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Livros para inspirar o brincar com as nuvens

Conheça uma seleção incrível de livros para inspirar o brincar com as nuvens do céu. As nuvens são fonte de encantamento, imaginação e criatividade. Quem nunca passou momentos deitado ao ar livre observando as nuvens? Quem nunca olhou para as nuvens e viu figuras do cotidiano estampadas no céu? Há muitas maneiras de nos “deixarmos levar por elas”.

Brincar com as nuvens oferece às crianças uma oportunidade única de conexão com a natureza, ao mesmo tempo que desenvolve a criatividade e habilidades cognitivas. Integrar a leitura de livros infantis sobre o tema enriquece a experiência e proporciona momentos lúdicos e de aprendizado. Existe muitas maneiras simples que podem despertar o interesse pelos fenômenos naturais, ao mesmo tempo em que incentivam a imaginação e o apreço pela natureza, além do cuidado com o meio ambiente.

Para tornar a experiência de brincar com as nuvens ainda mais rica, é possível integrar a leitura de livros infantis que abordam o tema. Veja algumas sugestões de livros sobre nuvens:

1.O Segredo das nuvens Celina Bodenmuller

“O segredo das nuvens – Entendendo as chuvas, raios e trovões” convida os jovens leitores a explorar os mistérios escondidos nas nuvens do céu. Com uma linguagem simples, divertida e por vezes até poética, o livro conduz o olhar das crianças para que observem atentamente o que acontece com a água, em seu infinito ciclo de evaporação e condensação. Por meio de informações científicas, fatos do cotidiano, curiosidades, experimentos simples, além de quadrinhas, parlendas e provérbios, o livro vai traçando um panorama variado para explicar fenômenos naturais complexos, de uma forma que os mais jovens possam compreender facilmente.

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2.O menino que lia nuvens

No céu azul, nuvens brancas, o Sol, um elefante… Um elefante? E tem mais! Uma bola de futebol! Conheça Aldebaran, um garoto calmo que adora ficar observando as formas das nuvens. Mas eis que começa a ver algo além das formas, algo além de seu presente, e de tanto olhar para o céu acaba encontrando o que sempre procurou. E você, já deu uma olhada no céu hoje?

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3.Nuvem feliz, Alice Ruiz e Edith Derdyk

Nuvens costumam ser muito temperamentais. Qualquer ventinho as empurra de um lado para o outro, e assim elas mudam de cor, e de humor, a todo momento. Mas uma coisa é certa: toda nuvem, desde pequena, sabe que um dia terá de chorar. Numa prosa que vem e vai como uma nuvem, e com desenhos que exploram as várias possibilidades da linha e da mancha, Alice Ruiz e Edith Derdyk criaram um livro poético e delicado, cujo final surpreende por sua generosidade diante da vida.

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4.Lizzy e a nuvem

Milo pode parecer uma nuvem meio fora de moda, mas Lizzy quer levá-lo para casa. Milo não é grande demais nem muito complicado. É perfeito. Cuidar de uma nuvem é um trabalho muito importante, e Lizzy leva isso a sério. Contudo, Milo começa a crescer, crescer e crescer. O que Lizzy vai fazer quando não houver mais espaço para ele?

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5.A fazedora de nuvens, Paula Vazone

Curiosa e ousada, Marina ama uma boa aventura. Quando ela encontra um mundo mágico e descobre como as nuvens são feitas, ela aprende também que nunca deve desistir das coisas importantes. Escrito por Paula Vasone e ilustrado por Evelin Salvatierra, esta história mostra o poder da imaginação na vida de todas as pessoas.

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6.Entre nuvens, André Neves

Essa é a história de uma menina que sonhava em ser como um pássaro para poder ter uma nuvem só para ela. “Ela pensava: ‘Lá em cima, alguma coisa existe. Deuses, fadas, anjos ou gente de verdade’.” Porém, na cidade em que vivia, ninguém tinha tempo para sonhar. A menina resolve subir na montanha mais alta daquele lugar para poder pegar uma nuvem. Nessa montanha vivia um menino. Ele não achava a menor graça em olhar o céu, mas achava o sorriso da menina a coisa mais bela do mundo. E para vê-la sorrir para sempre, ele deu o melhor presente que ela poderia imaginar…

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7.Brincando nas nuvens

Enquanto as nuvens se divertem no céu formando coisa que vêem,uma turma de crianças também brinca de descobrir o que estão aquelas nuvens desenhando, até levarem um baita susto com uma das imagens (um urso-polar. ).A história acontece em dois cenários diferentes. No céu,as nuvens brincam de abracadabra.Na terra,as crianças observam os formatos das nuvens e viajam na imaginação.A leitura do livro favorece o resgate da brincadeira espontânea e criativa,o contato com a natureza e o prazer da descoberta.

 

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8.Bicho de Nuvem

Esta singela história é sobre Dora, uma menina que adora olhar para o céu e apreciar os bichos que se formam nas nuvens. Seu pai não consegue olhar e enxergar como ela. Mas aos poucos, os dois vão descobrindo juntos uma forma de olhar, sentir e brincar com as nuvens.

Terceiro livro infantil do premiado escritor carioca Marcelo Moutinho, com inusitadas e criativas ilustrações da cearense Luci Sacoleira.

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Que tal olhar pro céu? Que tal brincar com as nuvens? Imaginar nas configurações efêmeras das nuvens, formas variadas: ovelhas, castelos, trombas de elefante, dragões?

Desta forma, o céu pode se tornar uma tela lúdica infinita para a imaginação da criança.

Que possamos encher mais nossos olhos de céu com nossas crianças!

Abraço carinhoso

Ana Lúcia Machado

 

 

Diversidade Etnocultural  – 20 Livros Infantis para falar sobre Diversidade com as crianças

Diversidade Etnocultural  – 20 Livros Infantis para falar sobre Diversidade com as crianças visando uma educação antirracista e humanizada.

A literatura infantil é uma ferramenta poderosa para abordar temas essenciais e promover valores de respeito, inclusão e empatia desde cedo. Livros que falam sobre diversidade etnocultural, abrem uma janela para o entendimento e a valorização das diversas etnias, culturas, e histórias que compõem o mundo em que vivemos. Esses livros ajudam as crianças a perceberem que o mundo é vasto e diverso, incentivando-as a apreciar e respeitar as diferenças e, ao mesmo tempo, reconhecer a riqueza de cada cultura.

Obras literárias que retratam diferentes tradições, línguas, estilos de vida e histórias de personagens de diversas origens e culturas, ampliam o repertório infantil, contribuindo para que as crianças se sintam inseridas e representadas. Além disso, essas histórias podem ajudar a combater preconceitos e estereótipos, promovendo um ambiente social empático e saudável.

O valor dessa abordagem não está apenas em mostrar a diversidade ao redor do mundo, mas também em fortalecer a identidade e a autoestima das crianças. Quando elas encontram personagens que refletem suas próprias experiências culturais e étnicas, sentem-se valorizadas e incluídas. Ao mesmo tempo, o contato com outras culturas fomenta a criação de uma sociedade inclusiva.

Autores e ilustradores que dedicam suas obras ao tema da diversidade etnocultural proporcionam uma experiência de leitura rica e educativa. De maneira sensível e envolvente esses livros são capazes de atrair o pequeno leitor abordando questões importantes para a formação da criança.

 


Confira a seleção de publicações que abordam esta temática:

20 Livros Infantis para Falar sobre Diversidade Etnocultural com as Crianças

1.A COR DE CORALINE

Autor e ilustrador Alexandre Rampazzo | Editora Rocquinho

Certa manhã a menina Coraline estava na sala de aula, quando um coleguinha se aproximou e disse: Me empresta o lápis cor de pele?  Essa pergunta deixou a menina intrigada. Ela olhou para sua caixa de lápis de cor e pensou:  Cor de qual pele? Coraline imaginou inúmeras possibilidades para atender o pedido do amigo e nos surpreende com a cor do lápis cor de pele que entregou a ele.

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2.GENTE DE COR COR DE GENTE                             

Autor e ilustrador Maurício Negro | Editora FTD

O livro-imagem parte do eufemismo “gente de cor” para tratar de questões urgentes, como preconceito, tolerância e diversidade. A cada virada de página, o leitor se depara com dois personagens: um tem a pele negra, o outro tem a pele de outra cor. Lado a lado, eles vivem momentos de fome, frio, medo, calor, raiva, diversão ou alegria. A obra usa os tons vibrantes e os contrastes para propor uma reflexão que ultrapassa os limites da questão racial e amplia a paleta de “cores de gente”.

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3.MENINA BONITA DO LAÇO DE FITA

Autora Ana Maria Machado |Ilustrador Claudius | Editora Ática

Uma linda menina negra desperta a admiração de um coelho branco, que deseja ter uma filha tão pretinha quanto ela. Cada vez que ele lhe pergunta qual o segredo de sua cor, ela inventa uma história. O coelho segue todos os “conselhos” da menina, mas continua branco. Esta narrativa delicada e tocante aborda temas como autoaceitação, respeito às diferenças e a beleza da diversidade. Com ilustrações encantadoras e uma mensagem poderosa, o livro convida os leitores a refletir sobre a importância de valorizar a singularidade de cada pessoa, independentemente de sua cor de pele.

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4.LÁPIS NOVOS PARA TODOS OS POVOS

Autor Jonas Ribeiro | Ilustradora Ana Laura Alvarenga |Editora Cortez

Quando ganha um caderno de desenho e uma caixa de lápis de cor, Raul nem imagina que também está ganhando do pai a oportunidade de mudar e transformar o mundo. O garoto desenha muitos povos nas páginas de seu valioso caderno, e os traços foram coloridos com tanta esperança e capricho que as pessoas de todos os povos parecem ter criado vida e passam a se tratar com mais respeito.

Será que, depois de muito pensar, Raul descobriu o verdadeiro lápis cor de pele? Será que esse esforçado desenhista é, de certa forma, responsável pela nova onda de respeito que está no ar e nas cores de todos os povos?

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5.OS DENGOS NA MORINGA DE VOINHA

Autora Ana Fátima | Ilustradora Fernanda Rodrigues | Editora Brinque Book

Nesse livro as relações familiares e a infância aproximam os dengos do passado tornando-os parte do presente. E quem conduz os leitores é a moringa ― uma vasilha de barro muito utilizada em territórios quilombolas ― que também é parte da família.

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6.ELMER

Autor David McKee | Ilustradora Monica Stahel |Editora WMF

Elmer é um elefante diferente de todos os outros: ele é xadrez. Um dia, cansado de ser diferente, ele resolve se pintar de cinza, para ficar igual a todos os outros. Esta obra fala sobre a sensação de ser diferente e a busca por pertencimento. Apesar de ser amado por todos, Elmer se sente desconfortável por ser diferente, o que o leva a tentar mudar sua aparência. No entanto, ao perceber que sua singularidade é justamente o que o torna especial, ele abraça sua diferença e descobre que a felicidade genuína nasce da aceitação de si mesmo.

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7.FLICTS

Autor e ilustrador Ziraldo | Editora Melhoramentos

Flicts é  uma cor que não está no arco-íris, se acha muito sem graça e tem dificuldades para fazer amigos e se enxergar no mundo.  Ao longo da história, ele se compara insistentemente com várias outras cores e fica chateado por não ter, por exemplo, a intensidade do vermelho, a imensidão do amarelo, nem a paz do azul. Ele procura insistentemente por um grupo que o aceite, mas parece não haver mais lugar na caixa de lápis de cor, na bandeira de nenhum país e tampouco no mar, que passa por tantas fases e é tão cheio de cores.

Será que realmente não existe Flicts em nada no mundo? Vai ser buscando entender mais sobre si mesmo e o que está a sua volta que essa cor tão diferente vai conseguir se encontrar de uma maneira muito especial.

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8.DIVERSIDADE

Autora Tatiana Belinky | Ilustrador Gilles Eduar | Editora FTD

Por meio de seus personagens, os bichos, a autora apresenta para as crianças, de maneira leve e lúdica, como são vastas as diferenças entre nós e como elas não nos tornam nem melhores, nem piores. Ao longo das páginas, é um delicioso passeio que vai mostrar o quanto a diversidade faz o mundo um lugar muito mais rico e divertido de se viver.

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9.OLELÊ

Autor Fabio Simões | Ilustradora Marília Pirillo | Editora Melhoramentos

Uma história da África que envolve uma cantiga “Olelê” cantada pelo povo que vivia à beira do Rio Cassai, na República Democrática do Congo, quando precisava fazer a travessia de barco na época das cheias. O ancião da aldeia, Kala, chama os mais novos assim: “Olelê, olelê!”, e assim meninos e as meninas entendem que é para a criançada se reunir, entrar nos barcos e começar a perigosa travessia.

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10.AMORAS

Autor Emicida | Ilustrador Aldo Fabrini | Editora Companhia das Letrinhas

Na música “Amoras”, Emicida canta: “Que a doçura das frutinhas sabor acalanto/ Fez a criança sozinha alcançar a conclusão/ Papai que bom, porque eu sou pretinha também”. E é a partir desse rap que um dos artistas brasileiros mais influentes da atualidade cria seu primeiro livro infantil e mostra a importância de nos reconhecermos no mundo e nos orgulharmos de quem somos — desde criança e para sempre.

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11.COM QUAL PENTEADO EU VOU?

Autora Kiusam de Oliveira | Ilustrador Rodrigo Andrade | Editora Melhoramentos

Para homenagear o bisavô, em sua festa de 100 anos, suas bisnetas e seus bisnetos irão escolher penteados lindos para participarem da comemoração. E cada familiar presenteará seu bisavô com a virtude mais poderosa que tem.

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12.QUE COR É A MINHA COR?

Autora Martha Rodrigues | Ilustrador Rubem Filho | Editora Mazza Edições

Essa historinha, conta a variação de cores e raças que formaram a nação brasileira. Uma menina negra procura saber qual é a sua cor. Procura na natureza, nos objetos, no lápis de cor… e descobre a beleza da diversidade humana.

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13.O PEQUENO PRÍNCIPE PRETO

Autor Rodrigo França | Ilustradora Juliana Barbosa Pereira | Editora Nova Fronteira

Em um minúsculo planeta, vive o Pequeno Príncipe Preto. Além dele, existe apenas uma árvore Baobá, sua única companheira. Quando chegam as ventanias, o menino viaja por diferentes planetas, espalhando o amor e a empatia.

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14.MEIA CURTA

Autora Andrezza Félix | Ilustrador Santiago Reis | Editora Mazza Edições

Esta é a história de como as não muito queridas meias curtas de uma pequena bailarina salvaram a vida dela. Mas para além dessa história, este é um livro sobre uma garotinha que não tem problemas com o espelho, que gosta de vestir-se para si mesma e de brincar com seu cabelo crespo.

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15.EI, VOCÊ!

Autor Dapo Adeola | Ilustrações diversos artistas | Editora Companhia das Letrinhas

Um livro que homenageia e celebra a vida de todas as crianças negras, apontando caminhos de esperança para o futuro e empoderando uma nova geração de sonhadores.

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16.NEGUINHA SIM

Autor Renato Gama | Ilustradora Bárbara Quintino | Editora Companhia das Letrinhas

A personagem desta história-canção é neguinha, sim! E muito feliz! Afinal, seu nariz é belo como as ondas do mar, seus olhos são de jabuticaba e ela tem um cabelo brilhante como sol. Essa menina honra e celebra sua ancestralidade, e sabe que carrega uma bagagem incrível e um futuro repleto de possibilidades.
Nas páginas deste livro, a canção Neguinha, sim! , de Renato Gama, exalta as identidades de todas as crianças negras. No final, o livro ainda traz a partitura e a cifra da canção para que pequenos e grandes leitores possam cantar e celebrar juntos com muita música, alegria e inspiração.

 

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17. O QUE HÁ DE ÁFRICA EM NÓS

Autor Walter Fraga, Wlamyra R. de Albuquerque  | Ilustrador Pablo Mayer  | Editora Moderna

Os personagens atravessam o oceano Atlântico, visitam outros períodos históricos, embarcam em navios e chegam a lugares e situações diferentes e contam a história sobre a presença africana no Brasil. Tudo começa com uma pergunta: Desde quando o mundo é mundo? Essa questão nos leva ao continente africano. As invenções dos primeiros grupos humanos que ali habitavam, a colonização portuguesa, a escravidão, as relações entre o Brasil e os países africanos e as criações culturais de africanos e seus descendentes em nosso país são alguns dos pontos de embarque rumo ao conhecimento sobre nossa história.

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18. CHAMA O SOL, MATIAS!

Autora: Sonia Rosa | Ilustrador Camilo Martins | Editora Oficina Raquel

Matias é um pequeno garoto que, frente a uma situação de adversidade, clama pelo sol, símbolo de esperança e felicidade que ao iluminar o universo, acende também o mundo da criança. A partir das imagens, de cores em tons fortes e vibrantes que se revela o fato de o protagonista e sua família serem indivíduos negros. Entra em cena aí a importante questão da representatividade no universo da literatura para crianças.

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19. EDUCANDO CRIANÇAS ANTIRRACISTAS

Autora Bárbara Carine | Ilustrador Pakapym | Editora Outro Planeta

A obra é uma proposta didática de enfrentamento às situações recorrentes de racismo que têm crescido nos espaços escolares de todo o Brasil e do mundo. No livro, a pequena Kieza convida seus novos coleguinhas da Escola dos Sonhos para conhecerem os princípios de convivência escolar a partir das bases do afeto, do cuidado, da positivação de si e do outro, bem como da equidade e da humanização coletiva. Tudo isso em linguagem leve, afetiva e efetiva voltada para a educação antirracista da escola básica na sua primeira infância.

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20. 12 BRINCADEIRAS AFRICANAS E INDÍGENAS

Autores Rogéria Andrade Barbosa, Yaguarê Yamã | Ilustrador Laerte Silvino | Editora Melhoramentos

Nyan e Guaripé são melhores amigos, eles moram e estudam na cidade de São Paulo, mas são originários de lugares muito distantes. Nyan é uma menina sudanesa que veio como refugiada, junto de sua família, para o Brasil. Guaripé é um garoto indígena, da nação Maraguá, que tem sua origem no Amazonas. Juntos eles irão apresentar doze brincadeiras típicas de suas culturas  Um trabalho de pesquisa que apresenta de forma simples como brincar.

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LEIA TAMBÉM: A cor do lápis cor de pele

 

Trabalhar durante todo o ano letivo a temática da cultura africana e indígena, não apenas em datas como o Dia da Consciência Negra (20/11) ou o Dia dos Povos Indígenas (19/04),  é de suma importância para combatermos o racismo estrutural em nossa sociedade.

Precisamos incentivar a leitura de livros infantis sobre diversidade etnocultural nas escolas, em casa e em espaços educativos para uma educação antirracista e humanizada. Incentivar o contato com essas histórias é investir em uma educação empática, em que o respeito e a valorização das diferenças são princípios fundamentais na formação das novas gerações.

Esta seleção de livros contou com a colaboração de Luciane Rosa @livrore-se – Pedagoga, Esp. Neuropsicopedagogia, Mestre e Doutora em Educação, e da Paula Regina Merise @paula_re19 – Pedagoga, Contadora de histórias e autora do livro ‘Bowie, o Guardião da Natureza’.

Ótima leitura!

Ah! Em breve publicarei uma seleção de livros sobre a cultura indígena. Aguarde!

Obs.: a imagem em destaque deste artigo é de Alexandre Rampazzo, do livro A cor de Coraline

Abraço afetuoso

Ana Lúcia Machado

Halloween Sustentável -Ideias de Brincadeiras Ecológicas e Criativas

Halloween Sustentável: Dicas de brincadeiras ecológicas para um Dia das Bruxas criativo e consciente usando elementos naturais gerando muita conexão com a natureza.

O Halloween, celebrado em 31 de outubro, é uma tradição com fortes raízes nos Estados Unidos, Canadá e Irlanda, que se popularizou globalmente.  Aqui no Brasil a data foi disseminada pelas escolas de língua estrangeira há mais de duas décadas e tornou-se tão popular quanto o Carnaval movimentando um mercado de artigos decorativos, fantasias, e festas temáticas.

Embora o Halloween seja associado a símbolos sombrios, como bruxas, morcegos, vampiros, aranhas, fantasmas, gatos pretos,  ele também pode ser uma oportunidade para criar atividades divertidas que incentivem o contato com a natureza e promovam a sustentabilidade.

Em vez de incentivar o consumo de itens descartáveis e comprados prontos, podemos criar brincadeiras e decorações que utilizem elementos naturais, promovendo uma celebração sustentável e criativa.

Podemos também despertar o olhar das crianças para a natureza e ainda incentivar o desenvolvimento de habilidades criativas por meio do fazer manual. Explore ideias de atividades ecológicas para um Halloween sustentável,  divertido e consciente! Confira aqui:

HALLOWEEN SUSTENTÁVEL

BRUXINHAS COM A FLOR ESPATÓDEA

Esta flor já nasceu com vocação para bruxa, naturalmente ela tem a forma perfeita de uma bruxinha, basta apenas acrescentar um pedaço fino de graveto atravessado por dentro da pétala para dar a ideia de uma vassoura e pronto, a bruxa está solta! Com umas seis dessas flores está formada uma convenção de bruxas!

 


MORCEGUINHO COM FOLHA PATA DE VACA

Para fazer um morceguinho com esta folha é só fazer um recorte na folha com as próprias mãos,  para formar a cabeça, depois dobrar a folha, segurar as duas faces na parte baixa e movimentar o cabinho da folha. Acompanhe no vídeo:


FOLHAS DECORATIVAS

As crianças também podem criar monstrinhos divertidos usando folhas naturais como “papel”. Depois de recolher folhas de formatos variados caídas pelo parque ou jardim, basta usar canetas de gel para desenhar olhos e bocas assustadoras ou engraçadas, transformando cada folha em um monstrinho único. Elas podem experimentar, com cores vibrantes, adicionar detalhes criativos, como cicatrizes, dentes e até cabelos arrepiados. Essa atividade simples não só evita o desperdício de papel, como incentiva o contato com a natureza e a imaginação. Depois, os monstrinhos podem decorar o espaço de Halloween de forma original e ecológica!

 


TEIA DE ARANHA

Para fazer uma teia de aranha com gravetos e barbante, junte três ou quatro gravetos formando um asterisco e amarre-os firmemente no centro. Com um barbante branco ou preto, comece a teia amarrando-o no centro e passando-o em torno dos gravetos em círculos, alternando entre eles. Você pode continuar até a borda, deixando interrupções irregulares para um visual mais natural. Fixe a ponta do barbante no final. Pendure a teia na parede ou porta para dar um toque assustador e autêntico à decoração.

 


POÇÕES MÁGICAS

Para um Halloween sustentável e criativo, as crianças podem criar “poções mágicas” com elementos naturais recolhidos por elas em um parque – folhas secas, pedrinhas, flores e galhos finos são ingredientes perfeitos! Num recipiente pode-se combinar água colorida usando papel crepon, com flores e folhas. Incentive as crianças a  inventar nomes e poderes mágicos para cada poção, estimulando a imaginação. Essa brincadeira saudável conecta as crianças à natureza e evita o uso de materiais sintéticos e descartáveis, proporcionando uma experiência mágica, divertida e ecológica!


SOMBRAS NA PAREDE

Para criar sombras assustadoras na parede, use uma lanterna ou abajur para projetar luz em uma superfície lisa. Com as mãos, faça formas como garras, morcegos ou rostos; mova os dedos lentamente para dar vida à sombra. Use também objetos domésticos: uma escova de cabelo pode parecer dentes, um garfo pode virar dedos finos e uma garrafa, uma cabeça fantasmagórica. Experimente diferentes ângulos para intensificar o efeito. Crianças e adultos podem inventar histórias assustadoras enquanto brincam, criando um ambiente misterioso e cheio de suspense perfeito para todos!


FANTASMINHA COM LENÇOL

Para uma fantasia pegue um lençol velho branco que cubra a criança completamente. Marque os locais dos olhos com cuidado, recortando ou desenhando os contornos. Para dar um toque divertido adicione uma “boca” com marcador preto. Ajuste o comprimento para evitar tropeços, cortando as pontas se necessário. Finalize com um cinto ou faixa na cintura para firmar o lençol. Essa fantasia simples e clássica é perfeita para um Halloween sustentável e dá um toque de mistério e diversão!


Veja esta outra ideia criativa – uma vassoura de bruxa, que tal fazer uma igual usando folhas de palmeira seca?

É encantador como a natureza pode se transformar em brinquedo, e muitas brincadeiras envolventes, não é mesmo? Então, e se você promovesse  um passeio com as crianças para procurar por elementos naturais que remetam aos símbolos do Halloween para comemorar a data de maneira sustentável?

Para complementar um Halloween sustentável, a leitura de livros de histórias de bruxas é uma atividade encantadora e fascinante. Mergulhar em contos mágicos despertam a curiosidade e a imaginação! Histórias sobre bruxas e criaturas fantásticas proporcionam aventuras emocionantes e podem inspirar muito mais atividades criativas!

FICA A DICA: 24 livros sobre histórias de bruxa

HALLOWEEN SUSTENTÁVEL

Com o Halloween sustentável, transformamos essa data em uma oportunidade de criatividade e respeito ao meio ambiente. Ao incorporar elementos naturais e reutilizar materiais, incentivamos as crianças a explorarem a natureza e usarem sua imaginação, criando memórias divertidas e ecológicas. Essa abordagem reduz o consumismo e reforça valores importantes, como o cuidado com o planeta. Com pequenas adaptações, comemoramos o Halloween de maneira consciente, inspirando atitudes sustentáveis ​​que podem ser levadas para toda a vida.

Não nos interessa vincular esta data ao sentido comercial, mas sim resgatar o significado ancestral celta de celebração da colheita, dos ciclos da natureza.

Gostou das sugestões de brincadeiras para um Halloween Sustentável? Compartilhe estas ideias com quem você sabe que irá curtir este conteúdo e ajude a espalhar maior consciência para um mundo sustentável.

Abraço carinhoso

Ana Lúcia Machado

Uso excessivo do digital

Este artigo fala sobre o uso excessivo do digital pelas crianças e traz 13 motivos para afastar as crianças das telas. Apresenta os efeitos negativos e impactos que o uso prolongado das telas pode ter na saúde mental, no desenvolvimento cognitivo, social, emocional da criança, além de problemas físicos relacionados.

Nas últimas décadas, o uso de dispositivos digitais tornou-se uma parte integral da vida moderna. Com o aumento da acessibilidade a smartphones, tablets e computadores, crianças têm cada vez mais contato com essas tecnologias desde a primeira infância.

A cada dia cresce o número de pais que liberam o uso dos celulares e tablets para bebês e crianças, para entretê-los e/ou mantê-los quietos. Mas já parou para observar como as crianças ficam quando estão em frente às telas?  – olhos esbugalhados fixos na tela, boca semi-aberta, cabeça baixa, postura corporal curvada, surdas ao seu entorno, num estado semelhante a hipnose.

Quais os prejuízos que o uso excessivo do digital pode acarretar ao desenvolvimento infantil? O que nós adultos, responsáveis pelas crianças e adolescentes, podemos fazer? Confira aqui:

USO EXCESSIVO DO DIGITAL 

13 MOTIVOS PARA AFASTAR AS CRIANÇAS DAS TELAS

 1.Impacto na Saúde Mental e Bem-Estar Psicológico

O aumento do uso do digital por crianças tem sido associado a um declínio no bem-estar psicológico. Crianças que passam mais de uma hora por dia em frente a telas digitais apresentam maior risco de desenvolver problemas emocionais, como ansiedade e depressão, (Twenge e Campbell, 2018). Este risco é ainda mais elevado em crianças que utilizam dispositivos sem supervisão e limites adequados.

Os dispositivos digitais podem induzir um estado de hipervigilância, onde as crianças estão constantemente expostas a estímulos visuais e auditivos. Isso não apenas interfere na capacidade de relaxar e descontrair, mas também aumenta os níveis de estresse. A comparação social, facilitada pelas redes sociais, também contribui para a diminuição da autoestima em crianças e adolescentes, que muitas vezes se sentem inadequados ao compararem suas vidas com as idealizações vistas online.

Exposição ao Estresse e Diminuição do Bem-Estar

Crianças pequenas, que ainda estão em processo de formação emocional, podem não estar preparadas para lidar com a pressão social e a constante exposição a conteúdos inadequados ou irreais. Assim, o tempo excessivo em telas pode criar barreiras para o desenvolvimento emocional saudável, levando à irritabilidade, problemas de controle emocional e maior vulnerabilidade a oscilações de humor.

 

2.Prejuízos no Desenvolvimento Cognitivo

O desenvolvimento cognitivo das crianças, especialmente na primeira infância, depende de estímulos variados, como brincadeiras ao ar livre em contato com a natureza, interação com outras crianças e exploração do ambiente. Elas precisam de atividades que estimulem o pensamento crítico, a resolução de problemas e a criatividade. O consumo passivo de conteúdo digital oferece pouco nesse sentido, limitando o desenvolvimento de habilidades cognitivas essenciais.

Crianças que passam muito tempo em telas digitais podem ter o desenvolvimento da substância branca do cérebro – crucial para a linguagem e o letramento – comprometido, (Hutton et al.,2019).

Diminuição da Atenção e Raciocínio Lógico

Além disso, sabemos que crianças que passam muito tempo em frente às telas apresentam maior risco de desenvolver sintomas de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), (Sahin e Ozdemir, 2018). A constante troca de estímulos em dispositivos digitais, como vídeos curtos e jogos rápidos, pode prejudicar a capacidade da criança de se concentrar por períodos prolongados, afetando o desenvolvimento de habilidades de raciocínio lógico e planejamento.

Dispositivos Digitais vs. Aprendizado Tradicional

Comparativamente, crianças que são incentivadas a participar de atividades que envolvem exploração prática, principalmente atividade feitas em ambientes naturais, além de leitura e interação social, tendem a desenvolver melhor suas capacidades cognitivas. O uso prolongado de dispositivos digitais muitas vezes retira a oportunidade de experimentação e aprendizagem ativa, trocando-a por um consumo passivo de conteúdo que empobrece a vida da criança.

 

3.Problemas Comportamentais e Sociais

O impacto do uso excessivo do digital também se estende ao comportamento e às interações sociais – provocando um aumento de comportamentos desafiadores, como hiperatividade e falta de controle emocional (Salo e Puntanen, 2020). Isso ocorre porque os dispositivos digitais proporcionam estímulos instantâneos e recompensas rápidas, incentivando comportamentos impulsivos e a busca constante por gratificação imediata.

Isolamento Social e Dificuldades de Socialização

Também foi observado que o uso excessivo do digital entre crianças de 2 a 5 anos está correlacionado com dificuldades na interação social, (Kostyrka-Allchorne et al., 2017),  dificuldade em estabelecer conexões emocionais com seus pares, o que pode prejudicar a socialização a longo prazo.

A falta de interações face a face, e de experiências compartilhadas impede a construção de habilidades sociais importantes, como empatia, capacidade de negociação e cooperação. Além disso, adolescentes que passam muito tempo online podem preferir a interação virtual em vez de conversas presenciais, o que pode isolá-los socialmente.

Redução do Convívio Social

As telas dão falsa sensação de convivência e vínculo. Convívio é olho no olho, é presença. E a falta de convivência física pode levar ao desenvolvimento de problemas de comunicação, como dificuldade em interpretar expressões faciais e linguagem corporal. O equilíbrio entre o uso de telas e as interações presenciais é crucial para um desenvolvimento social saudável.

A Influência do Ambiente Familiar

A falta de mediação parental no uso de dispositivos digitais pode exacerbar esses problemas comportamentais, (Shin e Li, 2017). Crianças que não têm limites adequados no uso da tecnologia estão mais propensas a se tornarem emocionalmente dependentes dos dispositivos, o que pode levar a comportamentos desafiadores, como resistência às regras,  impulsividade e até mesmo agressividade.

 

4.Dificuldades no Controle Executivo

O tempo excessivo de tela também afeta negativamente o desenvolvimento das funções executivas das crianças, como controle inibitório, flexibilidade cognitiva e planejamento, (Radesky e Christakis, 2016). As funções executivas são essenciais para que as crianças aprendam a controlar impulsos, gerenciar o tempo e resolver problemas de maneira eficaz.

Crianças que são expostas a uma grande quantidade de estímulos digitais rápidos podem ter mais dificuldade em desenvolver essas habilidades, especialmente se comparadas àquelas que participam de atividades que exigem maior atenção, paciência, como jogos de tabuleiro, leitura, montagem de quebra-cabeças, ou atividades que requerem um estado de contemplação, como visitas a museus ou passeios na natureza.

5.Comprometimento do Desenvolvimento Emocional

O acesso precoce e uso excessivo do digital pode comprometer o desenvolvimento emocional das crianças. Isso ocorre porque esses aparelhos muitas vezes substituem as interações sociais diretas, limitando a capacidade das crianças de desenvolver empatia, compreender os sentimentos dos outros e gerenciar suas próprias emoções.

Dificuldade em Lidar com Frustrações

Além do que, a constante busca por gratificação imediata proporcionada pelos jogos e aplicativos pode diminuir a tolerância à frustração. Crianças que se acostumam com recompensas rápidas podem ter dificuldade em lidar com situações que exigem paciência ou que envolvem resultados não imediatos.

 

6.Sedentarismo, aumento da inatividade corporal

Nossas crianças estão se movendo menos do que qualquer outra geração na história da humanidade; o tempo em ambientes fechados e o tempo de tela aumentaram assustadoramente. Enquanto recorremos com mais frequência a soluções cômodas baseadas em tecnologia, muitas tarefas que antes exigiam movimentação corporal agora são feitas com um simples toque dos dedos. Eliminamos assim o movimento do corpo, do qual nossa saúde física/mental depende, mas não eliminamos a necessidade de exercitação do nosso organismo.

Esse estilo de vida sedentário pode levar a problemas como obesidade, doenças cardiovasculares e distúrbios metabólicos. Crianças que passam mais de duas horas por dia em telas têm maior risco de desenvolver sobrepeso e complicações associadas. Ademais, a inatividade pode impactar negativamente o desenvolvimento motor, afetando a coordenação e a força muscular.

Para combater o sedentarismo, é fundamental incentivar atividades físicas regulares, como brincadeiras ao ar livre em ambientes naturais, prática de esportes, exercícios em família, promovendo um estilo de vida mais ativo e saudável.

 

7.Obesidade infantil

A inatividade corporal cria um ambiente propício para o ganho de peso excessivo. O consumo de alimentos não saudáveis, muitas vezes associado ao uso de dispositivos, agrava a situação. Crianças que assistem a programas de televisão ou jogam videogames tendem a consumir mais lanches calóricos e refrigerantes, exacerbando o risco de obesidade.

As consequências da obesidade infantil vão além do peso, incluindo problemas de saúde como diabetes tipo 2, hipertensão e distúrbios psicológicos. Para combater essa epidemia, é fundamental limitar o tempo de tela, colocar o corpo em movimento e incentivar hábitos alimentares saudáveis, criando um estilo de vida equilibrado.

 

8.Distúrbio do Sono Infantil

A saúde e desenvolvimento infantil sofrem impactos negativos com o excesso de telas e causam distúrbios significativos no sono das crianças, A exposição prolongada às telas, especialmente antes de dormir, interfere na produção de melatonina, o hormônio que regula o sono. A luz azul emitida por smartphones, tablets e computadores suprime a liberação dessa substância, dificultando o adormecimento, a qualidade e a duração do sono.

De mais a mais o conteúdo estimulante consumido pelas crianças, como jogos ou vídeos, pode mantê-las mentalmente ativas, prolongando o estado de alerta, causando problemas como insônia, dificuldade para manter um sono contínuo e gerando sonolência diurna.

Esses distúrbios do sono prejudicam o rendimento escolar, afetam o humor e aumentam o risco de problemas de saúde, como obesidade e déficit de atenção. Para garantir um sono saudável, é fundamental limitar o uso de telas, principalmente durante as horas que antecedem o momento de dormir.

 

CONFIRA ENTREVISTA no meu canal do Youtube –  Infância hiperdigitalizada  

 

9.Dependência 

O uso abusivo do digital é viciante, pode levar à dependência em crianças, um fenômeno cada vez mais observado por profissionais que atendem as crianças. O design de muitos aplicativos, jogos e redes sociais é criado para manter os usuários engajados por longos períodos, o que pode gerar um ciclo de uso compulsivo e dificuldades para limitar o tempo de tela.

Crianças que passam horas diárias em dispositivos digitais podem desenvolver sinais de dependência, como irritabilidade quando afastadas das telas, falta de interesse por outras atividades e dificuldades em socializar. Além disso, o uso excessivo de dispositivos digitais pode interferir no desenvolvimento emocional e cognitivo, uma vez que o cérebro em formação se adapta à gratificação imediata oferecida pelos jogos e vídeos online.

 

10.Alterações da Visão

O acesso precoce e uso excessivo do digital tem sido associado ao aumento de problemas de visão em crianças, como a miopia. A exposição prolongada a telas pode forçar os olhos a focarem objetos próximos por longos períodos, o que pode alterar o desenvolvimento ocular e resultar em miopia. Esse problema tem se tornado mais comum entre crianças que passam várias horas por dia em smartphones, tablets ou computadores, principalmente em ambientes fechados e com pouca luz natural.

Além da miopia, o tempo excessivo em dispositivos pode causar fadiga ocular digital, caracterizada por sintomas como visão embaçada, secura nos olhos e dores de cabeça. Isso ocorre porque a falta de pausas adequadas e a exposição prolongada à luz azul emitida pelas telas sobrecarregam os músculos oculares. Limitar o tempo de tela e incentivar atividades ao ar livre pode ajudar a prevenir esses problemas de visão.

 

11.Disfunções Posturais e Articulares

O uso excessivo do digital por crianças pode levar a disfunções posturais e articulares, um problema crescente na era digital. Passar longos períodos em frente a telas, muitas vezes em posturas inadequadas, como curvar-se sobre tablets ou smartphones, pode resultar em problemas como a “síndrome do pescoço de texto”, caracterizada por dor no pescoço e ombros devido à posição inclinada da cabeça.

Além disso, o uso prolongado de dispositivos em posições estáticas contribui para dores nas costas e desalinhamento da coluna, especialmente durante fases importantes do desenvolvimento físico. Crianças também podem desenvolver disfunções articulares nos punhos e mãos, como tendinites, devido ao uso repetitivo de teclados e telas sensíveis ao toque.

Esses problemas posturais podem afetar o crescimento saudável e causar dores crônicas a longo prazo. Incentivar pausas regulares, o uso de mobiliário ergonômico e a prática de atividades físicas pode ajudar a prevenir essas disfunções posturais e articulares.

 

LEIA TAMBÉM: INFÂNCIA DIGITAL – O PERIGO DA DESCONEXÃO COM A VIDA

12.Riscos Auditivos

A exposição prolongada a fones de ouvido e o volume elevado de músicas, vídeos e jogos podem causar danos permanentes à audição. Crianças que ouvem música em volumes excessivos têm maior probabilidade de desenvolver perda auditiva precoce e zumbido.

A falta de consciência sobre o volume seguro pode levar a um comportamento negligente, pois as crianças muitas vezes não percebem o dano que estão causando aos seus ouvidos. Os danos auditivos podem ser cumulativos e não apresentarem sintomas imediatos, dificultando a percepção do problema.

Para proteger a audição das crianças, é crucial estabelecer limites no volume dos dispositivos e incentivar o uso moderado de fones de ouvido. Promover pausas regulares durante o uso de dispositivos digitais também é fundamental para garantir a saúde auditiva e prevenir complicações a longo prazo.

 

13.Excesso de radiação

A exposição excessiva a dispositivos digitais levanta preocupações quanto aos possíveis efeitos da radiação eletromagnética emitida por esses aparelhos. Embora ainda existam debates sobre os impactos a longo prazo, algumas pesquisas indicam que crianças são mais vulneráveis à radiação, pois seus cérebros e corpos estão em fase de desenvolvimento, absorvendo uma quantidade maior de ondas eletromagnéticas em comparação aos adultos.

A exposição prolongada à radiação dos dispositivos digitais pode estar associada a possíveis problemas de saúde, como alterações no padrão de sono, dificuldades cognitivas e, em casos mais graves, riscos aumentados para doenças como tumores cerebrais a longo prazo.

Especialistas recomendam a limitação do tempo de uso de dispositivos por crianças, incentivando o uso moderado e adotando medidas de segurança, como manter os aparelhos longe da cabeça e do corpo.

 

USO EXCESSIVO DO DIGITAL

O EQUILÍBRIO É O CAMINHO

Embora a tecnologia ofereça benefícios, o acesso precoce e uso excessivo do digital pode ter consequências negativas para o desenvolvimento físico, mental e emocional das crianças e dos adultos também.

O uso excessivo do digital vai além da questão do tempo demasiado de telas. Inclui também aspectos como: algoritmo viciante, vídeos curtos que prejudicam o desenvolvimento cerebral, e ainda conteúdos inadequados tais como discursos de ódio, apostas online, pornografia, etc.

Fica claro que o acesso precoce e uso excessivo do digital impacta de forma  negativa o desenvolvimento das crianças prejudicando a saúde mental, o desenvolvimento cognitivo e as interações sociais, além de contribuir para problemas comportamentais, físicos e emocionais.

Portanto, é crucial que pais, educadores, terapeutas e cuidadores possam ajudar as crianças a navegar nesse mundo digital de forma saudável, estabelecendo limites claros para o uso de dispositivos digitais por crianças. Isso inclui promover a mediação parental adequada, monitorar o conteúdo acessado, reduzir o tempo de tela, incentivar a vida offline com atividades ao ar livre em contato com a terra, a água, plantas,  e animais.

Ao estabelecer um equilíbrio saudável entre o mundo digital e o físico, ajudamos nossas crianças a crescerem mais felizes, saudáveis e emocionalmente equilibradas. Colocar mais natureza no dia a dia das crianças é um excelente caminho. A natureza atua na vida da criança de maneira inteligente, executando um trabalho de excelência e ainda por cima gratuito! Você pode confiar!


Recomendações para aprofundamento do tema

Se você está preocupado com os impactos do acesso precoce e uso excessivo do digital, o documentário O Dilema das Redes Sociais” é uma recomendação essencial. Ele explora como as redes sociais são projetadas para manipular nossa atenção, moldar comportamentos e até afetar a saúde mental, destacando os perigos para crianças, adolescentes e adultos. O filme reúne especialistas em tecnologia que explicam como algoritmos criam um ciclo viciante de uso.

Outra dica é o programa Café Filosófico ‘Intoxicações Eletrônicas na Primeira Infância’., com a Dra. Julieta Jerusalinsky, psicanalista e especialista em desenvolvimento infantil. O programa traz uma reflexão  sobre os desafios que a tecnologia impõe na primeira infância e alerta para os riscos das chamadas “intoxicações eletrônicas”.

Para uma análise mais profunda, recomendo a leitura do livro Crescer saudavelmente no mundo das mídias digitais – Um guia de orientação para pais, professores e todos os demais responsáveis por crianças e jovens, de Michaela Glöckler. Um manual de orientações e esclarecimentos quanto aos perigos e riscos do uso indiscriminado das mídias digitais por crianças e jovens.

Indico também estes outros livros:

Fábrica de Cretinos Digitais, de Michel Desmurget

Geração Ansiosa, de Jonathan Haidt

Liberdade e Resistência na Economia da Atenção, de James Williams

Tanto Desmurget como Haidt abordam como a exposição precoce e excessiva às telas está prejudicando o desenvolvimento intelectual das crianças, enquanto Williams discute como a economia da atenção afeta nossa liberdade de pensamento e ação. Ele alerta sobre a existência de uma indústria inteira empenhada em capturar aquilo que cada um de nós tem de mais precioso: nosso tempo e nossa atenção. Esta indústria faz uso de técnicas sofisticadas de inteligência artificial, para nos manter conectado por muito mais tempo.

Esses são livros que trazem reflexões urgentes sobre o uso consciente da tecnologia e o impacto da economia digital nas futuras gerações.

Gostou deste post? Compartilhe suas experiências nos comentários e me diga como você tem equilibrado o uso da tecnologia com outras atividades para as crianças.

 

Abraço afetuoso

Ana Lúcia Machado

 

 

 

6 Lições que Aprendi com o livro “A Vida Secreta das Árvores”

“A Vida Secreta das Árvores”, de Peter Wohlleben, oferece uma visão fascinante do mundo das árvores, desvendando segredos que muitos de nós nem imaginamos. Wohlleben, engenheiro florestal, compartilha seu profundo conhecimento sobre a vida das árvores e nos ajuda a enxergá-las sob uma nova perspectiva.

Sabia que as árvores se comunicam entre si? Ou que elas formam laços familiares e têm memória? Essas são apenas algumas das lições que aprendi.

Prepare-se para ver as árvores com outros olhos – confira as seis lições que aprendi com esse livro:

6 Lições que Aprendi com o livro “A Vida Secreta das Árvores”

  1. As árvores se comunicam entre si

Uma das revelações mais surpreendentes de “A Vida Secreta das Árvores” é a ideia de que as árvores possuem uma forma de comunicação. Elas não apenas “vivem”, mas se comunicam umas com as outras através de sinais químicos. As raízes das árvores emitem substâncias que permitem “falar” com as árvores vizinhas e até compartilhar nutrientes. Esse tipo de comunicação subterrânea é conhecido como “a internet da floresta”. A floresta é uma comunidade colaborativa, e não apenas um grupo de organismos independentes

  1. As árvores têm laços familiares

Wohlleben destaca que as árvores formam laços profundos com suas “famílias”. Elas cuidam de suas “crias”, protegendo as árvores mais jovens e fornecendo nutrientes até que possam sobreviver por conta própria. Além disso, árvores de uma mesma espécie podem ajudar suas “irmãs” que estão em situações desfavoráveis, como aquelas que estão doentes ou que têm raízes danificadas. Essa descoberta nos leva a entender as florestas como ambientes onde a cooperação entre os indivíduos é essencial para a sobrevivência

  1. As árvores têm memória

Outra lição fascinante é que as árvores são capazes de reter “memórias” sobre eventos climáticos ou ambientais. Elas se adaptam lentamente ao longo do tempo, acumulando conhecimento sobre o clima e as condições de vida ao seu redor. Por exemplo, uma árvore que sobreviveu a uma seca aprenderá a lidar melhor com a falta de água, e esse conhecimento será transmitido para as próximas gerações. Isso nos ensina sobre a incrível resiliência da natureza e a capacidade das árvores de se ajustarem ao ambiente em constante mudança.

  1. A vida das árvores é extremamente lenta, mas rica

Ao longo do livro, fica claro que as árvores vivem em um ritmo muito mais lento do que o nosso. Elas crescem lentamente, curam-se lentamente e suas interações se desenrolam em um período de tempo que pode durar séculos. No entanto, apesar desse ritmo lento, a vida das árvores é extraordinariamente rica e complexa.  Isto nos faz refletir sobre a nossa própria relação com o tempo e a natureza, destacando a importância de apreciar os ciclos longos da vida, do crescimento e desenvolvimento.

  1. As florestas são ecossistemas interdependentes

Wohlleben descreve como as árvores de uma floresta dependem não apenas umas das outras, mas também de todo o ecossistema ao seu redor. Animais, fungos e bactérias desempenham papéis essenciais na saúde da floresta. Os fungos estabelecem simbioses com as raízes das árvores, ajudando na absorção de nutrientes e água. Nada na natureza vive isolado; tudo está interligado e a harmonia entre os diferentes organismos é fundamental para a saúde do ambiente.

  1. As árvores nos ensinam sobre paciência e conexão

Talvez a lição mais profunda de “A Vida Secreta das Árvores” seja a importância da paciência e da conexão. As árvores crescem lentamente, formando laços duradouros com outras árvores e vivendo em harmonia com o ecossistema ao redor. As árvores nos ensinam a desacelerar, a valorizar as conexões em nossas vidas e a perceber que, assim como elas, nossa existência também depende de como nos relacionamos com o mundo ao nosso redor.

Em síntese, “A Vida Secreta das Árvores” é uma obra que nos desafia a compreender a forma como vemos as florestas e, por extensão, a própria natureza. As lições que o livro nos ensinam não apenas ampliam nosso conhecimento sobre as árvores, mas também nos faz refletir sobre a interdependência de todos os seres vivos. As árvores, com suas redes de comunicação e seus ciclos lentos, têm muito a nos ensinar sobre paciência, cooperação e resiliência – virtudes que podemos cultivar em nossas próprias vidas.


Se você ficou curioso(a) e quer saber mais confira a resenha:

A Vida Secreta das Árvores – resenha

Em A Vida Secreta das Árvores, o autor Peter Wohlleben revela um mundo invisível das florestas, onde as árvores possuem uma existência complexa e interconectada, muito além do que os olhos podem ver. Wohlleben, um engenheiro florestal alemão, usa sua vasta experiência e observações para descrever as árvores como seres sociais, dotados de formas de comunicação e cooperação que são surpreendentemente semelhantes às de uma comunidade humana.

Logo no início, o autor desfaz a imagem tradicional de que as árvores são apenas seres passivos. Ele apresenta pesquisas científicas que mostram como elas podem “se comunicar” umas com as outras.

COMO AS ÁRVORES SE COMUNICAM

Quando uma árvore é atacada por insetos ou predadores, ela emite substâncias químicas voláteis pelo ar, que funcionam como um alerta para outras árvores próximas. Essas, por sua vez, recebem o “sinal” e podem ativar seus próprios mecanismos de defesa, como produzir toxinas para afastar os invasores. Essa linguagem aromática não só protege a árvore individual, mas cria uma rede de cooperação entre as árvores da floresta, permitindo que ajudem umas às outras a sobreviver.

Wohlleben descreve essa comunicação como uma forma de inteligência coletiva, a “internet da floresta”, desafiando a visão tradicional de que as árvores são organismos isolados e sem interação social.

UMA REDE DE CUIDADOS

O autor também explora como as árvores cuidam umas das outras. Ele revela, por exemplo, que árvores mais velhas e saudáveis ajudam as mais jovens e debilitadas a crescer, compartilhando água e nutrientes por meio das raízes interligadas. Essa visão de cooperação é um contraste interessante com a ideia de competição que geralmente associamos à natureza.

A LONGEVIDADE DAS ÁRVORES

Outro aspecto fascinante do livro é a discussão sobre a longevidade das árvores. Wohlleben descreve o ciclo de vida das florestas de maneira detalhada, explicando que as árvores podem viver por séculos ou até milênios. Ele fala sobre o papel essencial que as árvores desempenham no ecossistema, regulando o clima e fornecendo abrigo para inúmeras espécies de animais e plantas. O autor também critica a forma como a silvicultura moderna muitas vezes interfere nesse equilíbrio natural, acelerando o corte de árvores e reduzindo sua longevidade.

O estilo de escrita de Wohlleben é acessível e envolvente, tornando as informações científicas fáceis de entender. Ele combina suas experiências pessoais com descobertas científicas recentes, criando uma narrativa que prende a atenção do leitor, repleta de insights fascinantes.

AS ÁRVORES SOB UM NOVO OLHAR

A Vida Secreta das Árvores é uma leitura reveladora e inspiradora. Wohlleben nos convida a reconsiderar a maneira como enxergamos as árvores e as florestas, mostrando que elas são mais do que simples recursos naturais. Ele reforça a ideia de que as árvores são seres complexos, com habilidades que ainda estamos apenas começando a entender. Ao final, o livro deixa uma mensagem poderosa sobre a importância da preservação ambiental, destacando que, ao proteger as florestas, estamos garantindo a continuidade de um ecossistema vital para a sobrevivência do planeta.

Para aqueles interessados em biologia, ecologia ou simplesmente em aprender mais sobre a natureza, o livro A Vida Secreta das Árvores é uma obra imperdível que transforma nossa compreensão sobre o mundo natural.

Contra Capa do livro ‘A vida secreta das Árvores’

“E se tudo o que você sempre pensou saber a respeito das árvores estivesse errado? E se, apesar de tão diferentes de nós, descobríssemos que elas compartilham diversas características dos humanos? Nos últimos anos a ciência tem comprovado que as árvores e o homem têm muito mais em comum do que poderíamos imaginar. Assim como nós, elas se comunicam, mantêm relacionamentos, formam famílias, cuidam dos doentes e dos filhos, têm memória, defendem-se de agressores e competem ferozmente com outras espécies – às vezes, até com outras árvores da mesma espécie. Algumas são naturalmente solitárias, enquanto outras só conseguem viver plenamente se fizerem parte de uma comunidade. E, assim como nós, cada uma se adapta melhor a determinado ambiente. Em A vida secreta das árvores, o engenheiro florestal alemão Peter Wohlleben alia seus 20 anos de experiência às últimas descobertas científicas para examinar o dia a dia desses seres fantásticos. Com um ponto de vista surpreendente e inovador, o livro se tornou um fenômeno na Alemanha, entrou para a lista de mais vendidos do The New York Times e teve seus direitos negociados para 18 países. Essa viagem fascinante pela vida das árvores e florestas é um convite a repensarmos nossa relação com a natureza.”

Deixo a indicação do documentário: Árvores Inteligentes, disponível no Youtube com legenda em Português.

Sobre o autor: Peter Wohlleben (Bona, 1964) é um engenheiro florestal e divulgador científico alemão, conhecido por suas obras populares sobre temas ecológicos. Bacharel em Engenharia Florestal em Rotemburgo, começou a trabalhar como guarda florestal. Ele administra uma floresta de faias no município de Hümmel, na Alemanha.

Outros livros do autor:

A sabedoria secreta da natureza

A vida secreta dos animais

Conheça também a Biblioteca Verde do Educando Tudo Muda e os 12 livros sobre árvores para despertar o apreço das crianças pela natureza.

Abraço

Ana Lúcia Machado

DIA DAS CRIANÇAS MENSAGEM IMPORTANTE

Dia das Crianças – repensando o significado deste dia

Como sair do lugar comum e dar um novo sentido a esta data? De que forma podemos comemorar o Dia das Crianças sem ceder aos apelos mercadológicos da indústria de brinquedos e do entretenimento digital?

Que tal olhar seu entorno e perceber a quantidade de materiais do cotidiano que podem virar brinquedos nas mãos das crianças de forma criativa com o uso da imaginação?

São caixas de papelão, rolhas, caixinhas de fósforos, lenços, tampinhas de garrafa que podem se transformar em brinquedos incríveis.

E se você observar a natureza num passeio ao parque neste dia e descobrir o lúdico ao alcance das mãos? –  gravetos, sementes, folhas, pedrinhas, etc, que magicamente podem virar comidinhas nas brincadeiras de cozinha de lama por exemplo.

Já pensou como seria divertido organizar uma caça aos tesouros da natureza e depois propor às crianças a criação de um brinquedo ou brincadeira com esses achados?

Vamos conectar a criança ao mundo vivo e olhar para a vocação lúdica da natureza. Pense,  o que é um bom brinquedo?  O que é uma brincadeira potente?

Vamos refletir sobre a importância do brincar livre, do brincar em família, e nas possibilidades de viver o Dia das Crianças de um jeito diferente valorizando o que realmente importa para a saúde física e emocional das crianças, reconhecendo a importância das interações sociais e fortalecimento dos vínculos afetivos.

Logo, infância rica em vivências sensoriais e lúdicas não precisa de brinquedos industrializados e sim de experiências reais por meio do brincar livre em contato com o mundo natural. Além disso, essas experiências propiciam conhecimento do mundo, pois as crianças aprendem brincando.

Feliz Dia das Crianças com liberdade de ser e estar no mundo de um jeito diferente!

Abraços brincantes

Ana Lúcia Machado

 

Brincadeiras com flores na Primavera

Brincadeiras com flores na Primavera: experiências sensoriais lúdicas e criativas que conectam as crianças à natureza, estimulando imaginação, aprendizado e respeito pelo meio ambiente.

Na primavera, as flores se tornam não apenas um espetáculo de cores e aromas, mas também matéria prima natural e acessível para as brincadeiras infantis. As crianças, com sua imaginação criadora, transformam esses pequenos tesouros da natureza em invenções lúdicas, explorando a beleza e a diversidade que a estação oferece. Brincar com flores na primavera vai além de entretenimento e diversão; é uma forma das crianças se conectarem com o mundo natural ao admirar sua beleza, estimulando sua criatividade, sensibilidade e compreensão sobre o ciclo  da vida.

As brincadeiras com flores, como a criação de coroas florais, pulseiras e “comidinhas”, permitem que as crianças desenvolvam habilidades motoras finas, além de despertar o interesse pela natureza. Confeccionar arranjos, fazer mandalas são exemplos de como essas experiências sensoriais podem proporcionar descobertas encantadoras e muito aprendizado.

Além disso, essas atividades estimulam o desenvolvimento emocional, promovem o vínculo da criança com a terra, estimulam a curiosidade e a imaginação, revelando à criança que as formas da flora contêm as formas da vida e de todos os seres, como afirma Gandhy Piorski em ‘Brinquedos do Chão‘. Piorski ainda reforça que as brincadeiras com os materias advindos da natureza criam senso de parentesco, similitude e unidade à existência.

Portanto a primavera é um cenário perfeito para que as flores não sejam apenas contempladas, mas também manuseadas de forma criativa, educativa, e até mesmo terapêutica, transformando cada brincadeira em uma experiência única de aprendizado e conexão profunda com os  elementos da terra.

 

SOBRE A RIQUEZA DA FLORA BRASILEIRA

A flora brasileira é uma das mais ricas e diversas do mundo, abrigando uma imensidão de espécies. O Brasil é um verdadeiro tesouro natural, responsável por aproximadamente 20% da biodiversidade vegetal do planeta. A Amazônia, por exemplo, é casa de milhares de árvores, como a seringueira e o açaizeiro, enquanto o Cerrado, com suas árvores retorcidas e resistentes, possui uma flora adaptada às condições mais secas e calorosas.

A Mata Atlântica, outra joia da biodiversidade, é conhecida por suas plantas exuberantes, como bromélias e orquídeas, que encantam com suas formas e cores. Além de sua beleza, muitas delas têm importância ecológica, medicinal, estão presentes na culinária, além é claro de fazer parte do universo lúdico das crianças. Confira algumas sugestões de brincadeiras com flores:

 

BRINCADEIRAS COM FLORES NA PRIMAVERA

CAMINHAR SOB TAPETES COLORIDOS

Caminhar sobre tapetes coloridos de flores caídas no chão na primavera é uma experiência mágica para a criança. O chão se transforma em uma paleta vibrante de cores, com pétalas que cobrem o caminho, criando uma imagem encantadora e única. Cada passo neste tapete parece mais leve, enquanto a criança pode ainda explorar a textura e as formas das flores. O perfume doce das flores no ar e a sensação de pisar nas pétalas tornam o momento ainda mais sensorial, criando memórias afetivas inesquecíveis. Além da beleza, essa caminhada reforça a conexão com o ciclo das estações, ajudando a criança a apreciar a delicadeza da natureza e o seu constante renascimento.

 

UNHAS POSTIÇAS

Usar pétalas pequenas de flores sobrepostas nas próprias unhas fixando-as com saliva como se fossem unhas postiças. Para uma criança, usar pétalas pequenas de flores como se fossem unhas postiças, é uma brincadeira muito divertida. Ao escolher as flores que tenham pétalas pequenas, ela explora formas e cores da natureza de uma maneira inusitada. O toque delicado e cuidadoso das pétalas nas pontas dos dedos traz uma sensação suave, quase mágica, e a leveza das flores sobrepostas desperta a imaginação. A criança experimenta transformar suas unhas em algo único e encantador, conectando-se com a natureza de maneira simples e lúdica. O processo de pressionar as pétalas com saliva envolve o tato e a concentração, criando um momento íntimo e sensorial. Além disso, essa atividade desperta a curiosidade sobre a fragilidade e a beleza das flores. As pétalas da maria sem vergonha são ótimas para essa brincadeira.

 

COLORIR COM PÉTALAS DE FLORES

Colorir amassando e esfregando as pétalas de flores sob o papel é uma experiência sensorial surpreendente para a criança. Ao substituir tintas tradicionais por pétalas, ela descobre as cores e texturas naturais de forma espantosa. As tintas das flores são verdades da natureza, “verdades das profundezas” como afirma Gaston Bachelard.

O toque suave das flores nas mãos, o leve amassar das pétalas e a observação de como o pigmento se espalha no papel criam uma sensação de descoberta e experimentação. A criança aprende que a natureza é fonte de beleza e arte, percebendo nuances delicadas que variam de flor para flor. O aroma sutil das pétalas esmagadas adiciona outra camada sensorial, envolvendo o olfato no processo criativo. Ao ver o resultado final, com traços suaves que dão um efeito aquarelado, a criança se sente conectada ao processo natural, desenvolvendo uma apreciação pelo que a natureza oferece e uma visão diferente sobre as formas de expressar a criatividade.

GELO FLORAL

Flores congeladas – fazer gelo floral é uma experiência sensorial encantadora para a criança. Ao recolher flores pequenas no chão do jardim e colocá-las nas forminhas de gelo, a criança explora a textura e a forma das pétalas, envolvendo-se em um processo de descoberta da natureza. Cada flor escolhida traz cores e padrões únicos, transformando o simples ato de fazer gelo em uma atividade criativa e envolvente. O toque frio da água nas mãos ao preencher as forminhas e a expectativa ao esperar que o gelo se forme no congelador tornam o processo ainda mais emocionante. Quando os cubos de gelo florais estão prontos, a criança pode observar as flores suspensas dentro do gelo, criando um efeito visual fascinante. Além da diversão, essa atividade desperta a curiosidade sobre os elementos naturais e promove uma conexão especial com a natureza, incentivando a criatividade e a apreciação pela beleza simples ao redor.


Brincadeiras com flores na primavera

é apenas o começo de uma jornada lúdica e cheia de aprendizado que pode ser ampliada com brincadeiras de roda, canções, e também  com a leitura de livros infantis sobre a estação. Histórias que exploram a beleza e a magia da primavera ajudam as crianças a compreenderem melhor o ciclo das estações, a importância das flores e a conexão entre natureza e imaginação. Além disso, essas leituras despertam a curiosidade, incentivam a exploração ao ar livre e promovem o respeito pelo meio ambiente. Com histórias que inspiram aventuras entre flores e jardins, as crianças podem expandir suas brincadeiras e criar novas formas de interagir com a natureza, tornando a primavera um cenário para aprendizado, criatividade e descobertas. Confira algumas indicações de leitura:

A Primavera da Lagarta, Ruth Rocha

O Jardim Curioso, Peter Brown

De flor em flor, Jon Arno Lawson e Sydney Smith

De onde nascem as flores, Anna Charlie e Daniel Ianae

O Jardim Secreto,  Frances H. Burnett

O pote vazio, Demi

Estações, Daniel Munduruku

A Primavera de Vivaldi, Daniela Libanio

Para mais inspirações de brincadeiras com os elementos naturais conheça também o ‘Livro do Educador brincando com a natureza’.

Que possamos compreender a terra como matéria prima do brincar e oportunizar às nossas crianças experiências sensoriais lúdicas que enriqueçam suas infâncias e que assim como as flores na primavera, as crianças floresçam como expressão da força da natureza!

Abraço afetuoso

Ana Lúcia Machado