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Uso excessivo do digital

Este artigo fala sobre o uso excessivo do digital pelas crianças e os 13 motivos para afastar as crianças das telas. Apresenta os efeitos negativos e impactos que o uso prolongado das telas pode ter na saúde mental, no desenvolvimento cognitivo, social, emocional da criança, além de problemas físicos relacionados.

Nas últimas décadas, o uso de dispositivos digitais tornou-se uma parte integral da vida moderna. Com o aumento da acessibilidade a smartphones, tablets e computadores, crianças têm cada vez mais contato com essas tecnologias desde a primeira infância.

A cada dia cresce o número de pais que liberam o uso dos celulares e tablets para bebês e crianças, para entretê-los e/ou mantê-los quietos. Esta prática está longe de ser saudável. Já parou para observar como as crianças ficam quando estão em frente às telas? Olhos esbugalhados fixos na tela, boca semi-aberta, cabeça baixa, postura corporal curvada, surdas ao seu entorno, num estado semelhante a hipnose, já percebeu?

Embora a tecnologia ofereça muitos benefícios, o acesso precoce e uso excessivo do digital pode ter consequências negativas para o desenvolvimento físico, mental e emocional das crianças.

Portanto, é crucial que pais, educadores, terapeutas e cuidadores estabeleçam limites claros para o uso de dispositivos digitais por crianças. Isso inclui promover a mediação parental adequada, monitorar o conteúdo acessado, e incentivar a vida offline. Ao equilibrar o uso de tecnologia com outras atividades essenciais para o desenvolvimento infantil, podemos ajudar a garantir que as crianças cresçam saudáveis e bem ajustadas.

 

USO EXCESSIVO DO DIGITAL 

13 motivos para afastar as crianças das telas

 1.Impacto na Saúde Mental e Bem-Estar Psicológico

O aumento do uso do digital por crianças tem sido associado a um declínio no bem-estar psicológico. Crianças que passam mais de uma hora por dia em frente a telas digitais apresentam maior risco de desenvolver problemas emocionais, como ansiedade e depressão, (Twenge e Campbell, 2018). Este risco é ainda mais elevado em crianças que utilizam dispositivos sem supervisão e limites adequados.

Os dispositivos digitais podem induzir um estado de hipervigilância, onde as crianças estão constantemente expostas a estímulos visuais e auditivos. Isso não apenas interfere na capacidade de relaxar e descontrair, mas também aumenta os níveis de estresse. A comparação social, facilitada pelas redes sociais, também contribui para a diminuição da autoestima em crianças e adolescentes, que muitas vezes se sentem inadequados ao compararem suas vidas com as idealizações vistas online.

Exposição ao Estresse e Diminuição do Bem-Estar

Crianças pequenas, que ainda estão em processo de formação emocional, podem não estar preparadas para lidar com a pressão social e a constante exposição a conteúdos inadequados ou irreais. Assim, o tempo excessivo em telas pode criar barreiras para o desenvolvimento emocional saudável, levando à irritabilidade, problemas de controle emocional e maior vulnerabilidade a oscilações de humor.

 

2.Prejuízos no Desenvolvimento Cognitivo

O desenvolvimento cognitivo das crianças, especialmente na primeira infância, depende de estímulos variados, como brincadeiras ao ar livre em contato com a natureza, interação com outras crianças e exploração do ambiente. Elas precisam de atividades que estimulem o pensamento crítico, a resolução de problemas e a criatividade. O consumo passivo de conteúdo digital oferece pouco nesse sentido, limitando o desenvolvimento de habilidades cognitivas essenciais.

Crianças que passam muito tempo em telas digitais podem ter o desenvolvimento da substância branca do cérebro – crucial para a linguagem e o letramento – comprometido, (Hutton et al.,2019).

Diminuição da Atenção e Raciocínio Lógico

Além disso, constatou-se que crianças que passam muito tempo em frente às telas apresentam maior risco de desenvolver sintomas de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), (Sahin e Ozdemir, 2018). A constante troca de estímulos em dispositivos digitais, como vídeos curtos e jogos rápidos, pode prejudicar a capacidade da criança de se concentrar por períodos prolongados, afetando o desenvolvimento de habilidades de raciocínio lógico e planejamento.

Dispositivos Digitais vs. Aprendizado Tradicional

Comparativamente, crianças que são incentivadas a participar de atividades que envolvem exploração prática, principalmente atividade feitas em ambientes naturais, além de leitura e interação social, tendem a desenvolver melhor suas capacidades cognitivas. O uso prolongado de dispositivos digitais muitas vezes retira a oportunidade de experimentação e aprendizagem ativa, trocando-a por um consumo passivo de conteúdo que empobrece a vida da criança.

 

3.Problemas Comportamentais e Sociais

O impacto do uso excessivo do digital também se estende ao comportamento e às interações sociais – provocando um aumento de comportamentos desafiadores, como hiperatividade e falta de controle emocional (Salo e Puntanen, 2020). Isso ocorre porque os dispositivos digitais proporcionam estímulos instantâneos e recompensas rápidas, incentivando comportamentos impulsivos e a busca constante por gratificação imediata.

Isolamento Social e Dificuldades de Socialização

Também foi observado que o uso excessivo do digital entre crianças de 2 a 5 anos está correlacionado com dificuldades na interação social, (Kostyrka-Allchorne et al., 2017),  dificuldade em estabelecer conexões emocionais com seus pares, o que pode prejudicar a socialização a longo prazo.

A falta de interações face a face e de experiências compartilhadas impede a construção de habilidades sociais importantes, como empatia, negociação e cooperação. Além disso, adolescentes que passam muito tempo online podem preferir a interação virtual em vez de conversas presenciais, o que pode isolá-los socialmente.

Redução do Convívio Social

A falta de convivência física pode levar ao desenvolvimento de problemas de comunicação, como dificuldade em interpretar expressões faciais e linguagem corporal. O equilíbrio entre o uso de telas e as interações presenciais é crucial para um desenvolvimento social saudável.

A Influência do Ambiente Familiar

A falta de mediação parental no uso de dispositivos digitais pode exacerbar esses problemas comportamentais, (Shin e Li, 2017). Crianças que não têm limites adequados no uso da tecnologia estão mais propensas a se tornarem emocionalmente dependentes dos dispositivos, o que pode levar a comportamentos desafiadores, como resistência às regras,  impulsividade e até mesmo agressividade.

 

4.Dificuldades no Controle Executivo

O tempo excessivo de tela também afeta negativamente o desenvolvimento das funções executivas das crianças, como controle inibitório, flexibilidade cognitiva e planejamento, (Radesky e Christakis, 2016). As funções executivas são essenciais para que as crianças aprendam a controlar impulsos, gerenciar o tempo e resolver problemas de maneira eficaz.

Crianças que são expostas a uma grande quantidade de estímulos digitais rápidos e interativos podem ter mais dificuldade em desenvolver essas habilidades, especialmente se comparadas àquelas que participam de atividades que exigem maior atenção, paciência, como jogos de tabuleiro, leitura ou resolução de quebra-cabeças, ou que requerem um estado de contemplação, como visitas a museus ou passeios na natureza.

5.Comprometimento do Desenvolvimento Emocional

O acesso precoce e uso excessivo do digital pode comprometer o desenvolvimento emocional das crianças. Isso ocorre porque esses aparelhos muitas vezes substituem as interações sociais diretas, limitando a capacidade das crianças de desenvolver empatia, compreender os sentimentos dos outros e gerenciar suas próprias emoções, (Wright e Wekerle, 2020).

Dificuldade em Lidar com Frustrações

Além do que, a constante busca por gratificação imediata proporcionada pelos jogos e aplicativos pode diminuir a tolerância à frustração. Crianças que se acostumam com recompensas rápidas podem ter dificuldade em lidar com situações que exigem paciência ou que envolvem resultados não imediatos.

 

6.Sedentarismo, aumento da inatividade corporal

Nossas crianças estão se movendo menos do que qualquer outra geração na história da humanidade; o tempo em ambientes fechados e o tempo de tela aumentaram assustadoramente. Enquanto recorremos com mais frequência a soluções cômodas baseadas em tecnologia, muitas tarefas que antes exigiam movimentação corporal agora são feitas com um simples clique dos dedos. Eliminamos assim o movimento do corpo, do qual nossa saúde física/mental depende, mas não eliminamos a necessidade de exercitação do nosso organismo.

Esse estilo de vida sedentário pode levar a problemas como obesidade, doenças cardiovasculares e distúrbios metabólicos. Crianças que passam mais de duas horas por dia em telas têm maior risco de desenvolver sobrepeso e complicações associadas. Ademais, a inatividade pode impactar negativamente o desenvolvimento motor, afetando a coordenação e a força muscular.

Para combater o sedentarismo, é fundamental incentivar atividades físicas regulares, como brincadeiras ao ar livre em ambientes naturais, prática de esportes, exercícios em família, promovendo um estilo de vida mais ativo e saudável desde a infância.

 

7.Obesidade infantil

A inatividade corporal cria um ambiente propício para o ganho de peso excessivo. O consumo de alimentos não saudáveis, muitas vezes associado ao uso de dispositivos, agrava a situação. Crianças que assistem a programas de televisão ou jogam videogames tendem a consumir mais lanches calóricos e refrigerantes, exacerbando o risco de obesidade.

As consequências da obesidade infantil vão além do peso, incluindo problemas de saúde como diabetes tipo 2, hipertensão e distúrbios psicológicos. Para combater essa epidemia, é fundamental limitar o tempo de tela, promover atividades físicas regulares e incentivar hábitos alimentares saudáveis, criando um estilo de vida equilibrado desde cedo.

 

8.Distúrbio do Sono Infantil

A saúde e desenvolvimento infantil podem sofrem impactos negativos com o excesso de telas e causar distúrbios significativos no sono das crianças, A exposição prolongada às telas, especialmente antes de dormir, interfere na produção de melatonina, o hormônio que regula o sono. A luz azul emitida por smartphones, tablets e computadores suprime a liberação dessa substância, dificultando o adormecimento, a qualidade e a duração do sono, (Li et al., 2019).

De mais a mais o conteúdo estimulante consumido pelas crianças, como jogos ou vídeos, pode mantê-las mentalmente ativas, prolongando o estado de alerta, causando problemas como insônia, dificuldade para manter um sono contínuo e sonolência diurna.

Esses distúrbios do sono prejudicam o rendimento escolar, afetam o humor e aumentam o risco de problemas de saúde, como obesidade e déficit de atenção. Para garantir um sono saudável, é fundamental limitar o uso de telas, principalmente durante as horas que antecedem o momento de dormir.

 

CONFIRA ENTREVISTA no meu canal do Youtube –  Infância hiperdigitalizada  

 

9.Dependência 

O uso abusivo do digital é viciante, pode levar à dependência em crianças, um fenômeno cada vez mais observado por profissionais que atendem as crianças. O design de muitos aplicativos, jogos e redes sociais é criado para manter os usuários engajados por longos períodos, o que pode gerar um ciclo de uso compulsivo e dificuldades para limitar o tempo de tela.

Crianças que passam horas diárias em dispositivos digitais podem desenvolver sinais de dependência, como irritabilidade quando afastadas das telas, falta de interesse por outras atividades e dificuldades em socializar. Além disso, o uso excessivo de dispositivos digitais pode interferir no desenvolvimento emocional e cognitivo, uma vez que o cérebro em formação se adapta à gratificação imediata oferecida pelos jogos e vídeos online.

 

10.Alterações da Visão

O acesso precoce e uso excessivo do digital tem sido associado ao aumento de problemas de visão em crianças, como a miopia. A exposição prolongada a telas pode forçar os olhos a focarem objetos próximos por longos períodos, o que pode alterar o desenvolvimento ocular e resultar em miopia. Esse problema tem se tornado mais comum entre crianças que passam várias horas por dia em smartphones, tablets ou computadores, principalmente em ambientes fechados e com pouca luz natural.

Além da miopia, o tempo excessivo em dispositivos pode causar fadiga ocular digital, caracterizada por sintomas como visão embaçada, secura nos olhos e dores de cabeça. Isso ocorre porque a falta de pausas adequadas e a exposição prolongada à luz azul emitida pelas telas sobrecarregam os músculos oculares. Limitar o tempo de tela e incentivar atividades ao ar livre pode ajudar a prevenir esses problemas de visão.

 

11.Disfunções Posturais e Articulares

O uso excessivo do digital por crianças pode levar a disfunções posturais e articulares, um problema crescente na era digital. Passar longos períodos em frente a telas, muitas vezes em posturas inadequadas, como curvar-se sobre tablets ou smartphones, pode resultar em problemas como a “síndrome do pescoço de texto”, caracterizada por dor no pescoço e ombros devido à posição inclinada da cabeça.

Além disso, o uso prolongado de dispositivos em posições estáticas contribui para dores nas costas e desalinhamento da coluna, especialmente durante fases importantes do desenvolvimento físico. Crianças também podem desenvolver disfunções articulares nos punhos e mãos, como tendinites, devido ao uso repetitivo de teclados e telas sensíveis ao toque.

Esses problemas posturais podem afetar o crescimento saudável e causar dores crônicas a longo prazo. Incentivar pausas regulares, o uso de mobiliário ergonômico e a prática de atividades físicas pode ajudar a prevenir essas disfunções posturais e articulares.

 

LEIA TAMBÉM: INFÂNCIA DIGITAL – O PERIGO DA DESCONEXÃO COM A VIDA

12.Riscos Auditivos

A exposição prolongada a fones de ouvido e o volume elevado de músicas, vídeos e jogos podem causar danos permanentes à audição. Crianças que ouvem música em volumes excessivos têm maior probabilidade de desenvolver perda auditiva precoce e zumbido.

A falta de consciência sobre o volume seguro pode levar a um comportamento negligente, pois as crianças muitas vezes não percebem o dano que estão causando aos seus ouvidos. Os danos auditivos podem ser cumulativos e não apresentarem sintomas imediatos, dificultando a percepção do problema.

Para proteger a audição das crianças, é crucial estabelecer limites no volume dos dispositivos e incentivar o uso moderado de fones de ouvido. Promover pausas regulares durante o uso de dispositivos digitais também é fundamental para garantir a saúde auditiva e prevenir complicações a longo prazo.

 

13.Excesso de radiação

A exposição excessiva a dispositivos digitais levanta preocupações quanto aos possíveis efeitos da radiação eletromagnética emitida por esses aparelhos. Embora ainda existam debates sobre os impactos a longo prazo, algumas pesquisas indicam que crianças são mais vulneráveis à radiação, pois seus cérebros e corpos estão em fase de desenvolvimento, absorvendo uma quantidade maior de ondas eletromagnéticas em comparação aos adultos.

A exposição prolongada à radiação dos dispositivos digitais pode estar associada a possíveis problemas de saúde, como alterações no padrão de sono, dificuldades cognitivas e, em casos mais graves, riscos aumentados para doenças como tumores cerebrais a longo prazo.

Especialistas recomendam a limitação do tempo de uso de dispositivos por crianças, incentivando o uso moderado e adotando medidas de segurança, como manter os aparelhos longe da cabeça e do corpo.

 

O EQUILÍBRIO É O CAMINHO

Todos estes aspectos apontados deixam claro que o acesso precoce e uso excessivo do digital tem impactos negativos no desenvolvimento das crianças prejudicando a saúde mental, o desenvolvimento cognitivo e as interações sociais das crianças, além de contribuir para problemas comportamentais, físicos e emocionais.

Pais, educadores, terapeutas e cuidadores podem ajudar as crianças a navegar nesse mundo digital de forma saudável, impondo limites no tempo de tela, promovendo atividades ao ar livre em contato com a natureza e incentivando o uso da tecnologia de forma educativa e supervisionada.

Ao estabelecer um equilíbrio saudável entre o mundo digital e o físico, ajudamos nossas crianças a crescerem mais felizes, saudáveis e emocionalmente equilibradas. Colocar mais natureza no dia a dia das crianças é uma excelente alternativa!


Recomendações para aprofundamento do tema

Se você está preocupado com os impactos do acesso precoce e uso excessivo do digital, o documentário O Dilema das Redes Sociais” é uma recomendação essencial. Ele explora como as redes sociais são projetadas para manipular nossa atenção, moldar comportamentos e até afetar a saúde mental, destacando os perigos para crianças e adolescentes. O filme reúne especialistas em tecnologia que explicam como algoritmos criam um ciclo viciante de uso.

Outra dica é o programa Café Filosófico com a Dra. Julieta Jerusalinsky ‘Intoxicações Eletrônicas na Primeira Infância’.

Para uma análise mais profunda, os livros “Fábrica de Cretinos Digitais”, de Michel Desmurget, e Liberdade e Resistência na Economia da Atenção”, de James Williams, são leituras indispensáveis. Desmurget aborda como a exposição precoce e excessiva às telas está prejudicando o desenvolvimento intelectual das crianças, enquanto Williams discute como a economia da atenção afeta nossa liberdade de pensamento e ação. Ele alerta sobre a existência de uma indústria inteira empenhada em capturar aquilo que cada um de nós tem de mais precioso: nosso tempo e nossa atenção. Esta indústria faz uso de técnicas sofisticadas de inteligência artificial, para nos manter conectado por muito mais tempo.

Ambos os livros trazem reflexões urgentes sobre o uso consciente da tecnologia e o impacto da economia digital nas futuras gerações.


 

Gostou deste post? Compartilhe suas experiências nos comentários e me diga como você tem equilibrado o uso da tecnologia com outras atividades para as crianças.

Abraço afetuoso

Ana Lúcia Machado

 

 

 

6 Lições que Aprendi com o livro “A Vida Secreta das Árvores”

“A Vida Secreta das Árvores”, de Peter Wohlleben, oferece uma visão fascinante do mundo das árvores, desvendando segredos que muitos de nós nem imaginamos. Wohlleben, engenheiro florestal, compartilha seu profundo conhecimento sobre a vida das árvores e nos ajuda a enxergá-las sob uma nova perspectiva.

Sabia que as árvores se comunicam entre si? Ou que elas formam laços familiares e têm memória? Essas são apenas algumas das lições que aprendi.

Prepare-se para ver as árvores com outros olhos – confira as seis lições que aprendi com esse livro:

6 Lições que Aprendi com o livro “A Vida Secreta das Árvores”

  1. As árvores se comunicam entre si

Uma das revelações mais surpreendentes de “A Vida Secreta das Árvores” é a ideia de que as árvores possuem uma forma de comunicação. Elas não apenas “vivem”, mas se comunicam umas com as outras através de sinais químicos. As raízes das árvores emitem substâncias que permitem “falar” com as árvores vizinhas e até compartilhar nutrientes. Esse tipo de comunicação subterrânea é conhecido como “a internet da floresta”. A floresta é uma comunidade colaborativa, e não apenas um grupo de organismos independentes

  1. As árvores têm laços familiares

Wohlleben destaca que as árvores formam laços profundos com suas “famílias”. Elas cuidam de suas “crias”, protegendo as árvores mais jovens e fornecendo nutrientes até que possam sobreviver por conta própria. Além disso, árvores de uma mesma espécie podem ajudar suas “irmãs” que estão em situações desfavoráveis, como aquelas que estão doentes ou que têm raízes danificadas. Essa descoberta nos leva a entender as florestas como ambientes onde a cooperação entre os indivíduos é essencial para a sobrevivência

  1. As árvores têm memória

Outra lição fascinante é que as árvores são capazes de reter “memórias” sobre eventos climáticos ou ambientais. Elas se adaptam lentamente ao longo do tempo, acumulando conhecimento sobre o clima e as condições de vida ao seu redor. Por exemplo, uma árvore que sobreviveu a uma seca aprenderá a lidar melhor com a falta de água, e esse conhecimento será transmitido para as próximas gerações. Isso nos ensina sobre a incrível resiliência da natureza e a capacidade das árvores de se ajustarem ao ambiente em constante mudança.

  1. A vida das árvores é extremamente lenta, mas rica

Ao longo do livro, fica claro que as árvores vivem em um ritmo muito mais lento do que o nosso. Elas crescem lentamente, curam-se lentamente e suas interações se desenrolam em um período de tempo que pode durar séculos. No entanto, apesar desse ritmo lento, a vida das árvores é extraordinariamente rica e complexa.  Isto nos faz refletir sobre a nossa própria relação com o tempo e a natureza, destacando a importância de apreciar os ciclos longos da vida, do crescimento e desenvolvimento.

  1. As florestas são ecossistemas interdependentes

Wohlleben descreve como as árvores de uma floresta dependem não apenas umas das outras, mas também de todo o ecossistema ao seu redor. Animais, fungos e bactérias desempenham papéis essenciais na saúde da floresta. Os fungos estabelecem simbioses com as raízes das árvores, ajudando na absorção de nutrientes e água. Nada na natureza vive isolado; tudo está interligado e a harmonia entre os diferentes organismos é fundamental para a saúde do ambiente.

  1. As árvores nos ensinam sobre paciência e conexão

Talvez a lição mais profunda de “A Vida Secreta das Árvores” seja a importância da paciência e da conexão. As árvores crescem lentamente, formando laços duradouros com outras árvores e vivendo em harmonia com o ecossistema ao redor. As árvores nos ensinam a desacelerar, a valorizar as conexões em nossas vidas e a perceber que, assim como elas, nossa existência também depende de como nos relacionamos com o mundo ao nosso redor.

Em síntese, “A Vida Secreta das Árvores” é uma obra que nos desafia a compreender a forma como vemos as florestas e, por extensão, a própria natureza. As lições que o livro nos ensinam não apenas ampliam nosso conhecimento sobre as árvores, mas também nos faz refletir sobre a interdependência de todos os seres vivos. As árvores, com suas redes de comunicação e seus ciclos lentos, têm muito a nos ensinar sobre paciência, cooperação e resiliência – virtudes que podemos cultivar em nossas próprias vidas.


Se você ficou curioso(a) e quer saber mais confira a resenha:

A Vida Secreta das Árvores – resenha

Em A Vida Secreta das Árvores, o autor Peter Wohlleben revela um mundo invisível das florestas, onde as árvores possuem uma existência complexa e interconectada, muito além do que os olhos podem ver. Wohlleben, um engenheiro florestal alemão, usa sua vasta experiência e observações para descrever as árvores como seres sociais, dotados de formas de comunicação e cooperação que são surpreendentemente semelhantes às de uma comunidade humana.

Logo no início, o autor desfaz a imagem tradicional de que as árvores são apenas seres passivos. Ele apresenta pesquisas científicas que mostram como elas podem “se comunicar” umas com as outras.

COMO AS ÁRVORES SE COMUNICAM

Quando uma árvore é atacada por insetos ou predadores, ela emite substâncias químicas voláteis pelo ar, que funcionam como um alerta para outras árvores próximas. Essas, por sua vez, recebem o “sinal” e podem ativar seus próprios mecanismos de defesa, como produzir toxinas para afastar os invasores. Essa linguagem aromática não só protege a árvore individual, mas cria uma rede de cooperação entre as árvores da floresta, permitindo que ajudem umas às outras a sobreviver.

Wohlleben descreve essa comunicação como uma forma de inteligência coletiva, a “internet da floresta”, desafiando a visão tradicional de que as árvores são organismos isolados e sem interação social.

UMA REDE DE CUIDADOS

O autor também explora como as árvores cuidam umas das outras. Ele revela, por exemplo, que árvores mais velhas e saudáveis ajudam as mais jovens e debilitadas a crescer, compartilhando água e nutrientes por meio das raízes interligadas. Essa visão de cooperação é um contraste interessante com a ideia de competição que geralmente associamos à natureza.

A LONGEVIDADE DAS ÁRVORES

Outro aspecto fascinante do livro é a discussão sobre a longevidade das árvores. Wohlleben descreve o ciclo de vida das florestas de maneira detalhada, explicando que as árvores podem viver por séculos ou até milênios. Ele fala sobre o papel essencial que as árvores desempenham no ecossistema, regulando o clima e fornecendo abrigo para inúmeras espécies de animais e plantas. O autor também critica a forma como a silvicultura moderna muitas vezes interfere nesse equilíbrio natural, acelerando o corte de árvores e reduzindo sua longevidade.

O estilo de escrita de Wohlleben é acessível e envolvente, tornando as informações científicas fáceis de entender. Ele combina suas experiências pessoais com descobertas científicas recentes, criando uma narrativa que prende a atenção do leitor, repleta de insights fascinantes.

AS ÁRVORES SOB UM NOVO OLHAR

A Vida Secreta das Árvores é uma leitura reveladora e inspiradora. Wohlleben nos convida a reconsiderar a maneira como enxergamos as árvores e as florestas, mostrando que elas são mais do que simples recursos naturais. Ele reforça a ideia de que as árvores são seres complexos, com habilidades que ainda estamos apenas começando a entender. Ao final, o livro deixa uma mensagem poderosa sobre a importância da preservação ambiental, destacando que, ao proteger as florestas, estamos garantindo a continuidade de um ecossistema vital para a sobrevivência do planeta.

Para aqueles interessados em biologia, ecologia ou simplesmente em aprender mais sobre a natureza, o livro A Vida Secreta das Árvores é uma obra imperdível que transforma nossa compreensão sobre o mundo natural.

Contra Capa do livro ‘A vida secreta das Árvores’

“E se tudo o que você sempre pensou saber a respeito das árvores estivesse errado? E se, apesar de tão diferentes de nós, descobríssemos que elas compartilham diversas características dos humanos? Nos últimos anos a ciência tem comprovado que as árvores e o homem têm muito mais em comum do que poderíamos imaginar. Assim como nós, elas se comunicam, mantêm relacionamentos, formam famílias, cuidam dos doentes e dos filhos, têm memória, defendem-se de agressores e competem ferozmente com outras espécies – às vezes, até com outras árvores da mesma espécie. Algumas são naturalmente solitárias, enquanto outras só conseguem viver plenamente se fizerem parte de uma comunidade. E, assim como nós, cada uma se adapta melhor a determinado ambiente. Em A vida secreta das árvores, o engenheiro florestal alemão Peter Wohlleben alia seus 20 anos de experiência às últimas descobertas científicas para examinar o dia a dia desses seres fantásticos. Com um ponto de vista surpreendente e inovador, o livro se tornou um fenômeno na Alemanha, entrou para a lista de mais vendidos do The New York Times e teve seus direitos negociados para 18 países. Essa viagem fascinante pela vida das árvores e florestas é um convite a repensarmos nossa relação com a natureza.”

Deixo a indicação do documentário: Árvores Inteligentes, disponível no Youtube com legenda em Português.

Sobre o autor: Peter Wohlleben (Bona, 1964) é um engenheiro florestal e divulgador científico alemão, conhecido por suas obras populares sobre temas ecológicos. Bacharel em Engenharia Florestal em Rotemburgo, começou a trabalhar como guarda florestal. Ele administra uma floresta de faias no município de Hümmel, na Alemanha.

Outros livros do autor:

A sabedoria secreta da natureza

A vida secreta dos animais

Conheça também a Biblioteca Verde do Educando Tudo Muda e os 12 livros sobre árvores para despertar o apreço das crianças pela natureza.

Abraço

Ana Lúcia Machado

DIA DAS CRIANÇAS MENSAGEM IMPORTANTE

Dia das Crianças – repensando o significado deste dia

Como sair do lugar comum e dar um novo sentido a esta data? De que forma podemos comemorar o Dia das Crianças sem ceder aos apelos mercadológicos da indústria de brinquedos e do entretenimento digital?

Que tal olhar seu entorno e perceber a quantidade de materiais do cotidiano que podem virar brinquedos nas mãos das crianças de forma criativa com o uso da imaginação?

São caixas de papelão, rolhas, caixinhas de fósforos, lenços, tampinhas de garrafa que podem se transformar em brinquedos incríveis.

E se você observar a natureza num passeio ao parque neste dia e descobrir o lúdico ao alcance das mãos? –  gravetos, sementes, folhas, pedrinhas, etc, que magicamente podem virar comidinhas nas brincadeiras de cozinha de lama por exemplo.

Já pensou como seria divertido organizar uma caça aos tesouros da natureza e depois propor às crianças a criação de um brinquedo ou brincadeira com esses achados?

Vamos conectar a criança ao mundo vivo e olhar para a vocação lúdica da natureza. Pense,  o que é um bom brinquedo?  O que é uma brincadeira potente?

Vamos refletir sobre a importância do brincar livre, do brincar em família, e nas possibilidades de viver o Dia das Crianças de um jeito diferente valorizando o que realmente importa para a saúde física e emocional das crianças, reconhecendo a importância das interações sociais e fortalecimento dos vínculos afetivos.

Logo, infância rica em vivências sensoriais e lúdicas não precisa de brinquedos industrializados e sim de experiências reais por meio do brincar livre em contato com o mundo natural. Além disso, essas experiências propiciam conhecimento do mundo, pois as crianças aprendem brincando.

Feliz Dia das Crianças com liberdade de ser e estar no mundo de um jeito diferente!

Abraços brincantes

Ana Lúcia Machado

 

Brincadeiras com flores na Primavera

Brincadeiras com flores na Primavera: experiências sensoriais lúdicas e criativas que conectam as crianças à natureza, estimulando imaginação, aprendizado e respeito pelo meio ambiente.

Na primavera, as flores se tornam não apenas um espetáculo de cores e aromas, mas também matéria prima natural e acessível para as brincadeiras infantis. As crianças, com sua imaginação criadora, transformam esses pequenos tesouros da natureza em invenções lúdicas, explorando a beleza e a diversidade que a estação oferece. Brincar com flores na primavera vai além de entretenimento e diversão; é uma forma das crianças se conectarem com o mundo natural ao admirar sua beleza, estimulando sua criatividade, sensibilidade e compreensão sobre o ciclo  da vida.

As brincadeiras com flores, como a criação de coroas florais, pulseiras e “comidinhas”, permitem que as crianças desenvolvam habilidades motoras finas, além de despertar o interesse pela natureza. Confeccionar arranjos, fazer mandalas são exemplos de como essas experiências sensoriais podem proporcionar descobertas encantadoras e muito aprendizado.

Além disso, essas atividades estimulam o desenvolvimento emocional, promovem o vínculo da criança com a terra, estimulam a curiosidade e a imaginação, revelando à criança que as formas da flora contêm as formas da vida e de todos os seres, como afirma Gandhy Piorski em ‘Brinquedos do Chão‘. Piorski ainda reforça que as brincadeiras com os materias advindos da natureza criam senso de parentesco, similitude e unidade à existência.

Portanto a primavera é um cenário perfeito para que as flores não sejam apenas contempladas, mas também manuseadas de forma criativa, educativa, e até mesmo terapêutica, transformando cada brincadeira em uma experiência única de aprendizado e conexão profunda com os  elementos da terra.

 

SOBRE A RIQUEZA DA FLORA BRASILEIRA

A flora brasileira é uma das mais ricas e diversas do mundo, abrigando uma imensidão de espécies. O Brasil é um verdadeiro tesouro natural, responsável por aproximadamente 20% da biodiversidade vegetal do planeta. A Amazônia, por exemplo, é casa de milhares de árvores, como a seringueira e o açaizeiro, enquanto o Cerrado, com suas árvores retorcidas e resistentes, possui uma flora adaptada às condições mais secas e calorosas.

A Mata Atlântica, outra joia da biodiversidade, é conhecida por suas plantas exuberantes, como bromélias e orquídeas, que encantam com suas formas e cores. Além de sua beleza, muitas delas têm importância ecológica, medicinal, estão presentes na culinária, além é claro de fazer parte do universo lúdico das crianças. Confira algumas sugestões de brincadeiras com flores:

 

BRINCADEIRAS COM FLORES NA PRIMAVERA

CAMINHAR SOB TAPETES COLORIDOS

Caminhar sobre tapetes coloridos de flores caídas no chão na primavera é uma experiência mágica para a criança. O chão se transforma em uma paleta vibrante de cores, com pétalas que cobrem o caminho, criando uma imagem encantadora e única. Cada passo neste tapete parece mais leve, enquanto a criança pode ainda explorar a textura e as formas das flores. O perfume doce das flores no ar e a sensação de pisar nas pétalas tornam o momento ainda mais sensorial, criando memórias afetivas inesquecíveis. Além da beleza, essa caminhada reforça a conexão com o ciclo das estações, ajudando a criança a apreciar a delicadeza da natureza e o seu constante renascimento.

 

UNHAS POSTIÇAS

Usar pétalas pequenas de flores sobrepostas nas próprias unhas fixando-as com saliva como se fossem unhas postiças. Para uma criança, usar pétalas pequenas de flores como se fossem unhas postiças, é uma brincadeira muito divertida. Ao escolher as flores que tenham pétalas pequenas, ela explora formas e cores da natureza de uma maneira inusitada. O toque delicado e cuidadoso das pétalas nas pontas dos dedos traz uma sensação suave, quase mágica, e a leveza das flores sobrepostas desperta a imaginação. A criança experimenta transformar suas unhas em algo único e encantador, conectando-se com a natureza de maneira simples e lúdica. O processo de pressionar as pétalas com saliva envolve o tato e a concentração, criando um momento íntimo e sensorial. Além disso, essa atividade desperta a curiosidade sobre a fragilidade e a beleza das flores. As pétalas da maria sem vergonha são ótimas para essa brincadeira.

 

COLORIR COM PÉTALAS DE FLORES

Colorir amassando e esfregando as pétalas de flores sob o papel é uma experiência sensorial surpreendente para a criança. Ao substituir tintas tradicionais por pétalas, ela descobre as cores e texturas naturais de forma espantosa. As tintas das flores são verdades da natureza, “verdades das profundezas” como afirma Gaston Bachelard.

O toque suave das flores nas mãos, o leve amassar das pétalas e a observação de como o pigmento se espalha no papel criam uma sensação de descoberta e experimentação. A criança aprende que a natureza é fonte de beleza e arte, percebendo nuances delicadas que variam de flor para flor. O aroma sutil das pétalas esmagadas adiciona outra camada sensorial, envolvendo o olfato no processo criativo. Ao ver o resultado final, com traços suaves que dão um efeito aquarelado, a criança se sente conectada ao processo natural, desenvolvendo uma apreciação pelo que a natureza oferece e uma visão diferente sobre as formas de expressar a criatividade.

GELO FLORAL

Flores congeladas – fazer gelo floral é uma experiência sensorial encantadora para a criança. Ao recolher flores pequenas no chão do jardim e colocá-las nas forminhas de gelo, a criança explora a textura e a forma das pétalas, envolvendo-se em um processo de descoberta da natureza. Cada flor escolhida traz cores e padrões únicos, transformando o simples ato de fazer gelo em uma atividade criativa e envolvente. O toque frio da água nas mãos ao preencher as forminhas e a expectativa ao esperar que o gelo se forme no congelador tornam o processo ainda mais emocionante. Quando os cubos de gelo florais estão prontos, a criança pode observar as flores suspensas dentro do gelo, criando um efeito visual fascinante. Além da diversão, essa atividade desperta a curiosidade sobre os elementos naturais e promove uma conexão especial com a natureza, incentivando a criatividade e a apreciação pela beleza simples ao redor.


Brincadeiras com flores na primavera

é apenas o começo de uma jornada lúdica e cheia de aprendizado que pode ser ampliada com brincadeiras de roda, canções, e também  com a leitura de livros infantis sobre a estação. Histórias que exploram a beleza e a magia da primavera ajudam as crianças a compreenderem melhor o ciclo das estações, a importância das flores e a conexão entre natureza e imaginação. Além disso, essas leituras despertam a curiosidade, incentivam a exploração ao ar livre e promovem o respeito pelo meio ambiente. Com histórias que inspiram aventuras entre flores e jardins, as crianças podem expandir suas brincadeiras e criar novas formas de interagir com a natureza, tornando a primavera um cenário para aprendizado, criatividade e descobertas. Confira algumas indicações de leitura:

A Primavera da Lagarta, Ruth Rocha

O Jardim Curioso, Peter Brown

De flor em flor, Jon Arno Lawson e Sydney Smith

De onde nascem as flores, Anna Charlie e Daniel Ianae

O Jardim Secreto,  Frances H. Burnett

O pote vazio, Demi

Estações, Daniel Munduruku

A Primavera de Vivaldi, Daniela Libanio

Para mais inspirações de brincadeiras com os elementos naturais conheça também o ‘Livro do Educador brincando com a natureza’.

Que possamos compreender a terra como matéria prima do brincar e oportunizar às nossas crianças experiências sensoriais lúdicas que enriqueçam suas infâncias e que assim como as flores na primavera, as crianças floresçam como expressão da força da natureza!

Abraço afetuoso

Ana Lúcia Machado

 

Como comemorar o Dia da Árvore com as crianças

Como comemorar o Dia da Árvore com as crianças, uma data essencial para nos lembrarmos do papel vital que as árvores desempenham em nossas vidas e no equilíbrio ambiental do planeta. Comemorar esse dia é uma forma de semear a conscientização ambiental desde cedo, ensinar,  valorizar e proteger a natureza.

O Dia da Árvore é comemorado em 21 de setembro, às vésperas da chegada da primavera no hemisfério sul. Essa data foi instituída como forma de promover a conscientização da importância das árvores para a preservação da natureza e o equilíbrio ambiental, enfatizando   inúmeros benefícios que as árvores proporcionam.

Em A Vida Secreta das Árvores, o autor Peter Wohlleben, revela um mundo invisível das florestas, onde as árvores possuem uma existência complexa e interconectada, muito além do que os olhos podem ver. Wohlleben, um engenheiro florestal alemão, usa sua vasta experiência e observações para descrever as árvores como seres sociais, dotados de formas de comunicação e cooperação que são surpreendentemente semelhantes às de uma comunidade humana.

 

A Importância do Dia da Árvore

O Dia da Árvore é muito mais do que uma data simbólica. Ele serve como um lembrete da necessidade urgente de cuidar do meio ambiente, especialmente em um mundo onde as questões climáticas se tornaram um dos maiores desafios globais. As árvores desempenham um papel vital no ecossistema e na saúde do planeta, fornecendo oxigênio, capturando dióxido de carbono, prevenindo erosão, proporcionando habitat para diversas espécies e oferecendo sombra e beleza às paisagens urbanas e rurais.

Além disso, essa data ajuda a reforçar a conexão entre as pessoas e a natureza, entre a criança e a natureza, principalmente nas áreas urbanas, onde o contato com o verde é muitas vezes limitado. Para as crianças, essa conexão é ainda mais importante, pois influencia diretamente no desenvolvimento físico,  emocional, e cognitivo, criando uma geração mais consciente e comprometida com questões ambientais.

 

Benefícios das Árvores para o Planeta e as Pessoas

As árvores são essenciais para a vida no planeta, e seus benefícios são inúmeros, confira:

  1. Produção de Oxigênio: Através do processo de fotossíntese, as árvores liberam oxigênio, essencial para a vida humana e de outros seres vivos.
  2. Captura de CO2: As árvores absorvem o dióxido de carbono da atmosfera, ajudando a combater o aquecimento global e a mudança climática.
  3. Controle de Temperatura: Em áreas urbanas, as árvores ajudam a reduzir o efeito de “ilhas de calor”, proporcionando sombra e refrescando o ambiente.
  4. Prevenção de Erosão do Solo: As raízes das árvores ajudam a fixar o solo, prevenindo a erosão e o deslizamento de terras.
  5. Habitat para Fauna: Árvores abrigam uma grande diversidade de animais, como aves, insetos e pequenos mamíferos, que dependem delas para sobreviver.
  6. Bem-estar Humano: Estudos mostram que a presença de árvores em áreas urbanas pode melhorar a saúde mental, reduzir o estresse e promover a qualidade de vida.
  7. Beleza e Estética: As árvores embelezam o ambiente, criando paisagens agradáveis que contribuem para o bem-estar emocional e a qualidade de vida nas cidades.

 

COMO COMEMORAR O DIA DA ÁRVORE COM AS CRIANÇAS

Desta forma, o Dia da Árvore é uma oportunidade educativa e lúdica de aprender sobre a natureza de maneira experiencial e envolvente. É uma excelente forma de despertar o interesse das crianças pelo mundo natural desde cedo e de criar vínculos afetivos com a natureza.

Existem várias experiências sensoriais de impacto que podemos oportunizar para as crianças com o intuito de tornar essa data especial. Saber como comemorar o Dia da Árvore com as crianças de um jeito não convencional, fugindo de atividades com papel e cola, que são pouco atrativas e estimulantes, é muito importante para tornar esta celebração significativa. Veja algumas ideias inspiradoras:

1.Subir em uma árvore

Subir em uma árvore é uma experiência sensorial rica e transformadora. Desde o momento em que a criança toca o tronco, a textura áspera da casca desperta o tato, oferecendo uma sensação de firmeza e segurança. À medida que os pés buscam apoio nas saliências e ramos, o corpo se ajusta e equilibra, ativando a consciência corporal, espacial e a coordenação motora. Cada movimento é acompanhado pela pressão dos dedos nas superfícies irregulares, proporcionando uma conexão física direta com a natureza.

O aroma das folhas e da madeira fresca invade o olfato, evocando uma sensação de frescor e liberdade. O som das folhas farfalhando ao vento e dos pássaros cantando ao redor cria uma trilha sonora que envolve a criança em um ambiente natural vivo e dinâmico. A subida, por vezes desafiadora, estimula a criança a superar obstáculos, encontrar soluções e gerenciar riscos, reforçando a autoconfiança.

Chegar ao topo é uma vitória. Dali, a criança experimenta uma nova perspectiva: a visão se expande, abrangendo paisagens que antes estavam fora de alcance. O vento suave que sopra no rosto traz uma sensação de conquista e pertencimento àquele espaço. Para a criança, subir em uma árvore não é apenas uma aventura física, mas uma experiência sensorial completa, que desperta os sentidos, fortalece o corpo e nutre a alma com uma profunda conexão com a natureza.

2.Abraçar uma árvore

Abraçar uma árvore é uma experiência profunda para uma criança. Ao envolver os braços ao redor do tronco, a criança sente a textura rugosa da casca sob suas mãos, transmitindo uma sensação de solidez e proteção. O tronco, muitas vezes mais frio que o ambiente ao redor, oferece uma calma refrescante, enquanto o cheiro terroso e amadeirado se espalha no ar, despertando o olfato e trazendo uma conexão imediata com a natureza.

Este abraço propicia um momento de tranquilidade. A sensação de proximidade com um ser vivo tão grande e antigo desperta uma curiosidade silenciosa e respeito.

Essa experiência não é apenas física, mas também emocional. Abraçar uma árvore provoca um sentimento de acolhimento e pertencimento, como se a árvore estivesse protegendo a criança. O simples ato de tocar e abraçar a árvore desperta uma consciência sobre a vida ao redor, conectando a criança de maneira íntima e sensorial com o mundo natural.

3.Ouvir o pulsar da árvore com um estetoscópio

Ouvir o pulsar de uma árvore com um estetoscópio é uma experiência surpreendente. Ao pressionar o aparelho contra o tronco, a criança pode captar sons sutis e quase imperceptíveis: o leve movimento da seiva circulando, o estalo ocasional da madeira e até a suave vibração das raízes no solo. Esses sons internos revelam a vida escondida dentro da árvore, conectando a criança a um ritmo natural e profundo. É como descobrir o “coração” da árvore, proporcionando uma sensação de mistério e encantamento, ao perceber que a natureza tem seu próprio ritmo vital.

4.Fazer um piquenique à sombra de uma árvore

Um piquenique à sombra de uma árvore frondosa é uma experiência de serenidade e harmonia com a natureza. O som suave das folhas ao vento cria uma melodia calma, enquanto a brisa fresca alivia o calor. A sombra da copa envolve o ambiente em um frescor agradável, ideal para relaxar. O aroma da grama misturado ao das flores e frutas evoca sensações de bem-estar. Comer ao ar livre, cercado pelo verde, intensifica os sabores e desperta os sentidos, proporcionando um momento de paz e conexão profunda com a simplicidade e beleza do mundo natural.

5.Comer fruta colhida do pé

Comer uma fruta colhida diretamente do pé é uma experiência sensorial mágica para uma criança. O ato de estender a mão e arrancar a fruta da árvore desperta um sentimento de descoberta e conquista. A textura da casca ou da polpa fresca nas mãos traz uma sensação imediata de vida, como se a árvore compartilhasse seu presente direto com a criança.

Ao dar a primeira mordida, o sabor explode de maneira intensa e autêntica, diferente de qualquer fruta comprada em mercados. O suco fresco escorre pelos lábios, o cheiro natural e doce da fruta inunda o ar, intensificando o prazer da experiência. O sabor genuíno, muitas vezes mais doce e suculento, revela a criança a diferença de uma fruta recém-colhida, criando uma conexão mais direta com o ciclo natural dos alimentos.

Esse momento também traz uma compreensão intuitiva do tempo e da paciência, pois a criança percebe que aquela fruta cresceu e amadureceu ao longo das estações. Comer diretamente do pé é, além de delicioso, uma experiência de aprendizado sobre a natureza, suas dádivas e a importância de respeitar e apreciar o ambiente ao redor.

6.Conhecer uma casinha de árvore

Conhecer uma casinha de árvore é como entrar em um mundo de fantasia para uma criança. Ao subir os degraus que levam até ela, a sensação de aventura e mistério cresce a cada passo. Lá em cima, entre os galhos, a casinha se torna um refúgio secreto, um espaço só dela, onde a imaginação corre solta. A madeira rústica, o cheiro de folhas e o balançar suave da árvore com o vento tornam a experiência sensorialmente rica e acolhedora.

Dentro da casinha, a criança cria um universo próprio, seja brincando de exploradora, pirata ou simplesmente relaxando em seu esconderijo particular. A vista elevada oferece uma nova perspectiva sobre o mundo ao redor, proporcionando um sentimento de liberdade e conexão com a natureza. A casinha de árvore transforma-se em um santuário de aventuras e sonhos, onde a criança pode vivenciar a magia de estar em harmonia com o ambiente natural.

7.Contemplar árvores gigantes numa visita ao Jardim Botânico de sua cidade

Conhecer árvores gigantes é uma experiência deslumbrante para uma criança. Ao se aproximar desses colossos da natureza, a sensação de pequenez diante da imensidão das árvores desperta um misto de admiração e curiosidade. O tronco, largo e robusto, parece intransponível, e as copas se erguem tão alto que parecem tocar o céu.

O simples ato de tocar a casca rugosa e olhar para cima, acompanhando a altura, conecta a criança à grandiosidade e longevidade da natureza. Os sons suaves das folhas balançando lá no alto criam uma atmosfera mágica, quase como se as árvores gigantes sussurrassem segredos antigos.

Explorar o entorno das raízes, sentir a sombra fresca e imaginar a vida longa e silenciosa desses seres desperta um profundo respeito pela natureza. Para a criança, essas árvores são monumentos vivos, fontes de mistério e fascinação, que estimulam a imaginação e o senso de maravilha.

CONHEÇA O JARDIM BOTÂNICO DA CIDADE DE SÃO PAULO AQUI

 

OUTRAS ATIVIDADES DE COMO COMEMORAR O DIA DA ÁRVORE COM AS CRIANÇAS

Caminhadas ao Ar Livre

Organizar uma caminhada em um parque ou área arborizada é uma forma de permitir que as crianças tenham contato direto com a natureza. Durante a caminhada, é possível conversar com as crianças sobre a importância das árvores, mostrar diferentes tipos de plantas e até mesmo observar animais em seu habitat natural.

Leitura de Livros sobre a Natureza

A literatura infantil é uma poderosa ferramenta para transmitir lições sobre o meio ambiente. Escolher livros que falam sobre árvores, florestas e a natureza pode inspirar a imaginação das crianças e reforçar a mensagem de preservação. Histórias com personagens da fauna e flora são ótimas para despertar o interesse dos pequenos. Confira algumas indicações:

Árvores, Piotr Socha, WMF Martins Fontes

Trata-se de um livro enciclopédico infantojuvenil com conteúdo abrangente sobre as árvores de todo o mundo em todos os tempos.

Qual é a árvore mais alta do mundo? Desde quando existem as árvores e quanto tempo elas vivem? Existe um hotel construído em uma árvore? E o que podemos fazer para ter certeza de que as árvores sobreviverão para o futuro? Este livro responde   essas questões e a muitas outras – de maneira leve e perspicaz.

O autor perfaz a história das árvores desde os tempos antigos até os dias de hoje, examinando, ao longo do percurso, o papel que as árvores tiveram na história, na mitologia e em todo o mundo natural.

O livro é todo ilustrado, com textos informativos, e traz as árvores como ligação entre diversos elementos de vida, diversidade, evolução, construção e morte.

 

 

Debaixo das copas, Iris Volant, ‎ VR Editora

Sabe essa árvore de galhos fortes em que você acabou de subir? E aquela enorme do parque, com raízes saindo pela terra? E a da praia, que faz uma sombra perfeita? Cada uma delas tem uma história para contar. Pode estar conectada à sua trajetória pessoal e pode também fazer parte das histórias de um povo de algum lugar. Sejam protagonistas ou coadjuvantes, as árvores aparecem em contos, lendas e narrativas verídicas da humanidade. São sagradas, como a imensa samaúma da Amazônia, ou responsáveis por grandes saltos nas ciências, como a singela macieira de Isaac Newton, que, quase discretamente, fez o físico elaborar a teoria da gravidade. Gigantes ou pequenas, míticas ou provedoras, frondosas ou escassas em folhas, simbolizam universalmente a diversidade e a resistência. Debaixo das copas reúne árvores de todos os tipos e continentes. Você vai se encantar com as histórias que as cercam e as transformam em verdadeiros patrimônios culturais, além, é claro, de conhecer um pouco de suas características.

 

As árvores do Brasil, lalau e Laurabeatriz, Editora Peirópolis

Árvores do Brasil apresenta algumas das árvores mais importantes do nosso país. É uma homenagem a essas verdadeiras maravilhas da natureza que nos dão sombra e frutas, evitam que a erosão acabe com nossos rios, oferecem abrigo e alimento aos bichos e passarinhos, ajudam a retirar poluentes do ar que respiramos e deixam a vida mais bonita e florida. Lançado em 2011, no Ano Internacional da Floresta, o livro é um grande e colorido desfile de quinze espécies de árvores, três de cada bioma brasileiro: pau-brasil, araucária, jequitibá, ipê-do cerrado, buriti, jatobá-do-cerrado, juazeiro, mulungu, umbuzeiro, ipê-roxo, jenipapo, pau-formiga, castanheira-do-pará, piquiá e mogno.Cada árvore ganhou um poema, uma ilustração e a companhia de um bicho que mantém alguma relação de vida com ela: alimenta-se das frutas e folhas, procura abrigo, ajuda a espalhar sementes ou caça insetos que vivem nos troncos.No final, o livro traz nomes científicos e textos sobre a altura que podem atingir, principais características e usos das madeiras, como os frutos são consumidos pelo homem, problemas que enfrentam na natureza e outras informações.

 

CONFIRA OUTRAS INDICAÇÕES DE LIVROS  AQUI


DIA DA ÁRVORE COM AS CRIANÇAS

Vamos explorar essa data de uma maneira não convencional, longe da folha de papel A4 e da cola? Vamos comemorar o Dia da Árvore com as crianças vivenciando a importância, os benefícios das árvores de um jeito  criativo e inspirador?

O Dia da Árvore é uma data essencial para nos lembrarmos do papel vital que as árvores desempenham em nossas vidas e no equilíbrio ambiental do planeta. Comemorar esse dia com as crianças é uma forma de plantar as sementes da conscientização ambiental desde cedo, ensinando-as a valorizar e proteger a natureza. Com experiências sensoriais, lúdicas e educativas, como abraçar uma árvore, comer fruta colhida do pé,  e caminhadar ao ar livre, é possível deixar uma marca positiva na formação de uma geração mais consciente e comprometida com o futuro do planeta.

 

Abraço afetuoso

Ana Lúcia Machado

 

 

 

Observar e Brincar com as Nuvens: Uma Experiência Lúdica e Educativa para Crianças

Observar e brincar com as nuvens oferece às crianças uma oportunidade única de conexão com a natureza, ao mesmo tempo que estimulam a imaginação, desenvolvem sua criatividade e habilidades cognitivas.

Caminhamos olhando para os lados, para frente, mas raramente levantamos nossas cabeças e olhamos para cima, ou quando olhamos, tudo parece tão conhecido, que olhamos “sem olhar”. Sem a devida atenção aos detalhes, olhamos mas não enxergamos.  O que existe de interessante lá no alto?

A natureza é um cenário repleto de possibilidades de brincadeiras e aprendizado, e um dos elementos mais acessíveis e encantadores para as crianças são as nuvens do céu. Olhar para cima para observar e brincar com as nuvens não só desperta a curiosidade, mas também promove o desenvolvimento da imaginação, e da percepção ambiental.

Observar e brincar com as nuvens como uma experiência lúdica e educativa –  além de ser uma forma de entretenimento ao ar livre, auxiliam as crianças a entenderem fenômenos naturais, como o ciclo da água e as mudanças no clima, de maneira lúdica.

 

A Importância de Observar e Brincar com as Nuvens

Observar e brincar com as nuvens é uma forma simples de introduzir as crianças ao mundo da ciência e à observação ambiental. Ao observar o céu, elas começam a perceber que as nuvens mudam de forma, cor e tamanho ao longo do dia, o que pode ser uma excelente oportunidade para conversar sobre o tempo, as estações do ano e o clima. Além disso observar e brincar com as nuvens pode incentivar as crianças a fazer perguntas, e despertar nelas o desejo de explorar o mundo natural ao seu redor.

 

O que são e como se formam as nuvens na linguagem da criança

As nuvens são como grandes bolhas fofas de vapor d’água que flutuam no céu. Elas parecem algodão doce ou bichinhos de pelúcia, mas na verdade são feitas de gotinhas de água ou de pequenos pedaços de gelo. As nuvens ficam lá no alto porque o ar as carrega como se fosse uma grande cama de vento.

Mas como elas se formam? Tudo começa lá embaixo, nos rios, lagos e no oceano. Quando o sol brilha, ele aquece a água e a transforma em vapor, que é invisível e sobe para o céu. À medida que esse vapor sobe, ele encontra o ar mais frio. O frio faz o vapor se juntar em gotinhas de água ou pedacinhos de gelo, e é assim que nasce uma nuvem!

 

As nuvens possuem nomes

As nuvens são classificadas de acordo com dois critérios, que são a aparência (ou formato) e a altitude em que elas se formam e estão posicionadas. Combinando esses critérios, as nuvens podem ser divididas em 10 tipos: cirrus, cirrocumulus, cirrostratus, altocumulus, altostratus, nimbostratus, stratocumulus, stratus, cumulus e cumulonimbus.

 

Detalhando alguns tipos de nuvens:

Algumas são fininhas e ficam bem no alto, como as cirrus, que parecem pinceladas no céu. Outras são mais fofas e grandes, como as cúmulus, que lembram grandes montanhas de algodão, sempre presente nos desenhos das crianças. E quando o céu está cinza e cheio de nuvens, são as stratus.

Às vezes, as nuvens ficam tão cheias de gotinhas de água que elas caem de volta para a Terra na forma de chuva. É assim que o ciclo da água acontece: a água sobe, vira nuvem, e depois volta para o chão!

 

Como se tornar um Observador de Nuvens

Sabia que você pode ser um Observador de Nuvens? No livro Observador de Nuvens, de Patrícia Grinberg, o menino protagonista da história, encontra um sábio velhinho observador de nuvens e aprende com ele que para se tornar um Observador de Nuvens é preciso encher os olhos de céu e

“basta deitar olhando para cima, e, se for sobre um gramado, melhor; deixar-se acariciar pelo vento e olhar o céu… mas acima de tudo, é preciso se deixar levar pela imaginação.”

Essa é uma atividade divertida onde você descobre tudo o que as nuvens podem te contar precisando apenas dos seus olhos, de um lugar ao ar livre e um pedacinho de céu. Para começar, encontre um lugar confortável, como um gramado, uma praia ou até mesmo o quintal de casa. Deite-se no chão ou sente-se em uma cadeira e olhe para o céu. Agora vem a parte divertida:

 

Brincadeiras com as Nuvens

Adivinhação de Formas: Uma atividade clássica, onde as crianças podem observar os tipos de nuvens do céu durante o dia e relacionar as formas das nuvens com objetos, animais, partes do corpo, as letras do alfabeto, ou até mesmo criar histórias. Será que você consegue ver um dragão, um coelho ou um barco flutuando lá no alto? As nuvens estão sempre mudando, então seja rápido para adivinhar o que elas parecem antes que mudem de forma.  Outra possibilidade é  fotografar as nuvens do céu, procurar as formas na imagem congelada e até mesmo desenhar sobre a tela ou papel impresso da foto. Ou ainda com a imagem das nuvens refletidas sob um espelho acrílico voltado para o céu, desenhar sobre a superfície espelhada os objetos visualizados com caneta hidrocor.

Caça às Nuvens: As crianças podem aprender os nomes das diferentes formações de nuvens, como cirrus, cúmulus e stratus, transformando a observação em um jogo divertido de “caça às nuvens”. As crianças podem se tornar detetives do céu e tentar identificar e classificar os diferentes tipos de nuvens. Imprima a imagem ao lado, que  pode ser baixada AQUI e recorte a parte central pontilhada para usá-la como uma “janelinha” e assim olhar para o céu com o objetivo de identificar a nuvem observada, comparando-a com as imagens dos vários tipos de nuvens em volta na cartela.

Diário das Nuvens: Se você quiser levar a brincadeira para o próximo nível, pode começar um diário de nuvens. Incentive as crianças a fazerem anotações em um caderno, onde possam desenhar e colorir as diferentes formas das nuvens que viram no céu. Talvez possam perceber padrões, como quando aparecem mais nuvens de chuva ou dias com céu totalmente limpo.

Brincadeiras como essas propiciam momentos de relaxamento, tranquilidade e bem estar. Ser um Observador de Nuvens é uma forma mágica de aprender sobre o mundo natural, desfrutar a natureza, e deixar a imaginação  voar tão alto quanto as nuvens!

 


 

Livros Infantis para Inspirar a Observar e Brincar com as Nuvens

Os livros infantis têm a incrível capacidade de tornar complexos conceitos naturais acessíveis e compreensíveis para as crianças. Entre os temas mais ricos e recorrentes na literatura infantil estão os ciclos da natureza, como as estações do ano, os fenômenos naturais, etc. Essas histórias despertam a curiosidade das crianças e criam uma conexão profunda com o mundo natural, ensinando a elas sobre a beleza, a transitoriedade e a interconexão da vida.

Para tornar a experiência de observar e brincar com as nuvens ainda mais rica, é possível integrar a leitura de livros infantis que abordam o tema. Veja algumas sugestões de livros sobre nuvens:

1-O Segredo das nuvens Celina Bodenmuller

“O segredo das nuvens – Entendendo as chuvas, raios e trovões” convida os jovens leitores a explorar os mistérios escondidos nas nuvens do céu. Com uma linguagem simples, divertida e por vezes até poética, o livro conduz o olhar das crianças para que observem atentamente o que acontece com a água, em seu infinito ciclo de evaporação e condensação. Por meio de informações científicas, fatos do cotidiano, curiosidades, experimentos simples, além de quadrinhas, parlendas e provérbios, o livro vai traçando um panorama variado para explicar fenômenos naturais complexos, de uma forma que os mais jovens possam compreender facilmente.

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2.O menino que lia nuvens

No céu azul, nuvens brancas, o Sol, um elefante… Um elefante? E tem mais! Uma bola de futebol! Conheça Aldebaran, um garoto calmo que adora ficar observando as formas das nuvens. Mas eis que começa a ver algo além das formas, algo além de seu presente, e de tanto olhar para o céu acaba encontrando o que sempre procurou. E você, já deu uma olhada no céu hoje?

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3.Nuvem feliz, Alice Ruiz e Edith Derdyk

Nuvens costumam ser muito temperamentais. Qualquer ventinho as empurra de um lado para o outro, e assim elas mudam de cor, e de humor, a todo momento. Mas uma coisa é certa: toda nuvem, desde pequena, sabe que um dia terá de chorar. Numa prosa que vem e vai como uma nuvem, e com desenhos que exploram as várias possibilidades da linha e da mancha, Alice Ruiz e Edith Derdyk criaram um livro poético e delicado, cujo final surpreende por sua generosidade diante da vida.

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4.Lizzy e a nuvem

Milo pode parecer uma nuvem meio fora de moda, mas Lizzy quer levá-lo para casa. Milo não é grande demais nem muito complicado. É perfeito. Cuidar de uma nuvem é um trabalho muito importante, e Lizzy leva isso a sério. Contudo, Milo começa a crescer, crescer e crescer. O que Lizzy vai fazer quando não houver mais espaço para ele?

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5. A fazedora de nuvens, Paula Vazone

Curiosa e ousada, Marina ama uma boa aventura. Quando ela encontra um mundo mágico e descobre como as nuvens são feitas, ela aprende também que nunca deve desistir das coisas importantes. Escrito por Paula Vasone e ilustrado por Evelin Salvatierra, esta história mostra o poder da imaginação na vida de todas as pessoas.

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6. Entre nuvens, André Neves

Essa é a história de uma menina que sonhava em ser como um pássaro para poder ter uma nuvem só para ela. “Ela pensava: ‘Lá em cima, alguma coisa existe. Deuses, fadas, anjos ou gente de verdade’.” Porém, na cidade em que vivia, ninguém tinha tempo para sonhar. A menina resolve subir na montanha mais alta daquele lugar para poder pegar uma nuvem. Nessa montanha vivia um menino. Ele não achava a menor graça em olhar o céu, mas achava o sorriso da menina a coisa mais bela do mundo. E para vê-la sorrir para sempre, ele deu o melhor presente que ela poderia imaginar…

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Que tal olhar pro céu? Que tal observar as nuvens? Que tal brincar com as crianças de ver nas configurações efêmeras das nuvens, formas variadas: ovelhas, castelos, trombas de elefante, dragões?

Observar e brincar com as nuvens oferece às crianças uma oportunidade única de conexão com a natureza, ao mesmo tempo que desenvolvem sua criatividade e habilidades cognitivas. Integrar a leitura de livros infantis sobre o tema enriquece a experiência e proporciona momentos de brincadeiras e aprendizagens. Essas atividades simples podem despertar o interesse pelos fenômenos naturais, ao mesmo tempo em que incentivam a imaginação e o apreço pela natureza, além do cuidado com o meio ambiente.

Assim, o céu se torna não apenas um cenário de observação, mas também uma tela lúdica  infinita para a imaginação infantil.

Que possamos encher mais nossos olhos de céu com nossas crianças!

 

Abraço carinhoso

Ana Lúcia Machado

 

 

4 TEDs SOBRE O BRINCAR

ESCOLARIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

4 TEDs SOBRE O BRINCAR – Educação Infantil

BRINCAR é substrato para a vida, é o motor da infância que garante potência para a idade adulta. Brincando a criança desenvolve competências que serão requisitadas mais tarde nas relações interpessoais e de trabalho. Como atividade instintiva, natural e espontânea, brincar é fundamental para o desenvolvimento infantil integral e saudável, e segue tendo sua importância ao longo da vida, porque afinal somos seres lúdicos.

Infelizmente na sociedade contemporânea o brincar está em declínio, as novas gerações estão sendo privadas de tempo e espaço de brincar livre. Especialistas na área de educação e saúde vêm alertando sobre a diminuição do tempo de brincar das crianças.

Conheça 4 TEDs SOBRE O BRINCAR e entenda a sua importância para o desenvolvimento integral da criança.

Stuart Brown, psiquiatra americano, pioneiro na pesquisa sobre o brincar, descobriu por meio de seus estudos que crianças tolhidas na sua necessidade de brincar terão dificuldades de decodificar o mundo, que brincar bastante na infância gera adultos felizes e bem sucedidos e que a capacidade de continuar nutrindo este ser brincante que somos, nos mantém joviais e saudáveis ao longo da vida.

Como resultado de suas pesquisas, Stuart afirma que:

“Brincar desenvolve músculos e habilidades sociais, fertiliza a atividade cerebral, aprofunda e regula emoções, nos faz perder a noção do tempo, proporciona um estado de equilíbrio, ajuda a lidar com as dificuldades, aumenta a expansividade e favorece as conexões entre as pessoas. Ao brincar ativamos o lado direito do cérebro, que está ligado à criatividade, emoção, imaginação, intuição e subjetividade”.

 

LEIA TAMBÉM: BRINCAR SUBSTRATO PARA A VIDA


4 TEDs SOBRE O BRINCAR

BRINCAR É MAIS DO QUE DIVERSÃO – É VITAL, STUART BROWN

Um pioneiro na pesquisa sobre o ato de brincar, Stuart Brown, autor do livro  Play, diz que humor, jogos, algazarra, flerte e fantasia são mais do que simples diversão. Brincar bastante na infância gera adultos espertos e felizes – e continuar fazendo isso nos faz mais inteligentes em qualquer idade.

ASSISTA O TED

 


O DECLÍNIO DO BRINCAR, PETER GRAY

Na visão do psicólogo evolucionista Peter Gray, autor do livro Free to Learn, hoje as crianças  não têm tempo, espaço e permissão para brincar livremente. O espaço público tornou se inacessível e perigoso. As horas dedicadas à escola aumentaram.  As crianças estão sempre supervisionadas e controladas por adultos. Tudo isso tem profundos impactos no desenvolvimento e aprendizado das crianças.

Nesta palestra, o Dr. Gray chama a atenção de forma convincente para a realidade de que, nos últimos 60 anos, nos Estados Unidos, houve um declínio gradual, mas globalmente dramático, na liberdade das crianças de brincar com outras crianças, sem a orientação de um adulto. Durante este mesmo período, houve um aumento gradual, mas globalmente dramático, da ansiedade, depressão, sentimentos de desamparo, suicídio e narcisismo em crianças e adolescentes. Com base em pesquisas próprias e de outros, o Dr. Gray documenta por que a brincadeira livre é essencial para o desenvolvimento social e emocional saudável das crianças e descreve as etapas pelas quais podemos trazer a brincadeira livre de volta à vida das crianças.

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TERRITÓRIO DO BRINCAR, RENATA MEIRELLES

A Renata Meirelles viaja por todas as regiões do Brasil registrando o brincar das crianças em sua forma mais espontânea por meio de vídeos, fotografias e áudios. Formada em Educação Física e é mestre pela Faculdade de Educação da USP. Desenvolveu dois projetos, o BIRA – Brincadeiras Infantis da Região Amazônica, no qual registrou as brincadeiras das crianças da Amazônia, e o Território do Brincar, que gerou um filme de longa-metragem, dois livros e duas séries infantis para TV, além de filmes de curta metragem, artigos e uma exposição itinerante em 2014/15.

Ela afirma que a  autonomia é a essência da criança. Se você pegar o que as crianças estão fazendo enquanto brincam, elas estão criando um processo de autonomia: ‘O que dou conta nessa vida’? Quando a gente vê crianças que estão sob um excesso de supervisão, com um adulto dizendo o tempo todo o que é para fazer, que horas que começa, que horas que termina… Por mais bem intencionada que seja a atividade, a criança vai crescendo em um lugar em que alguém deseja e escolhe por ela. Não há uma voz interna sendo escutada. A criança precisa ter o ‘nada’ disponível para fazer. E o ‘nada’ não significa ficar à frente de telas de celulares, tablets ou televisores. “O ‘nada’ é justamente ela estar sem propostas ou planejamentos. (trecho de entrevista)

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LIBERTEM AS CRIANÇAS, CARLOS NETO

Professor Catedrático na Faculdade de Motricidade Humana no Departamento de Ciências da Motricidade Humana de Lisboa, autor do livro Libertem as crianças. Um dos maiores especialistas mundiais na área da brincadeira e do jogo, o profº Carlos Neto trabalha com crianças há mais de quarenta anos e uma coisa que o preocupa é que hoje as crianças brincam e se movimentam cada vez menos, aumentando assim a taxa de sedentarismo entre a população infantil.

De acordo com ele, esta inatividade corporal infantil, terá enormes consequências na  saúde física da criança –  excesso de peso, obesidade, diabetes, doenças crónicas cardíacas e respiratórias, e na saúde mental – ansiedade, depressão, stress, hiperatividade e deficit de atenção. É necessária uma visão de desenvolvimento sustentável no âmbito das “culturas de infância”, no sentido de combater a crescente inatividade e inabilidade motora e promover experiências de brincadeiras e movimento, a fim de assegurar estilos de vida saudáveis ao longo da vida.

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Não deixe de assistir os 4 TEDs SOBRE O BRINCAR. O lúdico é fundamental em todas as fases da vida, inclusive na idade adulta, então vamos todos brincar!

Abraço

Ana Lúcia Machado