respiramos e deixam a vida mais bonita e florida. Lançado em 2011, no Ano Internacional da Floresta, o livro é um grande e colorido desfile de quinze espécies de árvores, três de cada bioma brasileiro: pau-brasil, araucária, jequitibá, ipê-do cerrado, buriti, jatobá-do-cerrado, juazeiro, mulungu, umbuzeiro, ipê-roxo, jenipapo, pau-formiga, castanheira-do-pará, piquiá e mogno.Cada árvore ganhou um poema, uma ilustração e a companhia de um bicho que mantém alguma relação de vida com ela: alimenta-se das frutas e folhas, procura abrigo, ajuda a espalhar sementes ou caça insetos que vivem nos troncos.No final, o livro traz nomes científicos e textos sobre a altura que podem atingir, principais características e usos das madeiras, como os frutos são consumidos pelo homem, problemas que enfrentam na natureza e outras informações.
Indicação: 5 – 8 anos
Sobre os autores: paulistano Lázaro Simões Neto, mais conhecido como Lalau, e a carioca radicada em São Paulo Laura Beatriz de Oliveira Leite de Almeida, a Laurabeatriz, estão sempre pesquisando novos bichos para virarem poemas e desenhos
Beto era amigo de todo mundo lá na rua do Catapimba, do Caloca, do Armandinho. E não só: também era amigo do padeiro, do sapateiro, do senhor do carrinho de pipocas. Mas no Natal era sempre a mesma coisa: o pai do Beto não tinha dinheiro para comprar uma árvore para a família. Isso deixava o Beto muito, muito triste. Então ele resolveu plantar uma muda de árvore e cuidar dela. Todo ele ia até o terreno regar a mudinha, que cresceu e ficou linda. Em dezembro, chegou a hora de levar a árvore para casa. Mas como? Ele ia cortar, serrar, matar aquele ser de que ele cuidou com tanto carinho? o que fazer? Só ele podia decidir. Este é mais um volume da série a Turma da Nossa Rua, em que a Ruth Rocha narra sempre uma história que poderia ter acontecido logo ali virando a esquina da nossa casa, mostrando as dificuldades e as belezas da nossa vida (nada) comum.
Alina resolveu plantar uma árvore. Sua atitude desencadeou uma série de mudanças. Da árvore cresceu um galho. No galho passarinhos construíram seu ninho. No ninho surgiram 3 ovinhos. E se a menina não tivesse plantado a árvore? Pequenas atitudes transformam o mundo. Uma história de fé, pois todo aquele que planta, tem que acreditar no poder da semente. E se cada criança tivesse a mesma atitude de Alina?
Indicação: a partir de 3 anos
Sobre o Autor
Rodrigo Mattioli nasceu em Brasília, em 1982. Formou-se em Comunicação Social pela Universidade de Brasília (UnB) em 2006 e, desde então, trabalha com imagem e comunicação nos mais diversos tipos de mídia. Atualmente dedica-se a escrever e ilustrar livros infantis. Em 2018, foi selecionado no concurso internacional Key Colours para ilustradores de livros infantis e, em 2019, foi vencedor do prêmio Apila Primera Impresión na Espanha com o livro “Un árbol”.
O livro das árvores é fruto do trabalho realizado pela Organização Geral dos Professores Ticuna Bilíngues. Criada em 1986, faz parte do programa de formação de professores indígenas, no Amazonas. O livro é o registro da intensa relação dos Ticuna com a terra, com a floresta e com as árvores. A floresta é a maior riqueza que deixaremos para os nossos filhos. Representa, também, um registro valiosíssimo das várias espécies da flora e da fauna, dos rituais, crenças e lendas, da organização social, dos valores e costumes desse grupo indígena, atualmente o mais numeroso do país, com aproximadamente 32.000 pessoas em suas 100 aldeias. Os desenhos, marcados por traços fortes e cores vivas, foram elaborados individualmente, enquanto os textos foram criados de forma coletiva pelo grupo. Através desses muitos narradores que contam com palavras e imagens a sua verdadeira História, não só a criança, mas também o adulto precisaria ler para conhecer melhor uma parte importante da cultura de seu país.
Além de muito lindo o livro, com pinturas produzidas por indígenas brasileiros, este também conta várias lendas que retratam a cultura desses povos contribuindo para o enriquecimento de nossa cultura.
Quando pai e filha se juntam, surgem ideias para muitas coisas. As ideias de papai são grandes e corajosas e as de Bia são simples e bem pensadas. Os dois amam os passarinhos e decidem construir algo para atrair os pássaros e conviver mais com eles. Juntos vão colocando em ação suas ideias desde o verão, atravessando o outono e inverno, até a chegada da primavera quando enfim uma revoada de pássaros pousa sobre o projeto construído por papai e em seguida sobre o projeto cultivado pela Bia. Que tal conhecer e acompanhar o trabalho dos dois?
Indicação: 3 – 5 anos
Sobre o autor: NICK BLAND nasceu em Victoria, na Austrália, em 1973. Filho de um artista e de uma professora de educação infantil, ele passou a infância subindo em árvores e fazendo travessuras no estúdio de seu pai. Agora vive em Darwin, onde trabalha em tempo integral como ilustrador e autor.
Como pode uma semente se tornar uma planta que formará novas sementes? Uma menininha muito esperta, acompanha o processo de transformação das plantas ao lado do seu querido avô. Juntos eles observam o germinar da semente, seu crescimento, o que ela precisa para se desenvolver e muito mais.
Uma história sobre a amizade entre um menino e uma árvore que mostra a generosidade da mãe natureza, além da ambição humana. O menino desfruta de tudo o que a árvore pode oferecer – seus frutos, sua sombra, seus galhos. Entretanto, a medida que o menino cresce, aumenta sua ganância e assim ele extrapola a exploração dos recursos da árvore. Uma história para exercitar a empatia incentivando nos colocarmos no lugar da árvore.
Indicação de leitura: 4 – 9 anos
Sheldon Allan Silverstein nasceu em Chicago, nos Estados Unidos, em 1930, país em que viveu até sua morte, em 1999. Publicou suas primeiras histórias no jornal militar Pacific and Stripes, enquanto servia o exército na Coreia, nos anos 1950. Em 1961, estreou com o romance Uncle Shelby’s ABZ Book, que despertou a curiosidade de um editor de livros infantis. Dois anos depois, Silverstein lançaria sua primeira publicação para crianças, Leocádio, o leão que mandava bala.
Desde então, não parou de escrever. Muitos de seus livros, como Uma girafa e tanto e A parte que falta, foram publicados em dezenas de países. Sua obra mais consagrada é A árvoregenerosa.
Escolas sem paredes – hoje quero falar sobre um jeito diferente de ser escola. A ideia que educação se restringe a disciplinas, conteúdos, livros, cadernos, lápis, e carteiras enfileiradas entre quatro paredes, tem sido desbancada por instituições educacionais que pensam e fazem diferente.
Estou falando de escolas que nasceram numa concepção de integração com a natureza sob a perspectiva de uma educação conectada à vida. A escola como encontro e confronto com a natureza potencializando o desenvolvimento integral da criança e promovendo aprendizagens significativas.
Estas escolas entendem que um modelo de educação que não considera a relação com a natureza como base da formação dos educandos, que não leva a criança para a natureza e a natureza até a criança, está na contra mão da visão do ser humano integral, da verdadeira educação ambiental e do desenvolvimento para a sustentabilidade.
As escolas de hoje estão sendo desafiadas a romper com o velho modelo de sala de aula e a despertar para o potencial educador da natureza, reconhecendo outros territórios educativos como ambientes de aprendizagens.
Em contato com a natureza as crianças aprendem sobre os princípios que regem a vida na Terra – seus ciclos de nascimento, vida e morte, fluxos, processos evolutivos, o que a leva a compreensão de si, do outro, do seu meio e das suas relações.
A interação da criança com a natureza melhora o desenvolvimento intelectual, incentiva o pensamento crítico, a inteligência emocional, o trabalho em equipe, e a capacidade de resolução de problemas.
A exploração dos espaços ao ar livre oferece oportunidades educativas muito mais efetivas e perduráveis para as crianças e jovens, é o que afirma a britânica Juliet Robertson, consultora educacional especializada em educação ao ar livre e autora do livro ‘Educar fuera del sala’. Robertson diz que todo o currículo pode ser ensinado fora da sala de aula, acredite.
Quem defende também as escolas sem paredes é o jornalista e especialista em advocacia pela infância,Richard Louv, autor do livro ‘A última criança na natureza’. Louv argumenta que os professores deveriam libertar as crianças da sala de aula para que por meio da relação das crianças com a natureza seja inaugurada uma nova educação.
Pastas cheias de atividades não são mais importantes que as experiências vividas e os conhecimentos incorporados pelas crianças. Toda essa papelada de atividades pode não representar aprendizagens. A criança precisa ver e tocar as materialidades da terra, precisa sentir aromas, ouvir sons, desfrutar sabores no mundo real.
Thomas Berry adverti que
ensinar às crianças sobre o mundo natural deveria ser tratado como um dos eventos mais importantes da vida delas
A educação ao ar livre é ainda um grande desafio para as escolas no Brasil, por isso selecionei 7 escolas inspiradoras que priorizam a relação e o aprendizado ao ar livre, em conexão com a natureza.
ESCOLAS
SEM PAREDES
1.ESCOLA MAGIA DO SABER, Florianópolis SC 96.000 m² de área verde, a natureza como espaço educador
2.CASA REDONDA, Carapicuíba SP um espaço na natureza, aberto ao encontro sensível com a vida
3.ESCOLA ÀGORA, Cotia SP muitas árvores e fauna tendo a natureza como propulsora do brincar e aprender
4.ESCOLA WALDORF DENDÊ DA SERRA, Serra Grande BA cercada de matas e rios, a natureza é palco do desenvolvimento integral e aprendizado das crianças
5.COLÉGIO VIVER, Cotia SP todo espaço é lugar de aprendizagem em meio a uma extensa área verde
6.TE-ARTE, São Paulo SP o tempo e a essência da criança respeitados, orientam a educação numa comunhão com a natureza.
7.ESCOLA OFICINA PINDORAMA, Vargem Grande Paulista SP pomar, horta, jardim, animais livres onde a criança aprende na interação com a natureza, o mundo e a sociedade.
Você conhece outras escolas sem paredes? Conte aqui nos comentários.
Brincar sem plástico é nosso desafio em julho, mês dedicado à redução do uso de materiais plásticos, em especial os descartáveis de uso único.
Você sabia que em julho acontece uma campanha global denominada “Julho sem plástico”? A campanha tem por objetivo diminuir o uso e o descarte de plástico no planeta. Esse movimento começou em 2011 com a Ong australiana Plastic Free Foundationpedindo para as pessoas, durante o mês de julho, evitarem o uso de plásticos descartáveis, de uso único ou de curto prazo. O sucesso da iniciativa ganhou adeptos por todo o mundo.
Pegando carona neste movimento, Educando Tudo Muda propõe a reflexão sobre a presença do plástico no brincar da criança, e o desafio do brincar sem plástico, sugerindo algumas ações para diminuir a quantidade de brinquedos plásticos visando a redução da produção e consumo desse material e incentivando o brincar livre na e com a natureza.
Por que aderir ao movimento brincar sem plástico?
A poluição plástica é hoje uma das principais causas de agressão ao meio ambiente e à saúde dos seres viventes. Pesquisa recente do Instituto Alana, conduzida pelo Grupo de Estudos e Pesquisa em Química Verde, Sustentabilidade e Educação (GPQV), da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), apresenta importantes dados que alertam sobre os brinquedos de plástico e seu impacto na saúde das crianças e do meio ambiente.
Muitos utensílios infantis de uso diário são feitos desse material: mamadeiras, chupetas, copos, pratos e principalmente brinquedos. Sabemos que 90% dos brinquedos fabricados no mundo são feitos de plástico e que nem todo tipo de plástico é adequado para a produção de brinquedos. Algumas substâncias utilizadas na fabricação desses produtos são potencialmente tóxicas, cancerígenas e causadoras de distúrbios hormonais nas crianças.
Outro agravante são aqueles brinquedos de origem duvidosa, de fácil aquisição e baixo custo, brinquedos comercializados ilegalmente, sem certificação do INMETRO. São brinquedos de baixíssima qualidade que quebram facilmente e logo são descartados indo parar no lixo em curto tempo.
Para não cometer excessos, cair em modismos ou subestimar a capacidade criativa das crianças, precisamos entender a relação das crianças com os brinquedos.
Quanto menos estruturado e cheio de detalhes for o brinquedo, mais ele exigirá da criança e permitirá o uso da imaginação e criatividade. Quanto mais simples ele for, maior a liberdade da criança em transforma-lo em outras coisas de acordo com o enredo das suas brincadeiras.
Sob o ponto de vista da imaginação e criatividade infantil, os brinquedos industrializados feitos de materiais sintéticos, criam uma situação de passividade na criança, provocam um certo “empreguiçamento” e empobrecimento da vida interior. Uma vez que esses brinquedos são desenvolvidos com funcionalidades específicas, entregam nas mãos da criança um produto rígido, limitando a atuação infantil, e na maioria das vezes fazendo dela mera expectadora ou executora.
Em termos de estímulos sensoriais, o plástico é um material extremamente limitado e pobre para o desenvolvimento infantil – sem cheiro; é frio e liso ao tato; é leve, possui tamanho desproporcional ao peso; de cor forte e antinatural.
Na concepção do artista plástico e teólogo Gandhy Piorski, autor do livro Brinquedos do Chão, “o plástico é um imitador de realidades que induz a criança a falsas sensações distanciando-a dos processos de aprendizagens do mundo vivo”.
Susan Linn, psicóloga norte-americana, autora do livro ‘Crianças do consumo: a infância roubada’, afirma que “uma boa brincadeira é 90% a criança e 10% brinquedo”. Os brinquedos industrializados, os brinquedos prontos, fazem exatamente o inverso: sobrepõem-se a potência da criança e ao seu protagonismo.
Indo ainda mais fundo nesta questão, a escritora britânica Jay Griffiths, em seu livro “Kith – the riddle of the Childscape”, afirma que “as crianças que brincam apenas com brinquedos industrializados têm um oco interior que não pode ser suprimido pelo seu próprio brincar e por sua imaginação, criando uma relação de dependência da indústria do entretenimento para sua satisfação constante.”
NATUREZA, O MAIOR E MELHOR PARQUE DE DIVERSÕES E BRINQUEDOS
Os ambientes naturais, ricos em áreas verdes, são fonte de um brincar criativo. Sabemos o quanto o brincar é fundamental para o desenvolvimento infantil e a saúde da criança. Entretanto é preciso ressaltar que a potência da atividade lúdica se encontra na própria criança e não apenas nos brinquedos.
É necessário oferecer a criança tempo e espaços que favoreçam o brincar. E não existe lugar mais positivo para isso do que a natureza, o melhor brinquedo. Nela encontramos os estímulos mais ricos e completos para o desenvolvimento integral da criança.
Brincar em espaços naturais coloca a criança diante do potencial lúdico da natureza e expõe os pequenos à riqueza e diversidade dos elementos naturais, propiciando infinitas possibilidades de brincadeiras e invenção dos próprios brinquedos com o que a natureza oferece – gravetos, sementes, folhas, etc. Brincando com a natureza a criança explora um campo fértil para o exercício da criatividade. As materialidades telúricas são provocadoras, nutrem a imaginação criadora e a vida anímica da criança.
Um passeio na mata, uma caminhada no parque, praça ou jardim, num lugar bonito com pássaros, árvores, plantas, flores, terra úmida e insetos, aguça a curiosidade infantil. Cheiros novos, sons de pássaros, do vento, das folhas secas. Formas diferentes de folhas, cores variadas de flores. Observar formigas, lagartas, minhocas, musgos, líquens, diversos seres vivos fascinantes para a essência curiosa e exploratória da criança.
Andar na lama, na chuva. Acompanhar borboletas, subir em árvores, correr entre elas ou se esconder, colher frutos, pegar pedras. Construir brinquedos e composições artísticas com objetos da natureza, dar asas à imaginação. Tudo isso são possibilidades encantadoras dos brinquedos oferecidos pela terra. De forma que ao término da brincadeira, em uma autêntica logística reversa, tudo pode retornar para a natureza decompondo se, e gerando mais vida.
Podemos fazer escolhas simples em prol da saúde da criança, mas para isso é necessário atitudes firmes frente aos apelos de consumo da publicidade das empresas fabricantes de brinquedos. Se estivermos convictos dos efeitos negativos deste excesso de plástico na vida da criança e das consequências para o meio ambiente, tenho certeza que será mais fácil dizer “não” para o próximo brinquedo de plástico.
A saúde da criança e do meio ambiente dependem da nossa reconexão com a natureza em todos os âmbitos da vida e da ética do cuidado a todos os seres viventes.
COMO MUDAR HÁBITOS E PROMOVER O BRINCAR SEM PLÁSTICO?
Brincar sem plástico – a mudança começa com pequenas atitudes e cada um de nós pode fazer a diferença. A conscientização sobre nossos atos e hábitos é o primeiro passo. Comece analisando a quantidade de brinquedos de plástico que você tem em casa. Essa análise também é válida para as escolas, principalmente as escolas de Educação Infantil.
Algumas atitudes podem contribuir para as mudanças que queremos ver no mundo: o incentivo ao brincar livre na natureza, a aquisição de brinquedos feitos de outros materiais, a redução do consumismo de brinquedos plásticos, o aumento da vida útil dos brinquedos de plástico que as crianças já possuem por meio do incentivo a práticas de trocas, empréstimos e doação de brinquedos, a adoção de brinquedos coletivos, etc. Veja algumas sugestões:
1.Promova o brincar livre na natureza – no quintal de casa, jardim, praças ou parques públicos
2.Incentive as crianças na criação de seus próprios brinquedos, como faziam nossos antepassados, utilizando elementos naturais: gravetos, sementes, folhas, pedras. Vale também papelões, rolhas, tecidos, revistas e jornais – reutilize esses materiais
3.Opte por outros materiais ao adquirir brinquedos novos para as crianças, como os brinquedos artesanais, educativos – brinquedos de madeira de reflorestamento, de feltros, bonecas de pano, etc
4.Reduza os brinquedos plásticos deixando disponíveis apenas aqueles com os quais a criança brinca com maior frequência, os seus favoritos
5.Dê um novo destino aos brinquedos mais velhos ou aqueles com os quais a criança não brinca mais, doando-os para instituições. Isso prolongará a vida útil do brinquedo, evitando o descarte
6.Faça os brinquedos circularem entre as crianças organizando feiras de trocas
7.Incentive o empréstimo de brinquedos entre amigos da escola, vizinhança e familiares
8.Adote a prática do brinquedo coletivo entre irmãos e primos, valorizando o acesso em detrimento da posse
9.Leve os brinquedos quebrados aos hospitais de brinquedos para serem recuperados ou doe para serem customizados
10.Descarte adequadamente os brinquedos que não têm mais conserto e/ou cobre dos fabricantes a logística reversa
11.Converse com sua família e amigos sobre o movimento brincar sem plástico e comunique a sua decisão de reduzir o uso de brinquedos de plástico para obter apoio
12.Compartilhe em suas redes sociais fotos, vídeos de dicas de brinquedos feitos de outros materiais, e das crianças brincando na e com a natureza usando #brincarsemplastico para atrair mais adeptos
Brincar sem plástico – esse é sem dúvida um grande desafio para as famílias e para as escolas. Sabemos que não eliminaremos o plástico de nossas vidas totalmente, mas podemos refletir sobre seu uso, nossas escolhas e o consumo de maneira ética. Precisamos nos unir por um mundo com menos resíduos, em prol da saúde da criança e do planeta. Adote o #brincarsemplastico em sua casa e em sua escola, e incentive o brincar na e com a natureza.
Esta é a ‘Série Literatura para as Infâncias’ da Biblioteca Verde do Educando Tudo Muda, em celebração ao mês do livro.
Já se deu conta que Abril é o mês do livro? Veja estas datas:
02/04 Dia Internacional do Livro Infantil
09/04 Dia da Biblioteca
18/04 Dia Nacional do Livro Infantil
23/04 Dia Mundial do Livro
Para comemorar, o Educando Tudo Muda organizou a ‘Série Literatura para as Infâncias’ – indicações, na sua maioria, de livros infantis que incentivam o olhar para a natureza e despertam o desejo da criança pela interação com o mundo natural.
Está comprovada a influência positiva da relação da criança com a natureza para a formação de um vínculo afetivo com a terra e atitudes pró-ambientais na vida adulta. E a literatura é uma via potente para estimular o apreço das crianças pela natureza.
Além disso, a maneira mais eficaz de formar leitores é lendo para a criança e oferecendo a ela uma variedade de livros atrativos.
Entre as minhas memórias preferidas da infância está a lembrança de minha mãe lendo histórias para mim. Eu sentava ao seu lado para acompanhar as ilustrações e ao término da narrativa, me deitava em seu colo e pedia para ela contar de novo.
E você, se recorda de ouvir histórias quando criança?
Amo os livros! Quando me tornei mãe, li para meus filhos as histórias que encantaram minha infância e muitas outras mais. Consegui influencia-los e cultivar o hábito da leitura. Enquanto pais e professores, precisamos ser referência de bons leitores para as crianças e precisamos conhecer bons livros.
Quando me tornei escritora e publiquei meu primeiro livro infantil ‘A Turma da Floresta uma brincadeira puxa outra’, me senti plena! A satisfação de ler para as crianças a história escrita por mim foi indescritível!
SÉRIE LITERATURA PARA AS INFÂNCIAS
Confira a ‘Série Literatura para as Infâncias’ da Biblioteca Verde do Educando Tudo Muda:
1. Flora na cozinha, de Rita Taraborelli – Editora Hedra Educação
Flora sempre gostou de brincar de cozinhar. Transformou a brincadeira em profissão e tornou-se uma das melhores cozinheiras do reino das fadas e de outros reinos. Em um enredo ilustrado com plantas e alimentos da nossa cultura. A obra é separada em duas partes: a história infantil e o caderno culinário da personagem. Um livro que convida adultos e crianças a irem para a cozinha juntos!
2. Rio, o cão preto, Susy Lee – Companhia das Letrinhas
A narrativa fala de um cachorro que vivia preso, negligenciado pelo dono. O bichinho é resgatado por duas crianças, que dão a ele o nome de Rio: juntos, eles compartilham brincadeiras, aventuras e afeto. A história é contada buscando compreender as sensações do próprio cão, e a satisfação que o encontro com as duas crianças proporcionou a ele.
Todas as aventuras – corridas ao ar livre, brincadeiras na grama e na lama, a liberdade de ser criança e dividir estes momentos com um bicho de estimação, são sintetizados pela autora de forma artística e poética inspirados em uma história real vivida por Suzy Lee e seus filhos.
Com doçura, delicadeza e muito espaço para a imaginação, os leitores vão mergulhar na história de Rio e acompanhar sua maneira de ver o mundo, experimentando alegria e carinho, mas também expectativa e saudade. Uma leitura emocionante e inesquecível.
3.A coruja que me contou, Lulu Lima e Jana Glatt – Editora Milcaramiolas
Quando a autora começou a investigar sobre certos fenômenos da natureza, recorreu ao bicho mais sábio do reino animal, a Dona Coruja. E assim, Dona Coruja foi inventando explicações fantásticas para tudo que não tem explicação na natureza de um jeito que ninguém pode imaginar: Como surgiu o primeiro pôr-do-sol? Como os pássaros aprenderam a cantar? Como a girafa ficou pescoçuda?
Para cada pergunta, ela inventa uma história, e se ela contou, quem é que vai duvidar? Ao final, Dona Coruja propõe uma série de perguntas para que as crianças inventem suas próprias histórias também. Um livro divertido para aguçar a curiosidade em relação ao mundo natural e para estimular a capacidade das crianças de imaginar histórias inusitadas sobre as coisas reais e corriqueiras do mundo!
Menininho vivia explorando cacarecos pelo quintal: pneu furado, sapato sem sola, gravetos, folhas, cabo de vassoura… – tudo o que fosse útil para suas brincadeiras. Menininho adorava colecionar ninhos de passarinhos para estudar suas costuras e tramas. Nesta história podemos seguir menino e passarinho, cada um em seu fazer criativo, trabalhando juntos. “Enquanto o passarinho construía seu ninho com restos da natureza, o menino construía seus brinquedos com os achados do quintal. […] Teia de aranha é fio que costura e sustenta o ninho. O varal do quintal é o fio que liga o carrinho e o menino.”. Este livro recebeu o selo Seleção Cátedra Unesco 2020 e o selo Altamente Recomendável FNLIJ 2021. Uma história que emociona e nos faz perceber a potência do brincar das crianças.
5.O bicho mais poderoso do mundo,José Bocca (Autor), Bruna Lubambo (Ilustradora) – Editora
Baseado numa antiga história de origem africana contada de boca em boca, o autor narra as peripécias de um gato pela savana em busca de descobrir qual o bicho mais poderoso do mundo. Será o macaco? O leão? O rinoceronte? Quem sabe o homem ou, talvez, a mulher? Uma história divertida, ritmada pelas repetições e cheia de surpresas até a descoberta do bicho mais poderoso do mundo feita pelo gato.
6.Esperando a chuva, Véronique Vernette – Editora Pulo do Gato
Há meses que não chove. Ruas, quintal, casa – tudo está seco e empoeirado. A menininha, narradora da história, decide que só sairá do quintal depois que a chuva começar. O céu permanece azul enquanto da porta de casa ela acompanha o movimento ao redor: o caminhão traz a lenha, o barril leva a água para os moradores, o costureiro conserta roupas. Até que de repente, percebe-se alguns sinais de chuva. Que sinais serão esses? As nuvens ficam carregadas, o céu começa a escurecer e o vento soprar mais forte. Finalmente a chuva se aproxima. Uma história que convida a perceber os sinais da natureza.
7.Monstros lá de casa, Eleonora Marton, Editora Peirópolis
O livro começa apresentando um mapa da casa de Lola, a menina narradora da história, seguido da localização dos monstros em cada cômodo. Quando escurece, sua casa ganha vida e surgem monstros terríveis – o Poeirento, o Lambisgoio, o Cozinhassauro, o Horrorildo, etc. Pela manhã, quando o sol nasce, eles desaparecem. Para desvendar o mistério por trás das aparições destas criaturas horríveis, basta virar a página. Uma história que diverte e estimula uma brincadeira com as sombras criadas pelos objetos da casa.Vamos ler e brincar?
8.Era uma vez uma semente, Judith Anderson (autora) Mike Gordon (ilustrador) – Editora Spicione
Como pode uma semente se tornar uma planta que formará novas sementes? Uma menininha muito esperta, acompanha o processo de transformação das plantas ao lado do seu querido avô. Juntos eles observam o germinar da semente, seu crescimento, o que ela precisa para se desenvolver e muito mais.
9.Tecelagem – uma história ilustrada, de Goya Lopes – Editora Solisluna
Neste livro duas crianças africanas contam um pouco sobre a história de um dos ofícios mais antigos da humanidade, a tecelagem, utilizada até hoje. No continente africano, há uma grande variedade de teares; em cada comunidade, o modelo é diferente. Os tecidos, produzidos pelos tecelões, vestem reis e pessoas comuns em festas e cerimônias, e simbolizam distinção e elegância. Uma história que nos aproxima de nossas raízes africanas.
10.A árvore magnífica, por Nick Bland (Autor), Stephen Michael King (Ilustrador)
Quando pai e filha se juntam, surgem ideias para muitas coisas. As ideias de papai são grandes e corajosas e as de Bia são simples e bem pensadas. Os dois amam os passarinhos e decidem construir algo para atrair os pássaros e conviver mais com eles. Juntos vão colocando em ação suas ideias desde o verão, atravessando o outono e inverno, até a chegada da primavera quando enfim uma revoada de pássaros pousa sobre o projeto construído por papai e em seguida sobre o projeto cultivado pela Bia. Que tal conhecer e acompanhar o trabalho dos dois?
11.Vira-Lata, de Stephen Michael King – Editora Brinque-Book
Vira-Lata é a história de um cãozinho sem dono, sozinho no mundo, sem abrigo, sem comida, sem cuidados. Um livro lindo que fala sobre nossa relação com os animais e a ética do cuidado. Vira-Lata traz à tona os sentimentos de solidariedade, compaixão e de amor que devemos cultivar uns pelos outros e também pelos animais.
A história me fez lembrar da Laica, minha cachorrinha da infância.
12.O menino e o mar, Lulu Lima – Editora Milcaramiolas
Pode alguém ter medo do mar? Sim, um menino! Pode alguém que não enxerga apresentar o mar para o menino? Sim, uma menina é capaz de apresentar ao menino toda a beleza que ele não consegue ver. A menina vê a vida de um outro jeito, que encanta os leitores. E do encontro entre o medo e o encantamento, mergulhamos numa história de pura sensibilidade.
13. O grande rabanete, por Tatiana Belinky – Editora Moderna
O livro conta a história de um rabanete plantado pelo vovô e que cresceu tanto que não saia da terra. Nem mesmo o vovô grande e forte, não conseguia arrancá-lo. Vovô acaba pedindo ajuda para a neta, que pede ajuda ao cachorro e por aí vai. É um puxa que puxa mas ninguém consegue, até que chega o ratinho e… Nesse pedir e inserir novos personagens para puxar o rabanete, a história fica engraçada divertindo muito as crianças. Algumas estruturas se repetem facilitando a assimilação da história e memorização pelas crianças.
14. Onda, Susy Lee – Editora Companhia das Letrinhas
“Onda”, a história simples e cheia de emoção de uma menininha que brinca na praia num dia ensolarado.
A curiosidade de uma criança frente a imensidão do mar. O desejo de molhar os pés, entrar na água, correr das ondas. É a menina que brinca com a onda ou a onda que brinca com a menina? Uma história que expressa toda riqueza desta experiência sensorial lúdica.
15. O clube dos contrários, Sílvia Zatz (Autora), Suppa (Ilustrador) – Editora Companhia das Letrinhas
Juca, como toda criança é criativo e não perde a oportunidade de inventar seu próprio mundo, cheio de alegria e imaginação. Numas de suas invencionices, usa a cadeira da mãe de várias formas. A mãe retruca advertindo que ‘cadeira é para sentar’. Juca discorda, usa a cadeira como estacionamento de nave espacial e questiona: “Por que será que a gente tem sempre que fazer tudo do jeito dos adultos?” Para provar que as coisas podem ser diferentes, Juca funda o Clube dos Contrários, cujos membros só falam em gualín (“língua” de trás para a frente) e onde Juca é chamado de Caju. Mas, surgiram algumas dúvidas: no mundo dos adultos, joga-se a casca fora e come-se a banana; no mundo ao contrário, deve-se então jogar fora a banana e comer a casca?
Uma história divertida que revela a capacidade das crianças subverter o uso convencional dos objetos.
16.O macaco danado, de Julia Donaldson (autora), Axel Scheffler (Ilustrador) – Editora Brinque-Book
Um macaquinho perdido na floresta em busca de sua mãe, encontra uma linda borboleta colorida que oferece ajuda. Borboleta e macaquinho saem em busca da mamãe macaca. O macaquinho descreve sua mãe, mas a Borboleta parece não entender, pois sempre leva o macaquinho até a mamãe de outra espécie animal. Muitas vezes a descrição de parte de um todo pode nos remeter a outro todo, completamente diferente. É o que acontece nesta história. A maior dificuldade da borboleta está em entender que a mãe do macaco é parecida com ele, pois filhote de borboleta, a lagarta, não se parece nenhum pouco com a mamãe borboleta.
17. O homem da chuva, por Gianni Rodari (Autor), Nicoletta Costa (Ilustradora)
Esta é a história de um homem leve, que mora nas nuvens e que vive pulando de nuvem em nuvem com rapidez e delicadeza, sem machucá-las. “As nuvens têm muitas torneiras. É o homem quem abre e fecha as torneiras para fazer chover e parar de chover.
É muita trabalheira lá em cima. Cansado, às vezes, ele adormece e esquece as torneiras abertas. Ao despertar, lamenta: “Pobre de mim, quem sabe quanto tempo eu dormi!”
Depois de fechar as torneiras, ele dorme novamente, até que acorda assustado e exclama: “Pobre de mim, quem sabe quanto tempo eu dormi!”
Assim, ele vai vivendo. O que será que acontece na Terra quando o homem da chuva dorme demais com as torneiras abertas? As pessoas na Terra, estão sempre a perguntar: Amanhã vai parar de chover ou não? O que você acha?
18.O caracol e a tartaruga em dias chuvosos, por Stephen Michael King (Autor, Ilustrador), Editora Brinque-Book
Para a tartaruga, a chuva é uma diversão. Ela inventa muitas brincadeiras gostosas! Mas para seu amigo caracol a chuva parece não agradar tanto assim! Protegido em sua concha, o caracol não atende aos chamados da tartaruga. Então, ela se empenha em propostas criativas, para ajudar o caracol a enfrentar os dias chuvosos. Como são os dias chuvosos para você?
Gostou da ‘Série Literatura para as Infâncias’? Aproveite as indicações e leia para as crianças, leia com as crianças, pelas crianças e por um mundo melhor!
Hoje é o Dia Internacional da Síndrome de down. Dia de comemoração das conquistas, avanços e de conscientização coletiva em defesa da causa dessas pessoas. Há 30 anos, pessoas com síndrome de down eram enclausuradas em casa ou instituições. Não frequentavam escolas, não eram vistas em locais públicos.
Muitas barreiras caíram por terra, mas para assegurarmos os direitos das pessoas com trissomia do cromossomo 21, é necessário continuarmos a luta para que todas as crianças com síndrome de down possam crescer e viver em ambientes que favoreçam suas potencialidades e que possibilitem seu desenvolvimento integral.
Em relação ao processo constitutivo do ser humano, sabemos que é primordial zelar pelo ambiente em que a criança vive, pelos estímulos oferecidos, pelas interações sociais e pelo convívio de qualidade com outros seres humanos.
Mesmo diante de alterações estruturais ou funcionais do sistema nervoso, é na interação social que o indivíduo desenvolve suas potencialidades. Ainda que as circunstâncias sejam desafiadoras, a deficiência está muito mais nas relações sociais estabelecidas do que na condição do indivíduo com síndrome de down em si.
Histórias como a de Fernanda Honorato, demostram que um ambiente propício e estimulante desde cedo resulta em confiança, autonomia e independência das pessoas com síndrome de down. Ela é repórter do “Programa Especial” na TV Brasil. Primeira repórter com síndrome de down do país. Foi reconhecida na categoria Trabalho Social durante a 22ª edição do Prêmio Claudia em 2017.
Fernanda fez sua primeira sessão de fisioterapia aos 23 dias de vida. Conquistou sua independência e hoje também ministra palestras sobre inclusão por todo o país. Ela dá um conselho aos pais: “Sempre digo às mães de crianças com síndrome de down para não desistirem dos sonhos e acreditarem no potencial dos filhos”.
Conheça AQUI outras histórias de superação e sucesso.
Quero aproveitar para sugerir alguns livros que falam sobre o tema porque acredito que informação e conhecimento ajudam a enfrentar e lidar com as dificuldades do dia a dia. Em 2019 conclui uma Pós-graduação na APAE de São Paulo – ‘Deficiência Intelectual: aspectos neuropsiquiátricos, pedagógicos e inclusivos’, e essas publicações foram marcantes nosmeus estudos. Meu trabalho de conclusão, TCC, foi sobre a “Educação Inclusiva Universitária no Brasil’, e se você quiser ter acesso à ele, me envie uma mensagem – ana@educandotudomuda.com.br
Lúcio, filho de Lurdinha, nasceu com síndrome de down. Esta anomalia genética, a trissomia do cromossomo 21, é comumente associada à deficiência mental. Neste livro, as autoras adotam uma visão diferente. Descrevem as ações de Lurdinha procurando mostrar que pessoas com síndrome de Down podem desenvolver-se de modo muito próximo ao da normalidade.
O livro emociona, propõe questionamentos, indica alternativas. Traduz indignação ante o preconceito e luta contra ele, ao mesmo tempo que traz a esperança de bani-lo pela demonstração de que a deficiência mental na síndrome de Down é socialmente construída.
Com determinação, amor e crença nas competências do filho, Lurdinha escreveu para Lúcio uma outra história, que sintetiza assim: “No princípio, era o verbo aceitar, o verbo amar, estimular, mediar, ensejar, confiar, lutar e por aí vai.. Acabei por constatar que me preparei para conjugar esses e outros verbos que, devidamente empregados, culminaram nos adjetivos normal, esperto, inteligente, capaz, feliz e por aí vai… a ação conduz à qualidade.”
Adultos com Síndrome de Down – a deficiência mental como produção social
Autor Maria Sylvia Cardoso Carneiro
Livro que trata a deficiência mental como condição que se estabelece mediante as relações sociais. Apoiada na abordagem histórico-cultural, sobretudo nas contribuições de Vygotsky, a autora mostra que, mesmo diante de alterações orgânicas – sejam elas estruturais ou funcionais do sistema nervoso – é na interação em sociedade que o indivíduo vai se desenvolver, ou não, como deficiente mental.
São apresentadas histórias de vida de alguns adultos com síndrome de Down que, em diferentes contextos, frequentaram o ensino comum e chegaram à universidade. O olhar atento a essas e a outras histórias de ruptura pode nos ajudar a entender como a constituição dos seres humanos, mesmo em circunstâncias de desvantagem, está sempre vinculada à relação com os demais.
A obra nos apresenta de forma crítica alguns dos avanços obtidos nos últimos anos no cenário da educação especial para a semeadura e o florescimento de uma educação não excludente, que se faz nos espaços em que as relações sociais são privilegiadas . Compartilha questões próprias do processo de ensinar e aprender no âmbito da educação básica, graduação e pós-graduação, não se ausentando da importância da gestão escolar e da escuta sensível para o processo de inclusão. O esforço de trazer reflexões sobre o processo de transformação que o princípio da inclusão tem trazido para as diferentes etapas da escolarização reúne nesta obra uma literatura recomendada para professores da educação básica e do ensino superior, além de estudantes de graduação e pós-graduação na área da Educação e áreas afins.
Deixo também a indicação do filme ‘Um lugar para todo mundo‘, que conta a história de Emílio, uma criança de 3 anos, com síndrome de Down e que está pronta para ir a escola. Este documentário narra os desafios que sua família enfrenta para incluí-lo no complexo sistema educacional americano, em busca de uma escola capaz de admiti-lo. Assista.
Que possamos avançar rumo a um mundo melhor – um mundo onde todos os cidadãos sejam inseridos na sociedade de forma plena e digna.