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BRINQUEDO COLETIVO – UM BRINQUEDO PARA CHAMAR DE NOSSO

 

Acompanhe a surpreendente história de um brinquedo coletivo numa noite de Natal – um brinquedo para chamar de nosso, um presente para todos.

Já fui criança e sei bem o quanto é difícil dividir os brinquedos com os irmãos, primos, e amiguinhos. Para a criança “tudo é meu”, não é mesmo?

brinquedo coletivo

A dificuldade em dividir na maioria das vezes começa por volta de 1 aninho. Tem seu ápice aos 3, e espera-se que em torno de 6 anos,  a criança já saiba  compartilhar, tornando-se um ser cada vez mais sociável.

Apesar de conhecedora dessa faceta infantil, no final do ano fui tomada pela ideia de comprar de presente de Natal para meus 8 sobrinhos pequenos, um único presente, um presente que pudesse ser compartilhado entre eles –  um brinquedo coletivo.

 

E foi assim que depois de pensar e pesquisar, cheguei ao presente ideal: um quebra-cabeça de madeira. Escolhi o quebra-cabeça da história da Arca de Noé e acrescentei ao pacote um livro apaixonante de Mariana Caltabiano chamado Arca de Ninguém, onde a autora faz uma releitura divertida dessa história bíblica. Sou fã desse livro que relata as dificuldades que Noé enfrentou ao tentar convencer os animais a entrar na arca.

 

Na noite de Natal

Brinquedo coletivo

reuni a minha volta todos os sobrinhos para a entrega do presente.  De frente àqueles olhinhos brilhantes, disse  que aquele brinquedo era de todos eles e fui citando cada nome.

Expliquei que por ser de todos,  o brinquedo coletivo ficaria um pouco na casa de cada um e que eles deveriam ter muito cuidado para conservar o brinquedo afim de que nenhuma peça se perdesse.

Disse ainda que pedissem ao papai e a mamãe para brincarem junto com eles,  ajudando-os na montagem do quebra-cabeça e lendo o livro. E ao final da noite, sorteamos uma criança para levar o brinquedo coletivo para casa.

 

 

 

Semanas atrás fui surpreendida com esse vídeo compartilhado no grupo de WhatsApp da família. É minha sobrinha, a mais velha da turma – 5 e 1/2 anos, fazendo o sorteio da temporada seguinte do brinquedo. Foi então que percebi o quanto a ideia deu certo. Há entusiasmo e alegria em sua fala, olhar e gestos quando ela diz:

– Oi primos, vamos fazer o sorteio do brinquedo compartilhado?

Lindo não é mesmo? Confesso que fiquei emocionada, e respondi ao grupo do WhatsApp:

 

-Vá brinquedo, vá. Vá brinquedo coletivo fazer outra criança feliz! Vá brinquedo compartilhado acolher outros sorrisos, juntar outras famílias num ritual de alegria e amor. Vá ser cuidado por outras mãozinhas, e fazer parte da memória de outras infâncias.

 

 

brinquedo coletivo

NOVOS TEMPOS

Vivemos um tempo de muitas mudanças. Um tempo em que a posse está se tornando menos importante que o acesso. O compartilhamento de bens de consumo tem se popularizado, transformando completamente o mercado, a economia.

Temos muito a aprender com as crianças sobre o valor do compartilhamento. Elas estão abertas a um mundo colaborativo, um mundo onde o “é nosso” tem mais valor do que o “é meu”.

 

Que possamos nos entusiasmar por essa ideia e entrarmos de cabeça nesses novos tempos!

Se quiser se divertir com a história da Arca de Ninguém, fica aqui o link para você adquirir o livro. Vale a pena a leitura!

Abraço carinhoso

Ana Lúcia Machado

5 LIVROS QUE TODO EDUCADOR DEVERIA LER NAS FÉRIAS – O 3º É MEU FAVORITO

5 livros que todo educador deveria ler nas férias - o 3º é meu favorito

Corra, ainda dá tempo de saborear um dos 5 livros que todo o educador deveria ler nas férias -o 3º é o meu favorito. Você vai saber a razão.

Ler é transformador e libertador, é como um encontro com um velho amigo, recheado de lembranças reavivadas, revisões, e também descobertas. Ao mesmo tempo, é mergulho em si mesmo, é contemplação de um horizonte, é sair de si e enxergar o mundo sob outra perspectiva.

Ter nas mãos o livro desejado, apreciar sua capa, espiar devagarinho as primeiras palavras, folhear as páginas em toque acariciante, respirar fundo o cheiro do papel.

Leitura é ritual sagrado. É devorar com apetite a narrativa alheia; é invasão, permitida, de privacidade com a possibilidade de complementação com imagens próprias. É também deixar-se invadir.

Sem pudores, ao ler, destaco frases, às vezes parágrafos inteiros, sublinho palavras. Como que gritando para mim verdades ocultas, vou anotando sentimentos na tentativa de apreender insights.

Ler é lambuzar-se, é contaminar-se de novas ideias, é se deixar levar, transformar. As palavras são vivas e ao recorrer a um livro na prateleira amarelado pelo tempo, não sei mais distinguir os limites do território, até onde sou eu, até onde é o outro.

O destaque aqui é para 5 livros que todo educador deveria ler nas férias

As publicações selecionadas são de extrema sensibilidade, revelam o olhar inaugural da infância. Trazem  vigor e compreensão  a respeito da essência da criança e suas verdadeiras necessidades.  Trata-se de um mergulho em águas revitalizantes, pois à medida que adentramos no quintal de outras infâncias, nos reencontramos com a criança que nos habita.  Aproveite as férias e boa leitura

5 livros que todo educador deveria ler nas férias - o 3º é meu favorito

1º) Quando eu era menino, Rubem Alves

Este livro é um passeio gostoso pela infância desse ilustre teólogo e educador. Num tom de uma boa prosa mineira, somos introduzidos num  tempo em que nada se comprava pronto, as mãos humanas eram hábeis na feitura de tudo: pão, roupa, brinquedo, etc. No relato sobre como as coisas eram feitas no seu tempo de menino, o autor nos permite sentir  a riqueza existente na vivência dos processos.

No decorrer das muitas crônicas aqui reunidas, somos estimulados a percorrer nossas próprias lembranças, e perceber que a curiosidade e ânsia por conhecer o mundo,  é da natureza da criança de todos os tempos.

 

2º) As pequenas memórias,  José Saramago

Alinhavando lembranças de infância e adolescência, José Saramago resgata as paisagens verdejantes, rios, histórias familiares, personalidades marcantes que influenciaram a sua. Nessas histórias estão também os fantasmas imaginários que atormentaram sua infância.

No retorno às pequenas memórias – o começo da vida, o autor revive sensações, medos, alegrias, humilhações,  consciente que este cenário foi o pano de fundo do seu próprio enredo.

 3º) Memórias Inventadas  A Infância, Manoel de Barros

Manoel de Barros será sempre um  poeta-menino deslumbrado com as miudezas e simplicidades do mundo, a encantar-nos com suas primeiras  memórias. A cada conto, o autor reafirma a importância da imaginação na primeira etapa da vida.

Suas memórias foram plasmadas pela intimidade com o mundo natural, e chega a nos surpreender a capacidade do menino de comungar com a natureza ao ponto de fazer-se rio, pássaro, árvore. Para ele tudo tem vida – pedras, plantas, animais –  e ele  percebe a interdependência entre os seres viventes. É o mundo vida apresentado com reverência e sentimento de pertencimento.

Leia também: Como fazer do meu filho um futuro leitor 

Quando eu voltar a ser criança, Janusz Korczak

Um clássico, escrito pelo médico e educador Janusz Korczak. É a autêntica e genuína pedagogia da escuta. Poucos educadores ao longo da história foram capazes de demonstrar tamanho conhecimento da alma da criança como o Dr. Korczak, além de amor e respeito a ela.

Neste livro, o autor volta a ver o mundo com olhos de uma criança e como tal revive sensações, tristezas, desencantos de um mundo feito, pensado e controlado por adultos, tornando-se potente porta voz da infância.

Dr. Korczak dedicou sua vida as crianças. Por ser judeu, foi confinado no Gueto de Varsóvia durante a ocupação dos nazistas na Segunda Guerra Mundial. Teve a oportunidade de fugir com documentos falsos, entretanto recusou para ficar com as crianças até o fim, quando foi deportado, junto com cerca de 200 crianças e outros educadores, para o campo de extermínio de Treblinka, onde foi assassinado.

 

5º Retratos da Infância na poesia brasileira, Marcia Cristina Silva

Lançado o ano passado, este livro é um presente para os amantes da poesia e da infância. Trata-se de um panorama da infância por meio da poesia brasileira, desde o Romantismo até os dias atuais.

Um passeio pelas paisagens de infância de grandes poetas: a de Casimiro de Abreu, Olavo Bilac, Manuel Bandeira, Cecília Meireles, Adélia Prado, entre outros. É uma recriação da infância através da poesia.

 

A FORÇA DA INFÂNCIA

Acessar as lembranças de infância traz renovação, energia  e criatividade. Reconectar-se com a criança interior, auxilia no relacionamento e educação dos filhos, na compreensão e vínculo com alunos.

Nessa trajetória podemos descobrir que existe uma memória imaginária que devemos explorar,  sem a necessidade de ater nos a fatos reais na linha do tempo.

 A infância ultrapassa esses limites e avança para uma memória reinventada, pois aquele que recorda não é mais o mesmo que vivenciou tudo aquilo. O vivido, o sonhado e imaginado se fundem, fazendo renascer a força de nossa infância.

Vamos lá, aproveite para ler nas férias!  E quando as aulas começarem, continue lendo. Leitura é para o ano todo, não é mesmo?

Abraço carinhoso

Ana Lúcia Machado

 

 

 

 

 

SOMOS SERES DE INSATISFAÇÃO

Somos seres de insatisfação

Somos seres de insatisfação – essa é uma das características do ser humano apresentada por Mario Sergio Cortella*, em Por que fazemos o que fazemos?, onde o autor propõem inúmeras questões sobre o sentido da vida e a condição humana.

A energia do começo do ano é também grande impulsionadora de reflexões e ajustes importantes. Para enriquecer essas reflexões, nada como a leitura de um bom livro.

Em Por que fazemos o que fazemos?, o autor cita o filósofo alemão Martin Heidegger, que  denomina essa característica humana de sensação do oco, angústia.  E para deixar bem claro o significado dessa angústia, que neste caso não é algo negativo, o autor traz o exemplo de um antigo joguinho infantil – um quebra cabeças, onde era preciso movimentar as pecinhas para formar uma palavra, frase, sequência numérica , ou até mesmo uma imagem. Para movimentar o jogo e ordenar as peças, de modo a formar uma sequência lógica, era essencial um espaço vazio, senão não havia movimento. Com esse exemplo simples, conclui-se que a lacuna interior no ser humano, sua sensação de vazio, é o que cria possibilidades, e liberdade ao ser humano.

Somos seres de insatisfação

Cortella  define o ser humano como “a capacidade de ter essa lacuna”, e alerta que uma vez preenchida esse vazio, o homem  desumaniza-se.  Segundo ele,  um nível de insatisfação é extremamente benéfico para nós, pois  impede o automatismo.

Essa característica humana foi ao longo do tempo sendo totalmente deturpada, e com isso criou-se a indústria do entretenimento, a sociedade de consumo, e as mais diversas distrações, assim como leis, moda, fantasias, tecnologias, medicamentos, etc… Tudo pensando em oferecer satisfação imediata ao ser humano, preencher a sensação de vazio existente. Cortella nos ajuda a refletir sobre a maneira que somos desumanizados, e mais, a maneira que o sistema usa para tirar nossa liberdade e nos escravizar, tornando-nos robôs.

 

Leia também: PRIMEIROS SINAIS DE ENVELHECIMENTO – COMECE A COMBATÊ-LOS

 

A sociedade está submetida a um sistema que tem por objetivo roubar o que temos de mais importante: a vida, a consciência e o tempo. Nossa cultura nos distrai a todo momento das coisas que realmente importam, vai criando tantas necessidades supérfluas, que nos afastamos cada vez mais do que é essencial para o ser humano. Deixamos de lado o verdadeiro sentido da vida. Perdemos com isso a sensação de vazio, pois somos estimulados constantemente a encher de coisas nossas lacunas.

Sim, somos seres de insatisfação e fazer dessa característica humana algo positivo, depende unicamente da forma como lidamos com nosso vazio. Que possamos valorizar nossas carências e entender sua importância para nutrimos nossa humanidade e assim celebrarmos a vida.

Abraço carinhoso

Ana Lúcia Machado

*filósofo, e professor universitário brasileiro

ONDE INVESTIR EM 2018?

Onde investir em 2018?

 

O ano novo está aí, onde investir em 2018 diante de um cenário de tantas incertezas e turbulências? O mercado oferece várias alternativas de investimentos: ouro, ações, tesouro direto, bitcoin, etc.

Onde investir em 2018?

Entretanto há um investimento apontado por estudos recentes que mostram que investir nos primeiros anos de vida traz um alto retorno econômico e social. Como um estudo da Nova Zelândia publicado no final de 2016 que avaliou 1037 neozelandeses dos 3 aos 38 anos de idade, e que concluiu que os 20% de adultos que tiveram uma infância difícil, com restrições econômicas, descuido e negligência, foram responsáveis por 57% das internações hospitalares, 66% dos pedidos de benefícios sociais e 81% das condenações criminais.

Pesquisas revelam que o começo da vida, a Primeira Infância, tem um forte impacto na vida de um indivíduo e que o desenvolvimento saudável de uma criança, levando em conta  boa alimentação, cuidados com a saúde física e emocional, competências sociais e capacidades cognitivas, forma a base da prosperidade econômica e justiça social de uma nação.

O economista James Heckman, professor emérito na Universidade de Chicago e ganhador do Nobel de Economia no ano 2000, afirma que crianças submetidas desde cedo a bons estímulos, aumentam suas chances de ter mais sucesso na vida adulta e que investir na Primeira Infância é o caminho para o país crescer.

Entrevistado por Monica Weinberg,  da revista Veja, Dr. Heckman diz 

 

“cada dólar gasto com uma criança pequena trará um retorno anual de mais 14 centavos durante toda a sua vida. É um dos melhores investimentos que se podem fazer — melhor, mais eficiente e seguro do que apostar no mercado de ações americano”.

 

Investir no capital humano é e sempre será o melhor investimento. A quantia gasta em educação e saúde, resultará em economia ao longo da vida, em serviço social e sistema prisional.

 

Onde investir em 2018?

Acompanhe os trechos principais da entrevista:

Por que os estímulos nos primeiros anos de vida são tão decisivos para o sucesso na idade adulta? É uma fase em que o cérebro se desenvolve em velocidade frenética e tem um enorme poder de absorção, como uma esponja maleável. As primeiras impressões e experiências na vida preparam o terreno sobre o qual o conhecimento e as emoções vão se desenvolver mais tarde. Se essa base for frágil, as chances de sucesso cairão; se ela for sólida, vão disparar na mesma proporção. Por isso, defendo estímulos desde muito cedo.

Quão cedo? Pode parecer exagero, mas a ciência já reuniu evidências para sustentar que essa conta começa no negativo, ou seja, com o bebê ainda na barriga. A probabilidade de ele vir a ter uma vida saudável se multiplica quando a mãe é disciplinada no período pré-natal. Até os 5, 6 anos, a criança aprende em ritmo espantoso, e isso será valioso para toda a vida. Infelizmente, é uma fase que costuma ser negligenciada — famílias pobres não recebem orientação básica sobre como enfrentar o desafio de criar um bebê, faltam boas creches e pré-escolas e, sobretudo, o empurrão certo na hora certa.

Qual é o preço dessa negligência? Altíssimo. Países que não investem na primeira infância apresentam índices de criminalidade mais elevados, maiores taxas de gravidez na adolescência e de evasão no ensino médio e níveis menores de produtividade no mercado de trabalho, o que é fatal. Como economista, faço contas o tempo inteiro. Uma delas é especialmente impressionante: cada dólar gasto com uma criança pequena trará um retorno anual de mais 14 centavos durante toda a sua vida. É um dos melhores investimentos que se podem fazer — melhor, mais eficiente e seguro do que apostar no mercado de ações americano.

Se isso é tão claro, por que a primeira infância não está na ordem do dia de quem tem a caneta na mão para decidir? Há ainda uma substancial ignorância sobre o tema. Algumas décadas atrás, a própria ciência patinava no assunto. A ideia que predominava, e até hoje pesa, é que a família deve se encarregar sozinha dos primeiros anos de vida dos filhos. A ênfase das políticas públicas é na fase que vem depois, no ensino fundamental. E assim se perde a chance de preparar a criança para essa nova etapa, justamente quando seu cérebro é mais moldável à novidade.

A classe política também evita olhar para a primeira infância por achar que esse é um investimento menos visível a curto prazo? Os políticos podem, sim, considerar isso, mas estão redondamente enganados. Crianças pequenas respondem rápido aos estímulos de qualidade. Para quem tem o poder de decidir, deixo aqui a provocação: não investir com inteligência nesses primeiros anos de vida é uma decisão bem pouco inteligente do ponto de vista do orçamento público. Basta usar a matemática.

 

onde investir em 2018?O que mostra a matemática? Vamos pegar o exemplo da segurança pública. Há ao menos dois caminhos para mantê-la em bom patamar. Um deles é contratar policiais, que devem zelar pelo cumprimento da lei. O outro é investir bem cedo nas crianças, para que adquiram habilidades, como um bom poder de julgamento e autocontrole, que as ajudarão a integrar-se à sociedade longe da violência. Pois a opção pela primeira infância custa até um décimo do preço. Recaímos na velha questão: prevenir ou remediar? Como se vê, é muito melhor prevenir.

Que tipo de política pública de primeira infância tem surtido mais efeito? O grande impacto positivo vem de programas que conseguem envolver famílias pobres, creches e pré-­escolas, centros de saúde e outros órgãos que, integrados, canalizam incentivos à criança — não só materiais, evidentemente. O programa americano Perry, da década de 60, é um exemplo clássico de que o investimento em uma boa pré-escola produz ótimos resultados.

Por que esse modelo é bom? Ele envolve ativamente os alunos em projetos de sala de aula, lapidando habilidades sociais e cognitivas, sob a liderança de professores altamente qualificados. A família mantém um estreito elo com a escola. Temos de ter sempre certeza de que a família está a bordo, qualquer que seja a iniciativa.

Não é irrealista esperar tanto de famílias que vivem na pobreza, como no Brasil?Um bom programa de primeira infância consegue ajudar a família inteira, fazendo chegar até ela informações, boas práticas e valores essenciais, como a importância do estudo para a superação da pobreza.

Acesse a entrevista completa aqui.

Estão todos convocados, governo, organizações, sociedade e famílias, a fazer este investimento em 2018.

Feliz ano novo!

Abraço carinhoso

Ana Lúcia Machado

UMA NOVA GERAÇÃO DE GUARDIÕES DA NATUREZA

 

Vivenciar o mundo natural de maneira lúdica e artística, é o caminho da educação ambiental e da formação de uma nova geração de guardiões da natureza.

O projeto Playoutside busca restabelecer o elo emocional das crianças com a natureza, estimular o brincar ao ar livre, promover valores pró-sociais  e fortalecer os laços familiares. Acreditamos que esse é o antídoto para uma infância high-tech, uma maneira de promover mudanças no cenário atual da infância, além de com isso fomentar uma nova geração de guardiões da natureza.

Quando oferecemos à criança a oportunidade de contato com os reinos mineral, vegetal e animal, fortalecemos a verdade de que fazemos parte de um todo, pertencemos a um complexo e somos também natureza.

O educador e escritor Severino Antonio,  em sua participação no filme O começo da vida  enfatiza que “para a criança tudo tem vida, as plantas, os bichos, as pedras, e ela se sente parte de tudo isso”. O  contato com a natureza promove o sentimento de ligação, pertencimento e interdependência entre os seres viventes.

Dia das criançasA Terra é um sistema vivo que pede reverência, comunhão e unidade. Reinserir a criança à paisagem natural é um ato de resistência diante de um mundo raso, imediatista, consumista, e transbordante de superficialidades.

A falta de contato e do brincar livre na natureza empobrece o repertório da infância, reduz estímulos sensoriais e registros no próprio corpo da criança, o que mais tarde influenciará na capacidade de aprendizagem, na criatividade, na habilidade de lidar com os desafios e ainda na auto regulação do indivíduo.

A criança em contato com o mundo natural é o potencial cuidador e preservador do meio ambiente, porque em sua memória haverá registros do significado do frescor à sombra de uma árvore, da sensação da brisa suave do verão, dos encantos das cores das flores na primavera, do colher uma fruta no pé. A verdadeira educação ambiental se dá por meio do experienciar.

Leia também: 36 motivos para conectar as crianças à natureza

Uma caminhada pela mata – pássaros, árvores, plantas, flores, terra úmida e insetos, aguça a curiosidade infantil. Cheiros novos, sons de pássaros, do vento, das folhas secas. Formas diferentes de folhas, cores variadas de flores. Observar formigas, lagartas, minhocas, musgos, líquens, diversos seres vivos fascinantes para a natureza curiosa e exploratória da criança. Andar na lama, na chuva. Acompanhar borboletas, subir em árvores, correr entre elas ou se esconder, colher frutos, pegar pedras. Construir brinquedos e composições artísticas com objetos da natureza, dar asas à imaginação. Tudo isso são possibilidades encantadoras de brincar com a natureza e que procuramos estimular nos nossos encontros.

No olhar de uma criança vive a novidade da vida. Em seu sorriso brilha o encantamento com as descobertas do mundo. Nas mãos de uma criança pulsa o desejo pelo toque curioso. Em sua alma habita a confiança nos fenômenos naturais, fluxos de vida, processos vivos e formas primordiais. Na natureza a criança encontra o habitat natural da Arte e em seu olhar inaugural registra em cada célula de seu corpo a riqueza das impressões de um mundo verdadeiro que exala aromas, floresce, frutifica e emite sons nativos. Estes estímulos impregnam o corpo, ficam na memória e no coração da criança.

Uma nova geração de guardiões da natureza

Playoutside – alegria de brincar na natureza

Nós, pais e educadores, somos os maiores responsáveis por investir na formação de um reservatório de experiências vivas e reais para a vida da criança, por apresentar à ela um mundo bom, belo e verdadeiro e assim garantir a formação de uma nova geração de guardiões da natureza.

Temos o compromisso de reconectar a infância ao mundo natural, reinserí-la às paisagens verdejantes. Acompanhe-nos pelas redes sociais onde você poderá encontrar mais imagens das vivências sensoriais, lúdicas e artísticas do Playoutside.

 

 

Abraço carinhoso

Ana Lúcia Machado

 

6 medidas em prol de uma nova escola segundo neuropediatra

6 medidas em prol de uma nova escola segundo neuropediatra

 

Na visão do neuropediatra português Dr. Luís Borges, 6 medidas precisam ser tomadas em prol de uma nova escola visando melhorias na saúde da criança:

-Dar aos professores mais formação na área das neurociências

-Garantir às crianças mais tempo para brincar

-Alterar as metas curriculares

-Encurtar a duração das aulas

-Aumentar o período do recreio

-Diminuir as lições de casa substituindo-as por atividades de leitura

O neuropediatra português Dr. Luis Borges, em entrevista a Helena Viegas do site de notícias Magazine defende mudanças estruturais importantes para tornar a escola um espaço de aprendizado fértil, dinâmico e prazeroso.

Dr. Borges é referência na área da dislexia e TDHA, preside à Associação Nacional de Intervenção Precoce (ANIP) e está ligado ao Hospital Pediátrico de Coimbra.

Este é um tema recorrente aqui no Educando Tudo Muda. Temos debatido a cerca do valor da Educação Infantil e o significado do brincar na Primeira Infância. Defendemos que nessa etapa da vida o aprendizado ocorre por meio do experienciar o mundo que cerca a criança, de forma lúdica e mediado por interações sociais com a família, outras crianças e educadores respeitosos à singularidade de cada criança.

As medidas citadas garantiriam que a infância fosse menos medicalizada por conta dos transtornos que afligem as crianças na atualidade devido à pressão e aceleração do aprendizado.

Leia também Devolvam o tempo de brincar na Educação Infantil

Além das 6 medidas apontadas, o neuropediatra também levanta aspectos que interverem diretamente no aprendizado infantil, tais como a quantidade de horas de sono, a necessidade de  atividade física e os abusos ao uso de dispositivos tecnológicos.

Acompanhe a seguir os principais trechos da entrevista:

O neuropediatra começa afirmando que: Sempre existiram e sempre existirão crianças inquietas e desatentas. A perturbação da hiperatividade e déficit de atenção [TDAH] tem uma base genética: as crianças herdam dos pais os genes que vão condicionar este tipo de comportamento. O que acontece é que, depois, o ambiente pode facilitar ou dificultar o aparecimento dos sintomas – a hiperatividade, a impulsividade e/ou déficit de atenção.

6 medidas em prol de uma nova escola segundo neuropediatra

A hiperatividade traz sempre associado um déficit de atenção?
Julgo que sim, só que na criança muito pequena, que parece ter pilhas Duracell, o que chama mais a atenção é a hiperatividade. Mas com a idade isso vai melhorando. A hiperatividade é o primeiro sintoma a desaparecer, e fica a impulsividade e o déficit de atenção.

 

E o contrário pode acontecer? Uma criança pode ter apenas déficit de atenção, sem nunca ter sido hiperativo?
Essa é a face mais desconhecida da TDAH, mas que na realidade corresponde de 20 a 25 por cento dos casos. São crianças que são até hipoativas, digamos assim, mas que têm déficit de atenção. Chamam-lhes day dreamer ou criança sonhadora. Na sala de aula, estão lá, mas não estão. São situações mais complexas e para as quais é preciso alertar pais e professores. Desde logo, porque são crianças socialmente mais tímidas, com maior tendência para o isolamento, para a ansiedade e até a depressão. E depois, porque, estão quietinhas e não perturbam, o problema passa despercebido, muitas vezes só é detectado mais tarde.

… quando surgem os problemas de aprendizagem.
Sim. Sempre que uma criança tem baixos resultados escolares, é preciso saber porquê. Pode ter um certo atraso no desenvolvimento, mas a maior parte das vezes tem na verdade problemas de outra ordem, como os do déficit de atenção ou as dislexias.

Com que idade as crianças chegam às suas consultas?
Os hiperativos, por norma, começam a ter problemas no primeiro ano da escola. Até lá, apesar de serem crianças muito ativas, passam muitas vezes despercebidas. Os problemas surgem quando têm de estar sentados das 09h00 às 17h30…

6 medidas em prol de uma nova escola segundo neuropediatra

 

Passam tempo de mais na escola?
Sim. Dizem-me: “Ah, mas a partir das 15h00 são atividades extracurriculares…”.  É mais do mesmo. Os professores de Música e de Inglês também exigem atenção e vão avaliá-los no final. A TDAH tem uma base genética, mas ter começado a exigir-se demasiado dos mecanismos da atenção não ajuda. Até entendo que a escola retenha as crianças até às 17h30, porque isso facilita a vida dos pais. Mas esse tempo deveria ser preenchido com tempos livres. Ter um animador na escola e permitir que a criança jogasse bola, brincasse, fizesse teatro, cantasse… o que lhe apetecesse. Não sou contra a Música ou o Inglês. Mas das 09h30 às 15h30 a criança devia ter tempo para todas estas aprendizagens, curriculares e extracurriculares. Como não sou contra as lições de casa, mas acho que são demais e podiam ser substituídas por atividades de leitura. As crianças precisam brincar – e não têm tempo para isso.

Seria preciso mudar a própria escola.
Há algumas coisas que não têm que ver com a escola. Uma delas é o sono: as crianças devem dormir nove a dez horas por noite. Uma criança que dorme pouco tem dificuldade em concentrar-se e grande parte da nossa memória de longo prazo é feita durante o sono. Depois, há o esporte: a atividade física libera substâncias que relaxam, o que vai facilitar a aprendizagem.

E há outra coisa importante: o uso exagerado dos tablets e dos telemóveis. Porque a atenção que se usa num jogo de computador é totalmente diferente da que se utiliza para ler e compreender um texto, e as crianças vão habituar-se àquele tipo de atenção… Tudo isso, eu digo aos pais. Mas sim, seria sobretudo importante mudar escola, mudar os programas, aliviar os professores da pressão das metas curriculares… Aos seis anos, é o currículo que deve encaixar na criança e não o contrário.

O que está errado nos programas e nas metas?
A velocidade com que as crianças têm de dominar a leitura, por exemplo. Os dois primeiros anos devem ser para aprender a ler. Para depois a criança poder passar a ler automaticamente e a compreender. Mas não. Se ao fim do primeiro ano a criança ainda não consegue ler,  vai começar a ter problemas e começa o seu insucesso. E depois a exigência da matemática, do cálculo… Nós aprendíamos coisas no sexto ano que hoje são dadas no quarto e o cérebro das crianças não melhorou de um dia para o outro. Há coisas que não estão de acordo com as capacidades das crianças. Elas conseguem, mas com grande esforço, grande stress e sem alegria. Ao nível do cérebro, . Se a criança tem medo de errar, não está em boas condições para aprender. Depois, o stress acumula-se e a motivação que é o motor para aprender não existe, a escola torna-se uma chatice.

É isso que vê nas crianças que chegam à consulta?
Sim, crianças stressadas, muitas com problemas de sono, que muito frequentemente choram para ir para a escola, com medo de falhar… Nas crianças com TDAH isso acontece muito. Até porque outra coisa que tem que ver com os déficits de atenção, que não está nas classificações internacionais, mas que devia estar, é a parte emocional. São crianças emocionalmente frágeis, que lidam mal com a frustração, com as emoções – e muitas vezes com problemas sociais. Os colegas não os suportam porque, mesmo nas brincadeiras, não se pode contar com elas. Querem corresponder às expetativas dos outros, mas não conseguem.

E por que é que não conseguem?

No nosso sistema nervoso, aquilo a que chamamos a função executiva – que nos permite organizar, planejar, executar e monitorar o que fazemos durante o dia –, começa a desenvolver-se lentamente, amadurece e está na sua plena funcionalidade por volta dos 20 anos. E nessas crianças, o que acontece é que essa função desenvolve-se mais lentamente, às vezes com três ou quatro anos de diferença em relação ao padrão.

Quais são as implicações práticas da imaturidade dessa parte do cérebro?

O sistema que regula as atividades que fazemos no dia-a-dia, que é o que nos permite falar enquanto conduzimos, de forma automática, por exemplo, não  funciona. E isso faz com que falhe a autorregulação – o professor tem de lhe dizer 20 vezes para se virar para a frente. Além disso, tem a ver com a memória de trabalho, ou de curto prazo. Se o professor disser: “Agora abram o livro na página 23, na linha nº 14, procurar quantos verbos estão no infinitivo”, a criança com déficit de atenção ficou com a primeira informação, o resto já se apagou. Ele não consegue pôr na memória de trabalho essa informação toda. O professor tem de dizer-lhe o número da página, deixá-lo abrir o livro, depois indicar-lhe a linha, esperar que a encontre, e só depois explicar o resto.

Porquê?

As crianças com TDAH ou dislexia têm uma memória de trabalho curta. Se lhes for dado um problema de matemática, em que eles têm de primeiramente somar, para depois subtrair e dividir, eles têm de fazer por partes. Se lerem o enunciado todo, ficam completamente perdidos… e vão responder à primeira coisa que lhes vier à cabeça. A memória de trabalho é fundamental para a aprendizagem – e fala-se muito pouco sobre isso. Os professores deviam ter mais conhecimentos sobre neurociências e a sua importância nos processos de aprendizagem.

O sistema agrava o problema das crianças com TDAH, é isso?
O problema do TDAH tem uma base genética. Ou seja, mesmo que tudo isto fosse melhorado, continuaria a haver déficit de atenção. Mas seriam menores os casos, porque se estaria a respeitar mais o ritmo de amadurecimento das estruturas cerebrais – e, muito provavelmente, haveria também menos crianças medicadas. Porque hoje em dia é fácil: a criança mexe-se muito, a professora já sabe que há um comprimido que faz com que ele fique quieto, insiste com os pais… e os médicos acabam por entrar nesse jogo. Eu próprio faço isso.

6 medidas em prol de uma nova escola segundo neuropediatraMedica-se demais para a TDAH?
Pela falta de conhecimento do que é a TDAH e de como se pode ajudar as crianças desde cedo a melhorar, medica-se demasiado, não tenho dúvida nenhuma. Se a escola não exigisse tanto, se a criança não estivesse tanto tempo na sala de aula, se tivesse mais tempo de recreio, se tivesse períodos mais curtos de exigência de atenção, provavelmente as coisas podiam funcionar melhor… mas isso não acontece. E aí ficamos sem alternativa, porque ou se medica aquela criança ou ela vai ter insucesso escolar.

Se desejar, acesse entrevista completa aqui.

Abraço carinhoso

Ana Lúcia Machado

Vitamina N – seu filho pode estar precisando

Vitamina N - seu filho pode estar precisando

 

Vitamina N, seu filho pode estar precisando. Ele pode estar com falta de vitamina N. 

E você também. E muito provavelmente estão mesmo! Mas por que a vitamina N é importante? Nas crianças, ela ajuda no desenvolvimento físico, emocional, social e cognitivo. Nos adultos, essa vitamina colabora para uma melhor qualidade de vida, pode reduzir ansiedade, estimular criatividade, repor energias e abrir uma porta para a conexão com o mundo espiritual ou alguma crença/religião. Pois é, uma só vitamina tem todas essas propriedades. Mas de onde ela vem? Como adquiri-la? Eu explico: Vitamina N foi um conceito que o jornalista e escritor norte-americano Richard Louv criou para expressar os benefícios do contato com a natureza para os seres humanos, especialmente as crianças.

Vitamina N - seu filho pode estar precisando

Playoutside – alegria de brincar na natureza

Sim, o contato com a natureza possui todas as qualidades descritas acima e muitas outras. O que nos tempos antigos acontecia “naturalmente” (em ambos sentidos da palavra) hoje não é mais comum.  A infância era permeada por brincadeiras que envolviam subir em árvores, mexer na terra, na areia e correr por amplos espaços rodeados de paisagem verde. Hoje em dia isso é luxo!

A vitamina N faz uma certa mágica com crianças: ela transforma galhos em espadas, folhas em moedas de ouro, flores viram coroa de princesa e lama vira bolo de chocolate! Os efeitos dessa mágica se estendem na vida adulta, pois pesquisas mostram que crianças que brincam na natureza tendem a usar mais a imaginação e se tornam adultos mais criativos.

Outra mágica da vitamina N: ela facilita interações sociais positivas. Estudos comprovam que há menos conflitos entre crianças, quando estas brincam juntas na natureza. A magia continua: aqueles que brincam ao ar livre usam seu corpo mais intensamente e, consequentemente, aprimoram suas funções do equilíbrio e de coordenação motora. E agora lhes apresento minha mágica favorita: crianças com problemas de déficit de atenção são mais capazes de se concentrar após passarem um tempo brincando na natureza! Inclusive, estudos mostram que doses de Ritalina (droga indicada para o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade )  podem ser reduzidas ou até eliminadas, se a vitamina N é suficientemente ingerida pelo indivíduo.

Vitamina N - seu filho pode estar precisando

Foto: Earth-School

São inúmeros os benefícios da vitamina N e hoje a neurociência está aí como aliada para comprová-los! Não é preciso dizer que o excesso de TV, I-pad, videogame, celular, atividades em salas fechadas e a vida urbana em geral inibem a ingestão de vitamina N. Obesidade infantil, depressão infantil, déficit de atenção, ansiedade, são apenas algumas complicações oriundas da combinação ‘falta de vitamina N e excesso de ‘toxina S’. Toxina o quê? Toxina S. Acabei de criar esse termo, e ele significa ‘sedentarismo’.

Mas… Onde encontrar essa vitamina em uma cidade grande? Há os que acham que ela é rara e só pode ser encontrada na Amazônia, no Pantanal ou em lugares especiais como estes. Mas a natureza, com sua vitamina N, está muito mais disponível do que se imagina. Ela está à nossa volta, basta observarmos melhor. Caminhar em praças ou parques; cultivar jardins e canteiros; fazer hortas caseiras e jardins verticais são alguns exemplos de como adquirir essa vitamina em cidades grandes. Façam uso desses recursos e sintam na pele (e na alma!) os benefícios dessa vitamina! Aproveitem!

Este texto delicioso e super elucidativo é de Marina Siracusa, pedagoga social, formada pela Universidade de Aberdeen na Escócia. Marina trabalhou no Nature Nurture Project, na Escócia, de 2011 à 2014, e é coordenadora do projeto Playoutside – alegria de brincar na natureza, que completou 1 ano em outubro e que propõe a ingestão de  doses de vitamina N pelas crianças.

E por falar em Playoutside, no dia 2 de dezembro estaremos no Parque Cordeiro (São Paulo – SP) para mais uma edição do evento. Para participar basta se inscrever por este link aqui. Venha desfrutar um tempo de paz e conexão com a natureza.

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Em contato com a natureza temos acesso a processos vivos que estão em constante transformação. Alimentar os sentidos da criança com formas primordiais, substancias vivas, e elementos naturais que exalam aromas, florescem, frutificam e emitem sons nativos, é fundamental para o desenvolvimento integral infantil.

A natureza é o habitat que inspira e expira a Arte, e a criança em seu olhar inaugural tem esta percepção e registra em cada célula de seu corpo a riqueza dessas impressões sensoriais.

Esperamos você no parque. Viva esta experiência. Junte-se à nós.

Ah, a linda imagem em destaque é do fotógrafo e pai Raphael Bernadelli, que assim como nós, ama levar as crianças para junto da natureza.

abraço carinhoso

Ana Lúcia Machado