POR QUE NÃO ALFABETIZEI MEUS FILHOS ANTES DOS SETE ANOS E AS 6 CONSEQUÊNCIAS DA ALFABETIZAÇÃO PRECOCE

alfabetização precoce

“Brincar com crianças não é perder tempo, é ganhá-lo; se é triste ver meninos sem escola, mais triste ainda é vê-los sentados enfileirados em salas sem ar, com exercícios estéreis, sem valor para a formação do homem.”
Carlos Drummond de Andrade

Este é um relato sobre o por que não alfabetizei meus filhos antes dos sete anos e as 6 consequências da alfabetização precoce.

Tenho dois filhos. O mais velho, entrou na universidade este ano e a caçula está às vésperas de começar o ensino médio. O que me confere o distanciamento necessário para uma avaliação consciente do resultado das opções que fizemos em relação à  educação deles. Uma das opções, vou relatar aqui, por que não alfabetizei meus filhos antes dos sete anos, e apontar algumas das consequências da alfabetização precoce.

Quando o primogênito nasceu, caiu em minhas mãos um livro intitulado “Como ensinar os bebês a ler”. Como sou uma leitora contumaz, logo dei conta de conhecer o  método de alfabetização de bebês proposto nessa publicação.

Confesso que fiquei chocada e ainda depois de tantos anos, me lembro da sensação desconfortante que essa leitura me causou. No final do livro, havia textos poéticos de crianças alfabetizadas em tenra idade pelo método. Eram poemas que denotavam tal densidade, tamanha angústia nas entrelinhas, uma visão cinzenta do mundo, que me assustou e me fez perceber quão nefasta é a alfabetização precoce na vida de uma criança.

E logo entendi a verdadeira linguagem da criança pequena, e a forma como ela apreende e aprende o mundo. Quando o meu olhar e do meu bebê se encontravam, e um sorriso iluminado se abria em seu rostinho, com sons e aquele balbuciar característico dos bebês, ficou claro para mim que o ser humano é um ser brincante e que seu desenvolvimento e aprendizado está fundamentado numa linguagem lúdica.

Lembro também da minha irmã caçula, mais nova que eu 17 anos. Ela foi uma criança tão brincante! Levava tão a sério seu ofício de brincar! Passava horas e horas concentrada, criando brincadeiras, construindo seus brinquedos. Quando chegou a hora de ir para o 1º ano escolar e ser alfabetizada, seu desejo por brincar ainda era tão gritante, que minha mãe, em sua sabedoria foi até a escola e pediu para a diretora deixá-la  mais um ano na pré-escola. E assim foi que feliz da vida ela pôde amadurecer e se preparar para a alfabetização no ano seguinte, sem prejuízo algum à sua vida escolar.

consequências da alfabetização precoce

Foi observando o quanto as crianças precisam correr, pular, rolar, rodar, rir, e o quanto elas são curiosas, ávidas a explorar tudo que as cercam, que tive a certeza de que para meus filhos se desenvolverem de forma natural e saudável, o melhor a fazer seria favorecer o brincar. E desta forma optei por uma pré-escola com foco no brincar livre na natureza. O início do processo de alfabetização de ambos, só ocorreu a partir dos 7 anos, quando eles estavam prontos e maduros para as atividades intelectuais.

 

 

A NATUREZA COMO ESCOLA DA VIDA

A natureza é uma grande mestra e criança aprende brincando. O brincar é uma atividade espontânea e nata em toda criança. O brincar ensina tudo o que os pequenos precisam aprender. Paulo Freire diz: “Primeiro a criança lê o mundo para depois ler as letras.” No contato com a natureza a criança aprende o que não pode ser ensinado nem pelos pais, nem por professores. A necessidade da criança de movimento é imensa e constante, isto a leva a conhecer e explorar o mundo que a cerca.  As vivências e brincadeiras ao ar livre proporcionam  inúmeras conquistas:

-Autonomia e segurança

-Conhecimento do próprio corpo,

-Habilidades motoras, destreza e equilíbrio corporal

-Florescimento da imaginação e fantasia

-Interesse e encantamento pelo mundo

-Vitalidade e saúde

 

Olhar uma criança brincando é reaprender a dimensão do humano. Quando brinca, a criança está inteira na brincadeira. Ela brinca com todo o seu ser.

alfabetização precoce

Entretanto, o livre brincar está em declínio na sociedade contemporânea. Infelizmente a Educação Infantil está cada dia mais parecida com o Ensino Fundamental, por causa da ênfase na alfabetização. Atividades que requerem que a criança seja capaz de se sentar em uma mesa e completar uma tarefa usando lápis e papel, que antes estavam restritas às crianças de 5 e 6 anos de idade, são agora dirigidas às crianças ainda mais novas, que não têm habilidades motoras e não têm a capacidade de concentração para isso, com exigências de que devem concluir seus trabalhos e atividades, antes que possam ir brincar. O sistema escolar tradicional tem produzido crianças completamente desinteressadas pela escola.

As consequências da pressão escolar e alfabetização precoce são muito sérias e devemos estar atentos a elas:

alfabetização precoce

 

1)Desvitalização  do organismo,

2)Empobrecimento da capacidade imaginativa e criativa

3)Apatia, desinteresse pelo mundo

4) Dificuldades  nos relações sociais

5) Agressividade

6)Stress infantil

 

 

Crianças que são tolhidas na sua necessidade de brincar terão dificuldades de decodificar o mundo. Stuart Brown, psiquiatra americano, pioneiro na pesquisa sobre o brincar, em seus estudos profundos sobre histórias de vida de assassinos e alcoólatras, descobriu a ausência do brincar na vida dessas pessoas. Seus anos de prática clínica comprovam que brincar bastante na infância gera adultos felizes e bem sucedidos e a capacidade de continuar nutrindo este ser brincante que somos, nos mantém joviais e saudáveis ao longo da vida. Brincar é vital.

alfabetização precoce

Brincar, como disse Albert Einstein, é a forma mais plena de fazer ciência, de explorar e investigar as coisas.

Sei que remar contra a maré é mais difícil, mas neste caso vale a pena. Vale questionar o sistema, questionar a alfabetização precoce e defender o direito das crianças viverem a infância como deve ser, com respeito, em sua plenitude, encanto e beleza. Como tão bem versejou Fernando Pessoa,

Quando as crianças brincam

E eu as oiço brincar,

Qualquer coisa em minha alma

Começa a se alegrar.

E toda aquela infância

Que não tive me vem,

Numa onda de alegria

Que não foi de ninguém.

Se quem fui é enigma,

E quem serei visão,

Quem sou ao menos sinta

Isto no coração.

Abraço

Ana Lúcia Machado

17 de outubro de 2016

88 Comments

  1. Responder

    Roberta Fernandes

    4 de outubro de 2016

    Acredito que a criança dá sinais que está pronta para alfabetização, se este processo tem sido cansativo é porque a criança ainda não amadureceu. O mais triste de tudo o que você relatou no texto é que se hoje a educação infantil virou ensino fundamental é porque os pais exigem isso das escolas, o brincar não é valorizado, os pais não enxergam a importância do brincar para o desenvolvimento da criança.

    • Responder

      Ana Lúcia Machado

      4 de outubro de 2016

      Por isso que é importante relatos de crianças que foram alfabetizadas a partir dos sete anos e que tiveram uma vida escolar de sucesso, e que brincaram bastante aproveitando o tempo da infância com alegria e acima de tudo puderam desenvolver gratidão e admiração pelo mundo.

      • Responder

        Ana Carolina Rodrigues

        25 de outubro de 2016

        Oi Ana, tudo bem?
        Fui uma dessas crianças que foi alfabetizada cedo. Mas no meu caso foi tão natural que chegou a ser quase uma brincadeira. Eu pedia que as pessoas lessem para mim os gibis da Turma da Monica, decorava as histórias e aprendi a ler por associação, aos 2 anos e meio. Minha avó, percebendo a facilidade, estimulou, e aos 3 anos e meio eu já escrevia. Tudo na tranquilidade, sem perder a infância, como muitos alegam. Tive problemas ao ir para a pré-escola, pois não me adaptava ao ritmo das aulas (chegando ao ponto de chamar uma professora de burra, olha a delinquente infantil). Foi uma luta para me adiantar de série. Enfim, estou aqui hoje aos 30 anos, tendo feito vestibular aos 15, feliz da vida, e sempre aprovei o método em que fui alfabetizada.
        Acredito que o grande problema é o que a amiga do comentário acima falou, precisamos acima de tudo observar o ritmo da criança, pois se ela tem facilidade, e está levando tudo com naturalidade, por que não estimular? Acho que os pais e as escolas não estão preparados para lidar tanto com a criança que não quer ainda largar a fase das brincadeiras, como com aquela que tem mais facilidade de aprender.
        Mas isso não é algo a se resolver a curto prazo…. exige reforma tanto na linha de pensamento dos pais quanto na maneira de educar das escolas….
        De qualquer forma seus argumentos são ótimos! Mas é sempre bom ver o outro lado, não é?

        • Responder

          Ana Lúcia Machado

          25 de outubro de 2016

          Obrigada por compartilhar sua história pessoal. O direito ao tempo de ser criança e o seu desenvolvimento integral deve ser o fio condutor no processo educativo. abraço carinhoso

    • Responder

      Leandro A Barichello

      8 de outubro de 2016

      Boa tarde,
      Quantas descobertas no decorrer das décadas, quantos métodos, muitos abandonados com culpa, outras semi-preservadas. De Freud aos psicólogos de boteco aos aventureiros mercenários para pais principiantes e desesperados, todos de certa forma contribuíram para chegarmos até aqui. Muitos ainda contribuiram até quebrarmos todas as resistências e chegarmos no modelo ideal.
      O modelo ideal é que o ser humano é moldado por ele mesmo, e independente do que ocorra vai existir um ponto em sua vida em que ele vai ter a oportunidade de ter o controle da sua vida, do seu pensamento, do seu passado, do seu presente. Não importa onde estudou, os traumas, os amigos, a situação econômica ou social, nada vai importar, existe uma janela que se aproveitada nivela a todos e coloca cada um no controle de si mesmo.
      E este mundo de coisas criadas para vender livros, revistas, remédios, psicólogos e uma infinidade de objetos de consumo vai desaparecer, ao menos para este que aproveitar este “espaço”, certamente existirá para aqueles que resistirem.

      • Responder

        Ana Lúcia Machado

        10 de outubro de 2016

        Grata pelo retorno Leandro. Com certeza o caminho de autoconhecimento e autoeducação é o que constrói um ser humano integral.

    • Responder

      Damaris

      15 de outubro de 2016

      Não concordo com seu Pinto de vista. Este mesmo livro no qual vir as caiu em minhas mãos quando minha filga era bebe. Eu o li e fiz uso dele.
      Alfabetizei minha filga brincando com as letras, assim como bricava com suas bonecas, sem lhe impor uma obrigação….
      Ela aprendeu a ler ainda bebd e isto não lhe causou um impacto negativo na vida adulta e nem medmo durante seu desenvolvimento.
      Hoje ela tem 29 anos, é inteligente,pró ativa e feliz.
      A criança precisa sim brincar, mas pode aprender brincando…

      • Responder

        Ana Lúcia Machado

        15 de outubro de 2016

        Há uma sabedoria incrível nas palavras de Paulo Freire: “Primeiro a criança lê o mundo para depois ler as letras”. É lindo acompanhar o desenvolvimento natural da criança, ANDAR – FALAR – PENSAR, e ver seu amadurecimento. Aos poucos acontece um despertar espontâneo pelo letramento, um desejo que nasce no interior da criança, que passo a passo segue fazendo suas próprias descobertas. Acredito na riqueza e consistência desse processo natural de aprendizagem, de dentro para fora. Obrigada por sua participação Damaris.

        • Responder

          Fabrício

          21 de outubro de 2016

          Oi Ana,

          Parabéns pelo texto, excelente como sempre! E obrigado por compartilhar.

          Comentei respondendo este comentário, porque tenho duas filhas, uma já adulta (24 anos) e outra começando a vida (com 3 anos e quase 8 meses). Temperamentos bem diferentes.

          A mais nova já reconhece algumas letras, claro que provavelmente estimulada na creche-escola… Mas em casa ela brinca com as letras e demonstra interesse em reconhecer outras além da dela (a letra do papai, da mamãe, da irmã e assim por diante). Tudo em tom de brincadeira, mesmo!

          Isto seria um aprendizado “de dentro para fora”, ou não?

          Um abraço,
          Fabrício

          • Ana Lúcia Machado

            22 de outubro de 2016

            Olá Fabrício, agradeço seu comentário. A criança pequena é puro movimento e por meio dele toma posse do seu corpo, ao mesmo tempo que apreende o ambiente através dos órgãos do sentido. E o curioso é que a partir dos 3 anos, ela passa a interagir com o mundo por meio da imaginação. Sendo assim é uma fase riquíssima para contar histórias e alimentar a riqueza do universo infantil, que servirá mais tarde de solo fértil e preparação para a etapa da alfabetização.Garantir à criança amplitude de movimento, percepção de mundo através do tato, visão, audição, olfato, paladar e nutrir sua imaginação deixando-a brincar livremente, trará a prontidão para a etapa do desenvolvimento cognitivo.

    • Responder

      Saulo Teles

      13 de novembro de 2016

      Boa tarde, sou odontologo, observo no consultório através de anamnese que crianças que saem mto cedo de perto dos pais para irem a escolas, apresentam sérios problemas posturais e emocionais como falta de vedamento labial, mal oclusões como falta de espaço para os dentes, mal relação entre maxila e mandíbula, postura corporal adenoideana, enfermidades características como rinites, bronquites, sinusites, etc, medos, inseguranças, distúrbios de aprendizagem, etc… Antigamente só íamos a escola com 7 anos, eramos alfabetizados em casa através de leitura de historinhas, etc…isso pq. a primeira infância do homo sapiens são 7 anos que deveriam ser vividos em casa , na família. Essa atitude evitaria mtos mas mtos problemas futuros. Obrigado pelo maravilhoso texto.

      • Responder

        admin

        13 de novembro de 2016

        Saulo, agradeço seu importante comentário e a riqueza de suas observações no seu campo de atuação profissional. abraço

  2. Responder

    Pilar Tetilla Manzano Borba

    5 de outubro de 2016

    Maravilhoso depoimento.
    Salvemos a infância deixando a criança brincar.
    A alfabetização chegará no momento em que a criança estiver madura para isso. Ela própria nos mostrará quando.

    • Responder

      Ana Lúcia Machado

      5 de outubro de 2016

      O brincar é o motor da infância e a infância a base sob a qual o homem edifica a sua vida,não é mesmo? forte abraço

    • Responder

      Ana Lúcia Machado

      10 de outubro de 2016

      Pilar, grata por seu retorno.

  3. Responder

    Oliver

    5 de outubro de 2016

    Aprendi a ler e escrever com 4 anos pq pedi pra minha prima (que tinha 9 na época) me ensinar. Nunca fui de brincar com outras crianças nem nada assim, achava aprender a escrever mais legal do que brincar. Eu via “aprender a ler e escrever” como uma brincadeira.

    • Responder

      Ana Lúcia Machado

      5 de outubro de 2016

      Cada criança possue nuances diferenciadas. A imitação é uma forte característica da criança, neste caso a prima foi uma forte referência. Querer ler partiu de dentro, não foi algo imposto pelos pais ou sistema educacional.

      • Responder

        Oliver

        7 de outubro de 2016

        Na verdade não, é que nenhum adulto queria me ensinar e eu queria muito aprender, aí pedi pra minha prima algumas vezes até ela concordar. …e ainda tive que “pagar” dando minha sobremesa pra ela nos almoços de família, haha.

  4. Responder

    Silene cardoso

    6 de outubro de 2016

    Olá, tenho um filho de 4 anos em escola pública de Paulínia SP, famosa pela ótima qualidade de vida. Ele irá para o primeiro ano com quase sete anos, pois faz aniversário em maio. Achei ótimo, quero mesmo que brinque muito. Acredito que brincar o faz feliz e tem uma parcela enorme em seu aprendizado.

    • Responder

      Ana Lúcia Machado

      10 de outubro de 2016

      Silene, agradeço sua participação. Que ótimo saber a respeito dessa escola em Paulínia-SP!

  5. Responder

    Cristina

    6 de outubro de 2016

    Ótimo texto/ reflexão. Coloquei meu filho de 4 anos na escola, notei que em meses ele havia regredido o comportamento. Ficou mais agressivo, não queria mais fazer cocô e passou a sentir medo, imediatamente retirei ele da escola e graças a Deus hoje está melhorando, sem escola por enquanto, pois não encontro escola que ofereça mais recreação do que ” alfabetização”. Antes mesmo de entrar para a escola ele já tinha noção de ” matemática” e escrita por si só, isso através da brincadeira e de maneira lúdica com os próprios jogos e brincadeiras.
    Triste realidade.

    • Responder

      Ana Lúcia Machado

      10 de outubro de 2016

      Oi Cristina, agradeço o relato da sua experiência. Muito importante conhecermos histórias como a sua.

  6. Responder

    Lílian Delgado

    7 de outubro de 2016

    Tenho um filho de 2 anos e 3 meses que ainda não frequenta a escola, porém já sabe todas as letras do alfabeto, cores e conta de 1 a 10, ele é bem esperto para a idade e aprende muito com desenhos e brincadeiras em casa mesmo. Minha dúvida em colocar ou não na escola seria em relação a interagir com outras crianças, a criança precisa mesmo dessa fase ? Pois em relação a aprendizado, não vejo necessidade, ele já sabe muito mais coisas que amiguinhos mais velhos que frequentam a escola. Me ajude, por favor !!

    • Responder

      Ana Lúcia Machado

      9 de outubro de 2016

      Lilian, nessa fase o que importa mesmo para a criança é o brincar livre. O conhecimento e domínio do próprio corpo, a conquista do equilíbrio, aguçar os sentidos, isso é o que conta para o desenvolvimento saudável nessa idade. Se a criança tiver priminhos, crianças na vizinhança ou mesmo crianças que encontre ao brincar com regularidade em parques, praças, já é o suficiente.

  7. Responder

    Viviane Damasio

    8 de outubro de 2016

    Meu filho tem 5 anos e este ano está em uma escola tradicional e a dias tenho notado exatamente isso os espaços para brincadeiras são curtos e a professora me falou que serão menores o ano que vem. Percebo que ele ainda não está maduro para a alfabetização e precisa muito brincar!! Adorei seu texto veio muito de encontro com o que tenho pensado e esclareceu algumas dúvidas!!!

    • Responder

      Ana Lúcia Machado

      10 de outubro de 2016

      Viviane, obrigada por compartilhar suas percepções.

  8. Responder

    Sandra Valeria

    9 de outubro de 2016

    Bom texto e reflexão, gostei pois vou começar carreira na área da educação infantil e isto me idéias de como agir.

    • Responder

      Ana Lúcia Machado

      10 de outubro de 2016

      Sandra, que satisfação em saber que escolheu uma carreira numa área tão importante e encantadora. Parabéns e sucesso!

  9. Responder

    Marcela

    10 de outubro de 2016

    Texto perfeito!!! É realmente tudo isso que foi relatado. As crianças precisam e devem brincar.

    • Responder

      Ana Lúcia Machado

      10 de outubro de 2016

      Obrigada Marcela pela participação.

  10. Responder

    Luciana

    10 de outubro de 2016

    Ana Lúcia, meu filho acaba de completar 1 ano, e o que tenho visto depois que adentrei ao mundo materno é a “necessidade” que as mães (principalmente) têm de verem seus filhos “precoces”. Andar mais cedo, falar mais cedo, capacidade de realizar atividade de crianças maiores. Isso me assusta.
    Meu filho, com exatamente 1 ano e 2 semanas, não anda, não fala NADA, apenas faz coisas que são pertinentes à idade dele. Não tenho pressa em vê-lo andar, falar, escrever, pois sei que isso é algo que virá naturalmente com a maturidade.
    Hoje em dia há uma triste disputa das mães em falar “ah, meu filha já faz isso”, “nossa, seu filho ainda não não fala?, o meu com essa idade já falava “até inglês””, e isso gera uma cerra ansiedade nas novas mães.
    A gente cria uma certa neura com tanta informação hoje em dia.
    Não ensino nada a meu filho, deixo ele explorar os brinquedos e aprender sozinho. Outro dia minha sogra deu uma garrafinha de agua vazia a ele. Ele pegou a tampinha e queria tampar. Achamos super legal, pois isso certamente foi algo que ele viu a gente fazendo, captou, guardou e usou quando teve oportunidade, mas nunca ficamos impondo e ensinando que ele devesse aprender a tampar uma garrafa, oras, ele tem 1 ano, pra quê tem que saber tampar uma garrafa se ele nem vai usa-la?

    Muito bom seu texto, vou compartilha-lo com minhas amigas.

    Grande abraço e desculpa pelo texto longo.

    • Responder

      Ana Lúcia Machado

      10 de outubro de 2016

      Lindo seu depoimento Luciana. Grata por compartilhar sua experiência conosco, ela é muito importante para os pais em geral. A criança pequena é pura imitação, ela capta o mundo que a cerca para depois reproduzi-lo. Por isso é tão importante cuidarmos do ambiente da criança. Fique com a gente. Grande abraço

  11. Responder

    Aline

    10 de outubro de 2016

    Oi tenho uma filha de 5 anos que está frequentando a pré escola,estou com uma dúvida, pois ano quem vem ela ira para o primeiro ano com 6 anos( vai fazer em maio )sendo que seus colegas estarāo com 7 anos portanto sua professora diz que não tem dificuldade no aprendizado! O que posso fazer Ana Lúcia Machado ?

    • Responder

      Ana Lúcia Machado

      11 de outubro de 2016

      Oi Aline, observar as crianças é muito importante. Elas revelam muita coisa no seu comportamento, maneira de brincar, nos dão muitos sinais. Você deve acompanhar atentamente sua filha para perceber se o tempo de amadurecimento dela está sendo respeitado. forte abraço

  12. Responder

    Elinea

    10 de outubro de 2016

    Crianças devem brincar sim, com toda certeza. Mas nos dias atuais, percebemos que a criança perdeu um pouco essa referencia, e sente-se perdida quanto a isso, pois a televisão e os computadores, tablets e celulares fazem esse papel. É fácil falar da alfabetização aos 7 anos de idade quando se pode acompanhar plenamente a educação de seu filho, mas quando o dever nos chama, temos que colocá-lo na escola sim e procurar por uma que atenda aos nossos requisitos e necessidades. A criança pode brincar e aprender na escola também, mas o tempo com a família deve ser mais valorizado.

    • Responder

      Ana Lúcia Machado

      11 de outubro de 2016

      Concordo com você Elinea, é importante resgatar o brincar da criança de forma amorosa, tanto no ambiente familiar,como na escola. Agradeço sua participação.

  13. Responder

    Ana Roberta

    11 de outubro de 2016

    Amei seu texto e concordo inteiramente com suas palavras.
    Meu filho (2 anos e 10 meses) estuda em uma escola que adota a metodologia sócio-construtivista. Brinca o tempo todo e aprende muito brincando. A aula q ele mais gosta é a de música. É lindo vê-lo, e a seus coleguinhas, na frente do professor de música, – pulando, dançando e cantarolando! Os olhos brilham de admiração pelo professor.
    Em casa é sempre doce e gentil, e acho q isso tem muito a ver com a educação q recebe, dentro e fora de casa. Entende o quanto respeitamos a sua infância.
    Outro aspecto interesssnte na sua educação, é que a preocupação com o outro está sempre presente. Sempre pergunta se há algum problema, se pode ajudar, se está tudo bem. Adora dizer frases como “eu gosto de você”, “estava com saudades de você”, “quer brincar comigo?”.
    Não tenho pressa para q se alfabetize, e quero q seja um processo natural, e sei q será.
    Beijos, Ana Roberta.

    • Responder

      Ana Lúcia Machado

      11 de outubro de 2016

      Lindo de viver a infância desta maneira respeitosa, cuidadosa, com amor! Que gostoso ler seu relato! Obrigada por sua participação. bjs

  14. Responder

    Humberto Kawai

    12 de outubro de 2016

    Meu filho aprendeu a ler sozinho, com 1 ano de idade. Não tinha ninguém mais levado que ele, corria e brincava e pulava o tempo todo. Não entendi por que ser alfabetizado e brincar são coisas incompatíveis. Só crianças desinformadas e desprovidas conhecimento conseguem se divertir? Essa noção de que ensinar e prover conhecimento e informações é sinônimo de torturar é meio medieval, não acha?

    • Responder

      Ana Lúcia Machado

      12 de outubro de 2016

      Há fases de desenvolvimento da criança e tempo para tudo. Cada fase prepara a criança para a próxima, que exigirá dela uma prontidão que foi vivenciada em seu corpo e pelos órgãos dos sentidos. A primeira grande conquista da criança é o ANDAR, depois FALAR e por fim o PENSAR. Toda vez que avançamos etapas para as quais a criança ainda não amadureceu totalmente, interferimos de forma negativa no seu desenvolvimento, podendo ter reflexos em algum momento da vida deste indivíduo.

      • Responder

        Humberto Kawai

        18 de outubro de 2016

        Toda vez que impedimos que a criança avance para a fase que ela já está preparada para adquirir efetuamos uma violência contra ela. Vivenciei esse tipo de preconceito ao contrário na prática. Minha filha já estava alfabetizada no Jardim, e ao se darem conta disso, as outras crianças também manifestaram interesse em aprender a ler. No final do ano, elas estavam alfabetizadas também, sem nenhum trauma. Já no caso do meu filho, em outra escola que seguia essa linha impositiva de que “alfabetizar tem idade certa”, a professora e a diretora ficaram escandalizadas por meu filho saber ler. Fui praticamente convidado a tirá-lo daquela escola porque ele estava “interferindo no desenvolvimento NATURAL dos coleguinhas”. Acho isso um absurdo! Eu não impus o desenvolvimento a meu filho, ele aprendeu a ler sozinho porque quis e porque já estava apto a fazê-lo. Impedir que isso se manifeste e dizer que esse tipo de progresso é prejudicial a seu bem-estar emocional me parece muito retrógrado. Muitas crianças estão nascendo com capacidades bem superiores ao que era esperado pelas “cartilhas pedagógicas” que impõem idades específicas para que elas adquiram esta ou aquela aptidão. Essa imposição é uma violência, e faz crianças dotadas serem discriminadas e humilhadas. Oponho-me veementemente a esse tipo de ideia preconcebida.

        • Responder

          Ana Lúcia Machado

          18 de outubro de 2016

          Grata por compartilhar sua experiência Humberto. abraço

  15. Responder

    Rosinete cardoso da silva

    12 de outubro de 2016

    brincar é o direito e dever que devemos possibilitar para crianças na fase de jardim ou pré escola , pois elas terão a vida toda para aprender e a fase de criança jamais voltará

    • Responder

      Ana Lúcia Machado

      12 de outubro de 2016

      O brincar e tudo o que ele traz como aprendizado durante a infância, se transformará mais tarde em força a serviço do mundo.

  16. Responder

    Bruno Seidel

    12 de outubro de 2016

    Oi, Ana! Muito bom o seu texto e muito reconfortante também saber que as melhores coisas da vida (como brincar na infância) são benéficas e não mera perda de tempo. Uma dúvida: onde se encaixam os videogames e os jogos eletrônicos no seu conceito de “brincar”? Sabemos que os games ajudam no desenvolvimento da coordenação motora, do raciocínio rápido (e lógico), da auto-superação… mas, ainda assim, há pais e educadores que não consideram os games uma brincadera saudável (alguns sequer consideram como “brincadeira”). O que pensa sobre isso?

    • Responder

      Ana Lúcia Machado

      13 de outubro de 2016

      Oi Bruno, agradeço sua participação. Quero te contar que outro dia li que Steve Jobs foi um pai low-tech, que limitava e controlava a quantidade de tecnologia aos filhos. Tomei conhecimento também que pais que trabalham no Vale do Silício, a meca tecnológica dos EUA, executivos de grupos como Google, Apple, etc… escolhem matricular seus filhos em escolas que sequer têm wi-fi. Eles entendem que a tecnologia de hoje será obsoleta amanhã, e que o relevante é o estímulo à criatividade, curiosidade e habilidades artísticas de cada criança. O psicólogo e coordenador do Grupo de Dependências Tecnológicas do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, o Dr. Cristiano Nabuco, diz que estamos criando uma geração de alienados. Ele relata que tem recebido em seu consultório crianças viciadas em smartphones, video games e tablets. Tem tratado casos de crianças que são incapazes de se relacionar sem ser virtualmente e de se concentrar ou prosseguir com um raciocínio lógico. Acredito que precisamos rever esses conceitos de que os games ajudam no desenvolvimento da coordenação motora. Acho que este foi mais um “peixe” que nos venderam com a intenção de alimentar a indústria do entretenimento e do consumismo. Vale a pena refletir sobre isso e pesquisar mais a respeito. Mais a diante falarei sobre este tema aqui no blog. forte abraço

  17. Responder

    viviane silva

    14 de outubro de 2016

    Oi Ana….amei seu texto sou estudante de pedagogia e tenho 2 filhos um 7 anos completos e outra com 5 anos, ambos estudam em escola pública e na escola pública o ensino vem mudando por exemplo os professores de EMEI agora que é o pré não precisa mais iniciar a alfabetização, tudo para deixar a criança brincar porém vem o estado e muda tudo, pq agora a criança inicia no ensino fundamental com 6anos, não tive problemas com meu filho pois faz aniversário em Maio então entrou no primeiro ano com 7 anos completos, mas já estou mega triste pois minha filha vai para o ensino fundamental com 6 pois ela faz aniversário em dezembro como completa 7 no ano seguinte já vai para o primeiro ano, eu acho tudo mais precoce nela, mas na alfabetização é bem claro q ela não está madura o suficiente, meu filho quando saiu ja estava lendo pequenas palavras mas isso foi sendo progresso dele sozinho, ir juntando as letrinhas q ia aprendendo, mas ele já estava para completar 7 anos, o que ainda não acontece com a minha filha ela ainda não despertou esse interesse pq não está na idade certa ainda, vai ser forçada a aprender e se alfabetizar 1 anos antes sem necessidade. Falei com a escola, pra ela ficar mais 1 ano na EMEI e isso não é possível, devido a demanda e tb pq a lei é essa agora, o primeiro ano é considerado a iniciação e ela está apta. Enfim, triste mas é a nossa realidade.

    • Responder

      Ana Lúcia Machado

      14 de outubro de 2016

      Viviane, o diálogo constante com a escola para a troca dessas percepções será muito importante visando manter um clima de calma e respeito ao tempo de amadurecimento da sua filha. Agradeço sua participação. abraço

  18. Responder

    Beatriz

    14 de outubro de 2016

    Tenho uma filha de 2 anos e 8 meses. Devido ao meu trabalho ela entrou para a escolinha com 12 meses. Fica somente meio período. Estou satisfeita com a escola. Ela brinca muito, canta, dança, é criança. Na sua escola o ballet faz parte da grade curricular como o judô e a musicalização. Tudo bem pensado para cada fase da criança. O conhecimento do corpo e desenvolvimento motor está dentro do previsto para sua idade. O meu receio é justamente a alfabetização aos cinco anos. Mas, segundo a psicopedagoga esse processo só acontecerá se ela estiver pronta para tal;

  19. Responder

    Beatriz

    14 de outubro de 2016

    Continuando…
    A infância é a menor fase da vida de um ser humano. E o que depender de mim e de meu marido a nossa filha será criança até o máximo de tempo possível. Ela nunca passou batom e nem esmalte, porque sabe que criança não usa isso, que esses acessórios são de adultos. Tentamos dar a ela condições de viver uma infância feliz. Como sou professora os objetos escolares fazem parte de seu universo. Adora leituras, contar histórias e até mesmo criá-las. O tempo vendo tv é controlado e celular e tablet não fazem parte dos objetos que ela tem acesso.
    Espero estarmos no caminho certo.

    • Responder

      Ana Lúcia Machado

      14 de outubro de 2016

      Beatriz, parabéns por sua consciência e escolhas. A infância é curta, mas perdura por toda existência humana. abraço

  20. Responder

    rose

    15 de outubro de 2016

    Oi, tenho uma filha com nove anos, desde os 6 meses por contado trabalho meu e do meu marido ela foi para o berçário, maternal I , II e III, e assim sucessivamente com o pré , nesse período percebi que minha pequena, tinha um ” probleminha”, mas que na verdade não era um problema dela mas sim da instituição e o método de ensino aplicado, vc brilhantemente, colocou as crianças estão cada vez menores sendo exposta a lápis, papéis e carteiras por profissionais que usam discursos que estão, do desenvolvimento das coordenações e habilidade motoras e tantos outras desculpas, mas na verdade estão ,” robotizados” crianças …. minha filha, foi para o primeiro ano felizmente sua professora tem uma sensibilidade viu sua imaturidade e sua dificuldade de apreender e sempre procurava nos acalmar, porém eu percebi que havia algo um pouco além por conta de seu quadro anterior, começou a falar várias palavras aos 2 anos antes era papai , mamãe, dá,não apenas essas palavras, fez terapias com fonoaudiologia a partir dos 2 1/2, ajudou um pouco mas não o suficiente, qdo foi para o 1˚ ano, foi diagnosticado que ela tinha dificuldades no processamento auditivo, dificuldade na linguagem e no 2 ano foi diagnosticado que ela tem TDA transtorno déficit atenção, passou a tomar ritalina 10mg, foi uma resistência para ela aceitar a medicação pq ela dizia que era capaz sozinha e que não precisava do remédio, mas nos vimos juntos com a equipe de profissionais que acompanhava e ela não iria conseguir, seguimos até o final do 2 ano , porém no 3 ˚ a médica aumentou a dosagem do remédio ela teve reações e em conversa com outros profissionais nos orientaram a suspender a medição, ela veem acompanhando as atividades escolares com algumas dificuldades, está no reforço, faz terapias psicológica, está fazendo terapias fonoaudióloga e atividades complementares como dança.Mas o que me angústia é tomamos a decisão correta de suspender a medicação, apesar das notas dela estarem dentro da média, pois sei que minha filha não será aluna de nota 10. E saber que minha filha não tem prazer em ir a escola.
    Desculpa, ortografia pela extensão do meu relato!

    • Responder

      Ana Lúcia Machado

      15 de outubro de 2016

      Querida Rose, entendo toda sua angústia. Recomendo que você leia aqui no blog o artigo “Transtorno de déficit de natureza, não sabe o que é?”. Estudos recentes em universidades americanas já comprovaram os benefícios que o contato com a natureza proporciona para crianças diagnosticadas com TDA. A organização Escoteiros do Brasil realiza um belíssimo trabalho com as crianças, colocando as em contato com a natureza. Que tal conhecer? Grata por sua participação, abraço carinhoso

  21. Responder

    Rita

    18 de outubro de 2016

    Parabéns pelo artigo, concordo com você Ana Lúcia. Nossas crianças estão brincando cada vez menos,desde muito pequenas já têm agendas e obrigações a cumprir. Sou professora e vejo no meu dia a dia o quanto o brincar faz falta! E para piorar a situação, os eletrônicos,como celulares,tablets,etc,estão fascinando nossos pequenos…e os afastando do lúdico, triste realidade, mas tenho esperança de algo pode ser feito …de que podemos ajudar ! Grata pela sua contribuição!

    • Responder

      Ana Lúcia Machado

      18 de outubro de 2016

      Agradeço seu comentário e participação Rita.

  22. Responder

    Paula

    18 de outubro de 2016

    Aprendi a ler e escrever antes mesmo da alfabetização e não acredito que uma coisa anule a outra. Crianças podem ser alfabetizadas e, ainda assim, continuar brincando. Ah, o significado da palavra “latente” é o oposto do que você quis dizer em seu texto – latente é aquilo que está adormecido.

    • Responder

      Ana Lúcia Machado

      18 de outubro de 2016

      Obrigada Paula pela participação.

  23. Responder

    Meire Moura

    20 de outubro de 2016

    Lamentável … há escolas que se competem colocando as nossas crianças em jogo…
    A minha escola é melhor porque as crianças já leem na Educação Infantil .Muitas até usam como propagandas para atrair aos pais que ficam orgulhosos de verem seus filhos lendo tão cedo!!! Ou seja tão precoces!!! E o brincar tão comprometido!!!

    • Responder

      Ana Lúcia Machado

      20 de outubro de 2016

      Olá Meire, agradeço sua participação. Fique com a gente! abç

  24. Responder

    Maria Beatriz

    22 de outubro de 2016

    Oi ANA!!
    Muito bem vindo o seu texto. Tentei regredir um ano na escola da minha filha desde os seus 3 anos. Cada ano pedia para a diretora mantê-la na mesma série e sempre fui desencorajada por frases como: não atrase sua filha, melhor ficar adiantada e fazer vestibular cedo. Minha filha levava brinquedos e gostava das atividades das séries anteriores. Os anos passaram e atrasar uma criança de 9 anos não é mais possível. Inteligente e tirando notas boas um dia me falou que durante uma prova era como se estivesse no meio de uma piscina, aí foi suficiente. Então ficamos um ano fora do país e com isso consegui justificar para ela e para a escola que teria que repetir o “ano perdido”. Ela tinha 10 anos e nem eu mesma podia imaginar o quanto isso faria diferença para ela e também para família. Tudo se ajustou com a mudança de somente um ano. Nós sentimos a maturidade de nossos filhos e temos que confiar mais nisso. Só dividindo a experiência que criança precisa brincar!!!!! ABC

    • Responder

      Ana Lúcia Machado

      23 de outubro de 2016

      Maravilhoso seu depoimento Maria Beatriz. Agradeço por compartilhar. Experiências como a sua encorajam os pais a questionar a rigidez desse sistema que estabelece regras sem ter o conhecimento e respeito à essência do ser humano. Continue com a gente! Abraço carinhoso

  25. Responder

    Mariana

    25 de outubro de 2016

    Concordo com vc Maria Lúcia, no quesito brincar. Também sou uma arte educadora e sempre acreditei que o foco da primeira infância deve estar no desenvolvimento da auto-estima, da imaginação, e no ato de brincar. Contudo, fui presenteada com um filho que me ensinou que nada na vida é preto e branco. Minhas maiores certezas foram postas a prova quando meu filho escreveu seu próprio nome com letras avulsas com 1 ano e 8 meses, começou a ler palavras com 2 anos, e livros com 3 anos. Eu nunca ensinei ativamente meu filho a ler, e fui criticada por muitas pessoas que olhavam de fora e faziam julgamentos apressados. Hoje, aos 4 anos, meu filho tem uma imaginação incrível, e uma sede de aprendizado que eu nunca vi nem em adultos. Com essa história, não defendo a alfabetização precoce, mas chamo a atenção para generalizações. Cada criança é um universo, e é preciso estar atento para oferecer a ela o que ela está pedindo e se sente preparada para explorar. Se eu tivesse retirado as letras e os número do meu filho quando todos achavam um absurdo o seu desenvolvimento precoce dele, provavelmente eu o teria roubado de algo que foi extremamente importante para o desenvolvimento da sua própria identidade. Meu filho tem hyperlexia 3, algo que eu nunca tinha ouvido falar antes. Não vou me extender aqui, mas chamo a atenção para que pais e profissionais não fiquem cegos com suas crenças. Paulo Freire falava em educação através do diálogo, e é preciso entender que esse diálogo acontece desde o primeiro dia de vida da criança. Pais: fiquem atentos, sejam flexíveis, observem e escutem seus filhos, e sigam seus instintos. Abraços.

    • Responder

      Ana Lúcia Machado

      25 de outubro de 2016

      Mariana, obrigada por sua importante contribuição. Cada criança é única. Observar, estar atento as particularidades, escutar a criança, é fundamental. Assim como ampliar o universo dela e apresentar diversidade, para que ela explore o mundo e não haja um crescimento unilateral, para que haja equilíbrio.
      abraço carinhoso

  26. Responder

    LIDIANNE CORREA

    25 de outubro de 2016

    E eu, sendo pressionada em colocar minha filha de 4 anos na escola. Obrigada por sua colaboração, só fortalece minha opinião. Linda matéria!!!

    • Responder

      Ana Lúcia Machado

      25 de outubro de 2016

      Obrigada Lidianne. Continue com a gente. abraço carinhoso

  27. Responder

    Patricia

    27 de outubro de 2016

    Ola Ana Lucia! Sou da geração que aprendeu a ler aos sete…e acho que foi perfeito….mas o que fazer se hoje se tornou obrigatório a criança entrar na escola aos 4 anos, e a alfabetização aos 5 ou 6 se tornou padronizada?! Tenho uma filha de quase 2 anos e me preocupo com esse tema…

    • Responder

      Ana Lúcia Machado

      27 de outubro de 2016

      Olá Patricia, agradeço seu comentário. Nos sentimos remando contra a maré, mas é preciso defender o tempo de ser criança.
      abraço carinhoso

  28. Responder

    carol

    29 de outubro de 2016

    Muito interessante, como encontrar escolas assim na grande são Paulo? Você conhece alguma?

    • Responder

      admin

      13 de novembro de 2016

      Carol, tentei contato por seu email mas não consegui. Se puder, atualize o endereço de email. Grata

  29. Responder

    Dyla

    2 de novembro de 2016

    Excelentes colocações para reflexão.
    Antigamente eu era contra a alfabetização apenas aos 7 anos, pois considerava tardia e prejudicial por deixar a criança atrasada.
    Revi meus conceitos revisitando minha própria história de criança brincante, que se preocupou com a leitura depois da primeira infância e não teve prejuízo em nada. Aliás, a criatividade florescida de tantas brincadeiras arquitetadas me fez ter muitas vezes vantagens sobre meus pares em meios muito técnicos.
    Ter um filho com hiperlexia e outro “normal” me fez rever novamente essa questão, tentando buscar um equilíbrio e um respeito ao tempo da criança proporcionando muitas experiências de brincar para ambos. Porém o primeiro, logicamente, quer muito as letras e etc. Etc.
    Aqui temos as escolas infantis da prefeitura que buscam privilegiar o brincar e criar repertório. O foco NÃO é alfabetização. Nas particulares é diferente. Por isso que tirei da escola paga.
    Só que como uma pessoa falou acima, chega no Estadual aos 6/7 anos, a história muda. Ou melhor, embaraça.
    Porque muitos professores não tem o foco na alfabetizacao e continuam com métodos que prejudicam principalmente aquelas que já estão começando dar seus primeiros passos.
    Por outro, alguns que já largan brasa nas leituras, prejudicando aqueles para os quais nada de leitura foi apresentado.
    Vale lembrar que a maioria dos pais não está presente para dar suporte em nenhum desses dois casos. No segundo, é comum que cheguem à quarta série com uma leitura e compreensão muito sofríveis .
    Infelizmente a realidade que temos ainda gera desafios enormes.

    • Responder

      admin

      4 de novembro de 2016

      Obrigada pela participação e tão rica contribuição para a nossa reflexão. abraço carinhoso

    • Responder

      admin

      13 de novembro de 2016

      Obrigada Dyla por compartilhar sua história aqui conosco. abraço

  30. Responder

    Aloysio Azevedo

    2 de novembro de 2016

    Ana Lúcia, acabo de escrever um livro sobre talento e vocação, e uma série de dúvidas e curiosidades foram despertadas em mim, dada a forma como a minha vocação emergiu e está sendo desenvolvida. Estou à procura de uma ferramenta para evoluir minha pesquisa, quando soube por minha esposa (estudante de psicologia)
    dos seus trabalhos, de suas convicções e, certamente, de sua intuição. Gostaria de marcar um contato consigo para uma troca de ideias. É possivel?

    • Responder

      admin

      4 de novembro de 2016

      Agradeço sua participação. Entrarei em contato. Abraço

  31. Responder

    NICOLLE CASTRO

    16 de novembro de 2016

    OLÁ, AMEI O TEXTO E REALMENTE É COMO ACHO QUE DEVE SER, PERCEBI CONCEITOS EM QUE ME ENGANEI, E REVI IDEIAS A SEREM MODIFICADAS NA EDUCAÇÃO DO MEU FILHO, MAS QUE SUGESTÃO VC DÁ NESSE CENÁRIO DA NOVA LEI QUE REGULAMENTE A EDUCAÇÃO INFANTIL? EU NÃO TENHO DESEJO DE INSERIR MEU FILHO NO AMBIENTE EDUCACIONAL EM TÃO TENRA IDADE, MAS COM A OBRIGATORIEDADE, QUE ALTERNATIVA POSSO USAR?

    • Responder

      admin

      16 de novembro de 2016

      Nicolle, agradeço seu comentário. Continuamos a conversa. bj

  32. Responder

    Laura Regina

    21 de julho de 2017

    Já iria comentar da falta que senti de falar em Steiner em seu artigo, quando vi abaixo q vc escreve um livro só sobre a pedagogia Waldorf! 😉
    Parabéns ! Lindas palavras que devem ser difundidas e absorvidas nas almas de cada ser pelo bem de toda humanidade.

    • Responder

      Ana Lucia

      5 de agosto de 2017

      Grata pela participação Laura. abraço

  33. Responder

    Jullyana

    15 de dezembro de 2017

    Amei o texto, me ajudou muito, traduz muito do que eu vejo mas não conseguiria me expressar.

    • Responder

      Ana Lucia

      15 de dezembro de 2017

      Fico satisfeita que tenha se identificado com o texto. Precisamos de mais pessoas que compreendam e respeitem o tempo e espaço da infância. abraço carinhoso Jullyana. Espero vê-la mais vezes aqui.

  34. Responder

    Sebastião Honofre Sobrinho

    23 de fevereiro de 2018

    Concordo plenamente. A escola não evoluiu na educação infantil no Brasil. Mas como ir contra o sistema, se somos obrigados a matricular nossos filhos aos 4 anos de idade em alguma dessas escolas arcaicas? Se do contrário, mais cedo ou mais tarde, teremos um conselho tutelar na nossa cola a nos empurrar o sistema goela abaixo, o que fazer?

    • Responder

      Ana Lucia

      23 de fevereiro de 2018

      Sebastião, não existe uma resposta pronta. Como sociedade devemos construir juntos um caminho mais respeitoso para a criança. Há uma insatisfação muito grande por parte de muitos pais e educadores que assim como você entendem o significado da Primeira Infância. Já há muitos movimentos fazendo pressão nas esferas das políticas públicas para que mudanças ocorram. Cabe a nós pais, questionar sempre para garantir o tempo e espaço do brincar na Educação Infantil. Agradeço sua participação. Abraços

  35. Responder

    admin

    6 de dezembro de 2016

    Agradeço ao site Psicologia Escolar pela publicação do artigo PORQUE NÃO ALFABETIZEI MEUS FILHOS ANTES DOS SETE ANOS E AS 6 CONSEQUÊNCIAS DA ALFABETIZAÇÃO PRECOCE. Que o mesmo possa contribuir para esta importante reflexão e com isso garantir o brincar livre na 1ª infância.Forte abraço

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