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Uso excessivo do digital

Este artigo fala sobre o uso excessivo do digital pelas crianças e traz 13 motivos para afastar as crianças das telas. Apresenta os efeitos negativos e impactos que o uso prolongado das telas pode ter na saúde mental, no desenvolvimento cognitivo, social, emocional da criança, além de problemas físicos relacionados.

Nas últimas décadas, o uso de dispositivos digitais tornou-se uma parte integral da vida moderna. Com o aumento da acessibilidade a smartphones, tablets e computadores, crianças têm cada vez mais contato com essas tecnologias desde a primeira infância.

A cada dia cresce o número de pais que liberam o uso dos celulares e tablets para bebês e crianças, para entretê-los e/ou mantê-los quietos. Mas já parou para observar como as crianças ficam quando estão em frente às telas?  – olhos esbugalhados fixos na tela, boca semi-aberta, cabeça baixa, postura corporal curvada, surdas ao seu entorno, num estado semelhante a hipnose.

Quais os prejuízos que o uso excessivo do digital pode acarretar ao desenvolvimento infantil? O que nós adultos, responsáveis pelas crianças e adolescentes, podemos fazer? Confira aqui:

USO EXCESSIVO DO DIGITAL 

13 MOTIVOS PARA AFASTAR AS CRIANÇAS DAS TELAS

 1.Impacto na Saúde Mental e Bem-Estar Psicológico

O aumento do uso do digital por crianças tem sido associado a um declínio no bem-estar psicológico. Crianças que passam mais de uma hora por dia em frente a telas digitais apresentam maior risco de desenvolver problemas emocionais, como ansiedade e depressão, (Twenge e Campbell, 2018). Este risco é ainda mais elevado em crianças que utilizam dispositivos sem supervisão e limites adequados.

Os dispositivos digitais podem induzir um estado de hipervigilância, onde as crianças estão constantemente expostas a estímulos visuais e auditivos. Isso não apenas interfere na capacidade de relaxar e descontrair, mas também aumenta os níveis de estresse. A comparação social, facilitada pelas redes sociais, também contribui para a diminuição da autoestima em crianças e adolescentes, que muitas vezes se sentem inadequados ao compararem suas vidas com as idealizações vistas online.

Exposição ao Estresse e Diminuição do Bem-Estar

Crianças pequenas, que ainda estão em processo de formação emocional, podem não estar preparadas para lidar com a pressão social e a constante exposição a conteúdos inadequados ou irreais. Assim, o tempo excessivo em telas pode criar barreiras para o desenvolvimento emocional saudável, levando à irritabilidade, problemas de controle emocional e maior vulnerabilidade a oscilações de humor.

 

2.Prejuízos no Desenvolvimento Cognitivo

O desenvolvimento cognitivo das crianças, especialmente na primeira infância, depende de estímulos variados, como brincadeiras ao ar livre em contato com a natureza, interação com outras crianças e exploração do ambiente. Elas precisam de atividades que estimulem o pensamento crítico, a resolução de problemas e a criatividade. O consumo passivo de conteúdo digital oferece pouco nesse sentido, limitando o desenvolvimento de habilidades cognitivas essenciais.

Crianças que passam muito tempo em telas digitais podem ter o desenvolvimento da substância branca do cérebro – crucial para a linguagem e o letramento – comprometido, (Hutton et al.,2019).

Diminuição da Atenção e Raciocínio Lógico

Além disso, sabemos que crianças que passam muito tempo em frente às telas apresentam maior risco de desenvolver sintomas de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), (Sahin e Ozdemir, 2018). A constante troca de estímulos em dispositivos digitais, como vídeos curtos e jogos rápidos, pode prejudicar a capacidade da criança de se concentrar por períodos prolongados, afetando o desenvolvimento de habilidades de raciocínio lógico e planejamento.

Dispositivos Digitais vs. Aprendizado Tradicional

Comparativamente, crianças que são incentivadas a participar de atividades que envolvem exploração prática, principalmente atividade feitas em ambientes naturais, além de leitura e interação social, tendem a desenvolver melhor suas capacidades cognitivas. O uso prolongado de dispositivos digitais muitas vezes retira a oportunidade de experimentação e aprendizagem ativa, trocando-a por um consumo passivo de conteúdo que empobrece a vida da criança.

 

3.Problemas Comportamentais e Sociais

O impacto do uso excessivo do digital também se estende ao comportamento e às interações sociais – provocando um aumento de comportamentos desafiadores, como hiperatividade e falta de controle emocional (Salo e Puntanen, 2020). Isso ocorre porque os dispositivos digitais proporcionam estímulos instantâneos e recompensas rápidas, incentivando comportamentos impulsivos e a busca constante por gratificação imediata.

Isolamento Social e Dificuldades de Socialização

Também foi observado que o uso excessivo do digital entre crianças de 2 a 5 anos está correlacionado com dificuldades na interação social, (Kostyrka-Allchorne et al., 2017),  dificuldade em estabelecer conexões emocionais com seus pares, o que pode prejudicar a socialização a longo prazo.

A falta de interações face a face, e de experiências compartilhadas impede a construção de habilidades sociais importantes, como empatia, capacidade de negociação e cooperação. Além disso, adolescentes que passam muito tempo online podem preferir a interação virtual em vez de conversas presenciais, o que pode isolá-los socialmente.

Redução do Convívio Social

As telas dão falsa sensação de convivência e vínculo. Convívio é olho no olho, é presença. E a falta de convivência física pode levar ao desenvolvimento de problemas de comunicação, como dificuldade em interpretar expressões faciais e linguagem corporal. O equilíbrio entre o uso de telas e as interações presenciais é crucial para um desenvolvimento social saudável.

A Influência do Ambiente Familiar

A falta de mediação parental no uso de dispositivos digitais pode exacerbar esses problemas comportamentais, (Shin e Li, 2017). Crianças que não têm limites adequados no uso da tecnologia estão mais propensas a se tornarem emocionalmente dependentes dos dispositivos, o que pode levar a comportamentos desafiadores, como resistência às regras,  impulsividade e até mesmo agressividade.

 

4.Dificuldades no Controle Executivo

O tempo excessivo de tela também afeta negativamente o desenvolvimento das funções executivas das crianças, como controle inibitório, flexibilidade cognitiva e planejamento, (Radesky e Christakis, 2016). As funções executivas são essenciais para que as crianças aprendam a controlar impulsos, gerenciar o tempo e resolver problemas de maneira eficaz.

Crianças que são expostas a uma grande quantidade de estímulos digitais rápidos podem ter mais dificuldade em desenvolver essas habilidades, especialmente se comparadas àquelas que participam de atividades que exigem maior atenção, paciência, como jogos de tabuleiro, leitura, montagem de quebra-cabeças, ou atividades que requerem um estado de contemplação, como visitas a museus ou passeios na natureza.

5.Comprometimento do Desenvolvimento Emocional

O acesso precoce e uso excessivo do digital pode comprometer o desenvolvimento emocional das crianças. Isso ocorre porque esses aparelhos muitas vezes substituem as interações sociais diretas, limitando a capacidade das crianças de desenvolver empatia, compreender os sentimentos dos outros e gerenciar suas próprias emoções.

Dificuldade em Lidar com Frustrações

Além do que, a constante busca por gratificação imediata proporcionada pelos jogos e aplicativos pode diminuir a tolerância à frustração. Crianças que se acostumam com recompensas rápidas podem ter dificuldade em lidar com situações que exigem paciência ou que envolvem resultados não imediatos.

 

6.Sedentarismo, aumento da inatividade corporal

Nossas crianças estão se movendo menos do que qualquer outra geração na história da humanidade; o tempo em ambientes fechados e o tempo de tela aumentaram assustadoramente. Enquanto recorremos com mais frequência a soluções cômodas baseadas em tecnologia, muitas tarefas que antes exigiam movimentação corporal agora são feitas com um simples toque dos dedos. Eliminamos assim o movimento do corpo, do qual nossa saúde física/mental depende, mas não eliminamos a necessidade de exercitação do nosso organismo.

Esse estilo de vida sedentário pode levar a problemas como obesidade, doenças cardiovasculares e distúrbios metabólicos. Crianças que passam mais de duas horas por dia em telas têm maior risco de desenvolver sobrepeso e complicações associadas. Ademais, a inatividade pode impactar negativamente o desenvolvimento motor, afetando a coordenação e a força muscular.

Para combater o sedentarismo, é fundamental incentivar atividades físicas regulares, como brincadeiras ao ar livre em ambientes naturais, prática de esportes, exercícios em família, promovendo um estilo de vida mais ativo e saudável.

 

7.Obesidade infantil

A inatividade corporal cria um ambiente propício para o ganho de peso excessivo. O consumo de alimentos não saudáveis, muitas vezes associado ao uso de dispositivos, agrava a situação. Crianças que assistem a programas de televisão ou jogam videogames tendem a consumir mais lanches calóricos e refrigerantes, exacerbando o risco de obesidade.

As consequências da obesidade infantil vão além do peso, incluindo problemas de saúde como diabetes tipo 2, hipertensão e distúrbios psicológicos. Para combater essa epidemia, é fundamental limitar o tempo de tela, colocar o corpo em movimento e incentivar hábitos alimentares saudáveis, criando um estilo de vida equilibrado.

 

8.Distúrbio do Sono Infantil

A saúde e desenvolvimento infantil sofrem impactos negativos com o excesso de telas e causam distúrbios significativos no sono das crianças, A exposição prolongada às telas, especialmente antes de dormir, interfere na produção de melatonina, o hormônio que regula o sono. A luz azul emitida por smartphones, tablets e computadores suprime a liberação dessa substância, dificultando o adormecimento, a qualidade e a duração do sono.

De mais a mais o conteúdo estimulante consumido pelas crianças, como jogos ou vídeos, pode mantê-las mentalmente ativas, prolongando o estado de alerta, causando problemas como insônia, dificuldade para manter um sono contínuo e gerando sonolência diurna.

Esses distúrbios do sono prejudicam o rendimento escolar, afetam o humor e aumentam o risco de problemas de saúde, como obesidade e déficit de atenção. Para garantir um sono saudável, é fundamental limitar o uso de telas, principalmente durante as horas que antecedem o momento de dormir.

 

CONFIRA ENTREVISTA no meu canal do Youtube –  Infância hiperdigitalizada  

 

9.Dependência 

O uso abusivo do digital é viciante, pode levar à dependência em crianças, um fenômeno cada vez mais observado por profissionais que atendem as crianças. O design de muitos aplicativos, jogos e redes sociais é criado para manter os usuários engajados por longos períodos, o que pode gerar um ciclo de uso compulsivo e dificuldades para limitar o tempo de tela.

Crianças que passam horas diárias em dispositivos digitais podem desenvolver sinais de dependência, como irritabilidade quando afastadas das telas, falta de interesse por outras atividades e dificuldades em socializar. Além disso, o uso excessivo de dispositivos digitais pode interferir no desenvolvimento emocional e cognitivo, uma vez que o cérebro em formação se adapta à gratificação imediata oferecida pelos jogos e vídeos online.

 

10.Alterações da Visão

O acesso precoce e uso excessivo do digital tem sido associado ao aumento de problemas de visão em crianças, como a miopia. A exposição prolongada a telas pode forçar os olhos a focarem objetos próximos por longos períodos, o que pode alterar o desenvolvimento ocular e resultar em miopia. Esse problema tem se tornado mais comum entre crianças que passam várias horas por dia em smartphones, tablets ou computadores, principalmente em ambientes fechados e com pouca luz natural.

Além da miopia, o tempo excessivo em dispositivos pode causar fadiga ocular digital, caracterizada por sintomas como visão embaçada, secura nos olhos e dores de cabeça. Isso ocorre porque a falta de pausas adequadas e a exposição prolongada à luz azul emitida pelas telas sobrecarregam os músculos oculares. Limitar o tempo de tela e incentivar atividades ao ar livre pode ajudar a prevenir esses problemas de visão.

 

11.Disfunções Posturais e Articulares

O uso excessivo do digital por crianças pode levar a disfunções posturais e articulares, um problema crescente na era digital. Passar longos períodos em frente a telas, muitas vezes em posturas inadequadas, como curvar-se sobre tablets ou smartphones, pode resultar em problemas como a “síndrome do pescoço de texto”, caracterizada por dor no pescoço e ombros devido à posição inclinada da cabeça.

Além disso, o uso prolongado de dispositivos em posições estáticas contribui para dores nas costas e desalinhamento da coluna, especialmente durante fases importantes do desenvolvimento físico. Crianças também podem desenvolver disfunções articulares nos punhos e mãos, como tendinites, devido ao uso repetitivo de teclados e telas sensíveis ao toque.

Esses problemas posturais podem afetar o crescimento saudável e causar dores crônicas a longo prazo. Incentivar pausas regulares, o uso de mobiliário ergonômico e a prática de atividades físicas pode ajudar a prevenir essas disfunções posturais e articulares.

 

LEIA TAMBÉM: INFÂNCIA DIGITAL – O PERIGO DA DESCONEXÃO COM A VIDA

12.Riscos Auditivos

A exposição prolongada a fones de ouvido e o volume elevado de músicas, vídeos e jogos podem causar danos permanentes à audição. Crianças que ouvem música em volumes excessivos têm maior probabilidade de desenvolver perda auditiva precoce e zumbido.

A falta de consciência sobre o volume seguro pode levar a um comportamento negligente, pois as crianças muitas vezes não percebem o dano que estão causando aos seus ouvidos. Os danos auditivos podem ser cumulativos e não apresentarem sintomas imediatos, dificultando a percepção do problema.

Para proteger a audição das crianças, é crucial estabelecer limites no volume dos dispositivos e incentivar o uso moderado de fones de ouvido. Promover pausas regulares durante o uso de dispositivos digitais também é fundamental para garantir a saúde auditiva e prevenir complicações a longo prazo.

 

13.Excesso de radiação

A exposição excessiva a dispositivos digitais levanta preocupações quanto aos possíveis efeitos da radiação eletromagnética emitida por esses aparelhos. Embora ainda existam debates sobre os impactos a longo prazo, algumas pesquisas indicam que crianças são mais vulneráveis à radiação, pois seus cérebros e corpos estão em fase de desenvolvimento, absorvendo uma quantidade maior de ondas eletromagnéticas em comparação aos adultos.

A exposição prolongada à radiação dos dispositivos digitais pode estar associada a possíveis problemas de saúde, como alterações no padrão de sono, dificuldades cognitivas e, em casos mais graves, riscos aumentados para doenças como tumores cerebrais a longo prazo.

Especialistas recomendam a limitação do tempo de uso de dispositivos por crianças, incentivando o uso moderado e adotando medidas de segurança, como manter os aparelhos longe da cabeça e do corpo.

 

USO EXCESSIVO DO DIGITAL

O EQUILÍBRIO É O CAMINHO

Embora a tecnologia ofereça benefícios, o acesso precoce e uso excessivo do digital pode ter consequências negativas para o desenvolvimento físico, mental e emocional das crianças e dos adultos também.

O uso excessivo do digital vai além da questão do tempo demasiado de telas. Inclui também aspectos como: algoritmo viciante, vídeos curtos que prejudicam o desenvolvimento cerebral, e ainda conteúdos inadequados tais como discursos de ódio, apostas online, pornografia, etc.

Fica claro que o acesso precoce e uso excessivo do digital impacta de forma  negativa o desenvolvimento das crianças prejudicando a saúde mental, o desenvolvimento cognitivo e as interações sociais, além de contribuir para problemas comportamentais, físicos e emocionais.

Portanto, é crucial que pais, educadores, terapeutas e cuidadores possam ajudar as crianças a navegar nesse mundo digital de forma saudável, estabelecendo limites claros para o uso de dispositivos digitais por crianças. Isso inclui promover a mediação parental adequada, monitorar o conteúdo acessado, reduzir o tempo de tela, incentivar a vida offline com atividades ao ar livre em contato com a terra, a água, plantas,  e animais.

Ao estabelecer um equilíbrio saudável entre o mundo digital e o físico, ajudamos nossas crianças a crescerem mais felizes, saudáveis e emocionalmente equilibradas. Colocar mais natureza no dia a dia das crianças é um excelente caminho. A natureza atua na vida da criança de maneira inteligente, executando um trabalho de excelência e ainda por cima gratuito! Você pode confiar!


Recomendações para aprofundamento do tema

Se você está preocupado com os impactos do acesso precoce e uso excessivo do digital, o documentário O Dilema das Redes Sociais” é uma recomendação essencial. Ele explora como as redes sociais são projetadas para manipular nossa atenção, moldar comportamentos e até afetar a saúde mental, destacando os perigos para crianças, adolescentes e adultos. O filme reúne especialistas em tecnologia que explicam como algoritmos criam um ciclo viciante de uso.

Outra dica é o programa Café Filosófico ‘Intoxicações Eletrônicas na Primeira Infância’., com a Dra. Julieta Jerusalinsky, psicanalista e especialista em desenvolvimento infantil. O programa traz uma reflexão  sobre os desafios que a tecnologia impõe na primeira infância e alerta para os riscos das chamadas “intoxicações eletrônicas”.

Para uma análise mais profunda, recomendo a leitura do livro Crescer saudavelmente no mundo das mídias digitais – Um guia de orientação para pais, professores e todos os demais responsáveis por crianças e jovens, de Michaela Glöckler. Um manual de orientações e esclarecimentos quanto aos perigos e riscos do uso indiscriminado das mídias digitais por crianças e jovens.

Indico também estes outros livros:

Fábrica de Cretinos Digitais, de Michel Desmurget

Geração Ansiosa, de Jonathan Haidt

Liberdade e Resistência na Economia da Atenção, de James Williams

Tanto Desmurget como Haidt abordam como a exposição precoce e excessiva às telas está prejudicando o desenvolvimento intelectual das crianças, enquanto Williams discute como a economia da atenção afeta nossa liberdade de pensamento e ação. Ele alerta sobre a existência de uma indústria inteira empenhada em capturar aquilo que cada um de nós tem de mais precioso: nosso tempo e nossa atenção. Esta indústria faz uso de técnicas sofisticadas de inteligência artificial, para nos manter conectado por muito mais tempo.

Esses são livros que trazem reflexões urgentes sobre o uso consciente da tecnologia e o impacto da economia digital nas futuras gerações.

Gostou deste post? Compartilhe suas experiências nos comentários e me diga como você tem equilibrado o uso da tecnologia com outras atividades para as crianças.

 

Abraço afetuoso

Ana Lúcia Machado

 

 

 

DIA DAS CRIANÇAS MENSAGEM IMPORTANTE

Dia das Crianças – repensando o significado deste dia

Como sair do lugar comum e dar um novo sentido a esta data? De que forma podemos comemorar o Dia das Crianças sem ceder aos apelos mercadológicos da indústria de brinquedos e do entretenimento digital?

Que tal olhar seu entorno e perceber a quantidade de materiais do cotidiano que podem virar brinquedos nas mãos das crianças de forma criativa com o uso da imaginação?

São caixas de papelão, rolhas, caixinhas de fósforos, lenços, tampinhas de garrafa que podem se transformar em brinquedos incríveis.

E se você observar a natureza num passeio ao parque neste dia e descobrir o lúdico ao alcance das mãos? –  gravetos, sementes, folhas, pedrinhas, etc, que magicamente podem virar comidinhas nas brincadeiras de cozinha de lama por exemplo.

Já pensou como seria divertido organizar uma caça aos tesouros da natureza e depois propor às crianças a criação de um brinquedo ou brincadeira com esses achados?

Vamos conectar a criança ao mundo vivo e olhar para a vocação lúdica da natureza. Pense,  o que é um bom brinquedo?  O que é uma brincadeira potente?

Vamos refletir sobre a importância do brincar livre, do brincar em família, e nas possibilidades de viver o Dia das Crianças de um jeito diferente valorizando o que realmente importa para a saúde física e emocional das crianças, reconhecendo a importância das interações sociais e fortalecimento dos vínculos afetivos.

Logo, infância rica em vivências sensoriais e lúdicas não precisa de brinquedos industrializados e sim de experiências reais por meio do brincar livre em contato com o mundo natural. Além disso, essas experiências propiciam conhecimento do mundo, pois as crianças aprendem brincando.

Feliz Dia das Crianças com liberdade de ser e estar no mundo de um jeito diferente!

Abraços brincantes

Ana Lúcia Machado

 

DIA DAS CRIANÇAS – UM JEITO DIFERENTE DE COMEMORAÇÃO

dia das crianças

O Dia das Crianças originalmente foi instituído com o intuito de discutir os problemas da infância. Criado em 1924, logo após o Congresso Sul-Americano da Criança, um grande evento no Rio de Janeiro que reuniu estudiosos da infância e políticos de vários países para debater temas relacionados à educação, alimentação e desenvolvimento infantil.

Este dia permaneceu inexpressivo, até que, a partir da década de 50 uma campanha de marketing criada por duas grandes empresas fabricantes de produtos infantis, chamou a atenção para essa data dando força à comemoração desse dia com o objetivo de alavancar suas vendas.

dia das criançasDesde então, com a aproximação do Dia das Crianças, este é o período em que cresce, nos meios de comunicação, a publicidade dirigida ao púbico infantil pelas empresas fabricantes de brinquedos e de outros produtos infantis. As crianças são alvo de estratégias mercadológicas e fortes campanhas publicitárias persuasivas, exigindo cada vez mais dos responsáveis diretos da criança, cuidados em relação à exposição excessiva às telas.

Elas são bombardeadas pelos apelos mercadológicos em canais por assinatura, TV aberta, vídeos no Youtube, etc. Como ainda não possuem o senso crítico estruturado, são presas fáceis desses apelos e do consumismo. Saem pedindo insistentemente aos pais os produtos anunciados.

Dados fornecidos pelo Programa Criança e Consumo do Instituto Alana, apontaram um aumento de 331% no quesito publicidade infantil durante o mês de outubro do ano passado, entre os canais infantis Cartoon Network, Discovery Kids e Gloob.

O mercado brasileiro de brinquedos chega a movimentar cerca de R$ 10,5 bilhões anuais, despejando regularmente novidades nas prateleiras das grandes redes varejistas, atraindo as crianças e despertando o desejo por novos brinquedos.

Sabemos que 90% desses brinquedos são feitos de plásticos e que  impactam diretamente a saúde da criança e do planeta, pois as substâncias de determinados tipos de plásticos são tóxicas para as crianças. Além disso, é sabido que a decomposição de certos materiais pode demorar até 500 anos. Isto se torna um problema ambiental muito grave, uma vez que o oceano é o destino quando estes materiais são descartados.

Outro aspecto importante que precisamos levar em conta é que quando a criança brinca apenas com brinquedos industrializados, inibimos sua imaginação e sua capacidade de transformar em brinquedos, elementos do cotidiano que estão à sua volta.

O brinquedo pronto que damos de presente a elas, quebra o ciclo natural do brincar – formado pelas etapas do desejar, planejar, executar e desfrutar -, indo direto para a fase final do processo. Isto coloca a criança numa perspectiva de passividade, empobrece a brincadeira, não estimula a imaginação,  a criação livre, e o trabalho de construção dos brinquedos por elas mesmas.

A ruptura desse ciclo leva a criança a perder rapidamente o interesse pelo brinquedo que lhe é dado. É possível observar uma redução nas interações com esses objetos, menor envolvimento e pouca concentração, pois a criança não se sente ativa no processo de criação dos brinquedos e brincadeiras.

 

MENOS BRINQUEDOS MAIS IMAGINAÇÃO

É o que constatou um estudo de 2017 da Universidade de Toledo (Ohio – EUA) intitulado “A influência do número de brinquedos no ambiente infantil”.  Pesquisadores concluíram que ao disponibilizar menos brinquedos a uma criança, sua imaginação torna-se mais ativa e consequentemente a brincadeira fica mais criativa.

O estudo revelou que quando as crianças têm menos brinquedos no ambiente, brincam por períodos mais longos, e exploram diferentes maneiras de usá-los nas brincadeiras. Menos brinquedos eleva a qualidade do brincar das crianças e pode ajudar a criança a se concentrar melhor na brincadeira com mais criatividade.

 

REPENSANDO O SIGNIFICADO DO DIA DAS CRIANÇAS

Dia das criançasComo sair do lugar comum e dar um novo sentido a esta data? De que forma podemos comemorar o Dia das Crianças sem ceder aos apelos mercadológicos?

Que tal olhar seu entorno e perceber a quantidade de materiais do cotidiano que podem virar brinquedos nas mãos das crianças – caixas de papelão, rolhas, caixinhas de fósforos, lenços, etc.

Que tal observar a natureza num passeio ao parque neste Dia das Crianças e descobrir o lúdico ao alcance das mãos – gravetos, sementes, folhas, pedrinhas, etc, que magicamente podem se transformar em alegres brincadeiras?

Já pensou como seria divertido organizar uma caça aos tesouros da natureza e depois  propor às crianças a criação de um brinquedo ou brincadeira com esses achados?

LEIA TAMBÉM: Livro do Educador brincando com a natureza

Dia das criançasVamos conectar a criança ao mundo vivo e olhar para a vocação  lúdica da natureza. Vamos refletir sobre o que é um bom brinquedo, uma brincadeira potente, sobre a importância do brincar livre, o brincar em família, e possibilidades de viver o Dia das Crianças  de um jeito diferente  valorizando o que realmente importa para a saúde física e emocional das crianças.

Infância rica em vivências sensoriais e lúdicas não precisa de brinquedos industrializados e sim de experiências por meio do brincar livre em contato com o mundo natural.

Feliz Dia das Crianças!

Abraços

Ana Lúcia Machado

A EDUCAÇÃO ECOLÓGICA COMEÇA COM A EDUCAÇÃO DOS SENTIDOS – CRIANÇA E NATUREZA

A educação ecológica começa com a educação dos sentidos

A educação ecológica começa com a educação dos sentidos  no decorrer da infância.

Estamos diante de uma geração de analfabetos ecológicos – crianças cada vez mais afastadas do mundo natural, que desconhecem a procedência dos alimentos que levam à boca. Acham que o leite vem da embalagem Tetra Pack. Não sabem que o bifinho é a carne do boi abatido de forma violenta. Não sabem nem identificar as frutas e legumes comuns da culinária do dia a dia.

A educação ecológica começa com a educação dos sentidos

Esta é uma geração que passa a maior parte do dia confinada em ambientes fechados, distantes da luz do sol, do contato com a natureza e que conhece o reino mineral, vegetal e animal por meio das telas de cristal líquido.

O documentário Muito além do peso de 2012, disponível na plataforma  *Videocamp,  aborda o tema da obesidade infantil  e aponta a ignorância das crianças em relação aos alimentos produzidos pela terra.  O fime mostra como as crianças confundem mamão com abacate, beringela com rabanete, e não são capazes de identificar uma abobrinha, um pimentão, uma beterraba, etc.

Entretanto ao apresentar à elas as embalagens de “alimentos” ultraprocessados, reconhecem de imediato as marcas e logo dizem o nome desses produtos, chegando ao absurdo de identificarem a batata apenas pelo pacote de salgadinho frito.

No livro Desemparedamento da infância, uma professora da Educação Infantil da cidade de Novo Hamburgo (RS), relata uma história alarmante. Ela e sua turma, por falta de área verde na escola, passaram  a frequentar um espaço arborizado da igreja vizinha à instituição educacional. Assim que começaram a desfrutar do amplo gramado repleto de árvores frutíferas, era a época final do ciclo das frutas e haviam muitas caídas de maduras pelo chão. As crianças ao verem as laranjas espalhadas pelo gramado, ficaram indignadas e perguntaram: -Quem jogou as laranjas no chão? Elas não fizeram relação entre a laranjeira e as laranjas caídas no gramado.

Será que não chegamos ao ápice da desconexão com a vida?

A educação ecológica começa com a educação dos sentidosVivemos como nunca antes um distanciamento entre homem e natureza, e consequente ruptura com processos de vida. Até 2050, segundo dados da ONU, 66% da população mundial se concentrará em centros urbanos. No Brasil este percentual já está na ordem de 84%. Um dos resultados desse êxodo rural é que vivemos como se não fizéssemos parte da natureza e como se dela não dependesse nossa sobrevivência.

 

 

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BRINCANDO COM OS QUATRO ELEMENTOS DA NATUREZA

BRINCAR NA NATUREZA – PROJETO PLAYOUTSIDE

 

EDUCAÇÃO DOS SENTIDOS VERSUS EDUCAÇÃO ECOLÓGICA

A natureza é o espaço de pertencimento da criança, de suas raízes com a Terra.  A partir da relação com o mundo natural,  um mundo que exala aromas, floresce, frutifica e emite sons nativos, por meio do próprio corpo e sentidos, a criança apreende os princípios que regem a vida na Terra – seus ciclos de nascimento e morte,  fluxos, processos dinâmicos, e aprende brincando, na linguagem da infância.

Como podemos reaproximar a infância ao mundo natural? 

Estimular todos os sentidos da criança com formas primordiais, substancias vivas, e materiais orgânicos é fundamental para restabelecer esta conexão.

A educação ecológica começa com a educação dos sentidos

Essa reaproximação pode iniciar pela boca, por meio de uma alimentação saudável. Comece substituindo as idas ao supermercado com as crianças nos fins de semana pelas compras em feiras livres. Sim aquelas  onde os feirantes anunciam aos berros os preços promocionais das baciadas de chuchus, mandioquinhas, pimentões e que gentis oferecem  generosas fatias de melancia, abacaxi, melão, para degustação. Ali as crianças aprenderão de forma divertida, com a simpatia dos feirantes, os nomes das frutas e legumes e experimentarão alimentos que em casa recusam dizendo não gostar sem nunca ter provado.

Depois troque o pedido de comida por aplicativo no sábado à noite pela ocupação da cozinha por toda a família. A cozinha é lugar de encantamento, de memórias afetivas e de riqueza de estímulos sensoriais – as formas e texturas, as cores dos alimentos, os aromas e sabores.

Convide as crianças para ajudar a preparar as refeições. Elas poderão descascar, lavar, misturar, amassar  e sentir o delicioso aroma dos temperos enquanto a comida está no fogo. Dá mais trabalho? Leva mais tempo? Sim, com certeza, mas o resultado torna compensador todo o esforço.

ONDE A VIDA PULSA E ACONTECE AO VIVO

Proporcionar e incentivar o brincar livre das crianças em áreas verdes é  também fundamental para a relação da criança com a natureza. É algo simples, acessível, custa pouco, gera alegria  e um profundo sentimento de ligação  e interdependência entre os seres viventes. Brincar na natureza em contato com os elementos é em essência criar raízes com a Terra.

Experimente levá-las ao parque e fazer uma caminhada atentos ao assobio do vento, ao canto dos pássaros. Aos poucos isso gera uma quietude que permite até ouvir a própria respiração, o ar que entra e sai dos pulmões. Que outros sons é possível escutar? Talvez o barulho dos passos das crianças ao pisar em folhas secas. Permita também que elas fiquem descalças para sentir a energia natural da terra. Que sensação tudo isso traz?

Caminhe de olhos bem abertos deixando que cada investigação das crianças, cada minúcia do percurso se transforme em assombro, em suspiros de encantamento.

Rubem Alves  disse que “o ato de ver não é coisa natural, precisa ser aprendido”. O olhar precisa ser apurado para permitir que a alma infantil registre as imagens grandiosas da vida que pulsa. Para que elas possam ir além dos limites dos matizes dos lápis do estojo escolar.

Saiba que toda criança é um pequeno cientista. O contato com a natureza propicia a observação de formigas, lagartas, minhocas, musgos, líquens – diversos seres vivos fascinantes para a essência curiosa e exploratória das crianças. Dê à elas a oportunidade de colher pelo caminho folhas, flores, sementes, galhos, pedras, e com esses achados inventar brinquedos e brincadeiras divertidas.

A educação ecológica começa com a educação dos sentidosDevemos ser zelosos quanto ao mundo que apresentamos às crianças. Raffi Cavoukian, ativista da infância, fundador do Centre for Child Honouring, fala que “nenhuma tela de computador vai dar a criança uma brisa suave de verão nem o aroma da primavera, e nenhum toque que realmente emocione virá de representações artificiais do mundo.

Como experimentar a sensação refrescante de uma árvore depois de horas ao sol se não de maneira real, sentido na pele a alternância do quente para o frio?  Como apreciar  o cheiro de terra molhada se não andarmos sobre ela após a chuva? Como conhecer o aroma do eucalipto se não partirmos um galho com as mãos? Experienciar  no mundo real é primordial para uma aprendizagem positiva e verdadeira.

Daí  advém a atitude ética do cuidado com o meio ambiente. A criança em contato com o mundo natural é o potencial cuidador e preservador  da natureza porque em seu corpo haverá registros dessa interação.

A primeira infância é o período mais importante para o trabalho educativo de base.  A verdadeira educação ecológica tem início nesta etapa da vida. Dá-se por meio de experiências vivas e reais em ambientes ricos em áreas verdes.

A educação ecológica está diretamente ligada à educação dos sentidos. Acontece à luz do sol, ao contemplar do arco-íris depois de uma forte chuva de verão, no comer das frutas colhidas no pé, no alcançar o galho mais alto de uma árvore, sentindo a aspereza do seu tronco, e a lisura das suas folhas, no chapinar das poças d’água, no sentir a força do vento ao colocar no alto a pipa colorida.

A educação ecológica começa com a educação dos sentidos

Projeto Playoutside – alegria de brincar na natureza

Pouco podemos esperar de um adulto que não teve contato com a natureza na infância em termos de consciência de preservação ambiental, pois só cuidamos e amamos aquilo que conhecemos, com o qual temos algum vínculo de afeto.

Devemos nos conscientizar de que tanto a família quanto a escola desempenham um papel fundamental no  estabelecimento e incentivo da conexão das novas gerações  com a natureza.

 

 

 

Vivenciar o mundo natural de maneira lúdica e artística, é o caminho para a educação ecológica  e da formação de uma nova geração de guardiões da natureza. Todo empenho no sentido da preservação ambiental será em vão caso não se restabeleça a relação da infância com a natureza e se cultive uma existência harmônica entre todas as espécies viventes.

 

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Abraço caloroso

Ana Lúcia Machado

*É possível baixar o arquivo do filme bastando se cadastrar na plataforma e organizar sua sessão.

 

 

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EDUCANDO TUDO MUDA ESTÁ EM FESTA – 3º aniversário

A Turma da Floresta - uma brincadeira puxa outra

Educando Tudo Muda está em festa

Está completando 3 anos. Desde a primavera de 2016 desenvolvo este trabalho pela conscientização de educadores e pais sobre os grandes temas da infância com o intuito de promover mudanças nas dinâmicas familiares visando o desenvolvimento integral da criança e mudanças no âmbito da Educação Infantil defendendo o direito de brincar da criança e sua relação com a natureza.

Para comemorar esta data acabo de lançar o livro A TURMA DA FLORESTA – UMA BRINCADEIRA PUXA OUTRA. O livro conta a história de um grupo de crianças que se reúne num parque do bairro para brincar. No decorrer da tarde inventam muitas brincadeiras com o que a própria natureza oferece. João é o primeiro a chegar no parque numa tarde fria de outono. Enquanto espera a Turma da Floresta, caminha pela mata até que tropeça num graveto. O menino apanha o graveto do chão e assim tem início uma tarde cheia de aventuras e brincadeiras.

Educando Tudo Muda

 

A história foi inspirada nas crianças participantes dos encontros do ‘Playoutside – Alegria de Brincar na Natureza’, evento que acontece periodicamente em parques da cidade de São Paulo visando incentivar as famílias a ocupar os espaços públicos e interagir com seus filhos em contato com a natureza.

Acesse  AQUI para participar do próximo encontro.

 

 

A Turma da Floresta chega num momento em que estamos buscando soluções para reverter o afastamento das crianças do mundo natural e pensando em cidades mais amigáveis à elas. Vem para contribuir com o movimento de reconexão e incentivar as explorações e descobertas na natureza pelas crianças.

Meu desejo é que essa história alcance as crianças de todos os cantos do Brasil e que inspire a reaproximação da infância à natureza.

 

A TURMA DA FLORESTA PELO BRASIL

A Turma da Floresta tem viajado para diferentes lugares todos os dias. Já chegou na Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, várias cidades do interior de São Paulo e muitos bairros da capital.

QUER SER DA NOSSA TURMA?

O livro está à venda no site Educando Tudo Muda com promoção de frete gratuito* para qualquer localidade do Brasil.

Para comprar clique AQUI.

Educando Tudo MudaVocê também encontra o livro na Livraria Antroposófica – Rua da Fraternidade, 180  em Santo Amaro, na capital paulista.

No dia 28 de setembro – 14h, acontecerá o lançamento na Livraria PanaPaná, especializada em literatura infantil. Estarei lá contando a história dessa turma e brincando com as crianças –  Rua Leandro Dupret, 396 Vila Clementino.

E dia 1º de outubro – 14h, vou participar do programa “Era uma vez”, da Rádio Mega Brasil Online, apresentado por Celina Bodenmüller e Fabiana Prando, para falar sobre a Turma da Floresta.

Para ouvir e ver, basta acessar o canal:

Mega Brasil Comunicação

 

Não fazemos nada sozinhos, não é mesmo?Todo fazer humano é resultado do trabalho de muitas mãos.

Educando Tudo MudaNeste caso, tive a parceria do Daniel Salvetti, que fez as ilustrações. Daniel foi aluno  desde sempre em escolas de pedagogia Waldorf, fez graduação em Ciências Econômicas e Mestrado em Desenvolvimento Internacional e Emergências Humanitárias. É sua estréia como ilustrador.

“Sempre tive paixão por artes e um encantamento por livros infantis, principalmente aqueles que falam algo verdadeiro de forma lúdica, sincera e bonita”.

O projeto gráfico tem assinatura da Debora Barbieri do Coletivo BabaYaga. A Debora é Graduada em comunicação social,Pós-graduada em design gráfico e Mestranda em Literatura e Crítica Literária na área de Literatura Infantil.

 

 

Educando Tudo Muda já percorreu muita estrada nestes 3 anos de existência, e muita coisa nova está por vir. Neste momento estou preparando um curso online sobre o tema Criança e Natureza que será lançado até dezembro.  O curso visa formar facilitadores da conexão das crianças com a natureza.

Você trabalha com crianças, tem filhos, sobrinhos, netos? Sente a necessidade de promover a reaproximação da criança à natureza? Se sim, quero te convidar para participar de uma pesquisa para identificar as dificuldades e necessidades dos educadores, pais, e todas as pessoas que tenham uma ligação afetiva com a infância, no tocante a este tema. A pesquisa ajudará na criação do curso.

Participe, colabore no desenvolvimento do curso e ajude nossas crianças! Compartilhe e convide outros educadores, pais, avós, tios para participar também. Clique em PESQUISA, abaixo, para responder o questionário. Conto com seu apoio.

PESQUISA

 

Curtiu as novidades? Compartilhe entre os amigos. Você estará colaborando para que esta semente se espalhe e fortalecerá este trabalho em prol da  valorização da infância, e a conexão da criança com a natureza. 

Quer receber em primeira mão os novos artigos, guias e novidades aqui do Educando Tudo Muda, e ainda ganhar um ebook de presente?

Entre para minha lista de contatos!

Abraço carinhoso

Ana Lúcia Machado

*Frete gratuito apenas em território nacional. Para compras fora do Brasil, envie o endereço de entrega para ana@educandotudomuda.com.br e aguarde retorno com as instruções de compra.

A TURMA DA FLORESTA – UMA BRINCADEIRA PUXA OUTRA, literatura infanto juvenil

O livro ‘A Turma da Floresta uma brincadeira puxa outra’ conta a história de um grupo de crianças que se reúne num parque do bairro para brincar. No decorrer da tarde essa turminha inventa muitas brincadeiras com o que a própria natureza oferece.

A Turma da Floresta - uma brincadeira puxa outra

João é a primeira criança a chegar no parque numa tarde fria de outono. Enquanto espera a Turma da Floresta, caminha pelo parque até que tropeça num graveto. O menino apanha o graveto do chão e assim tem início uma tarde cheia de aventuras e brincadeiras.

A história foi inspirada nas crianças participantes dos encontros parentais do ‘Playoutside – Alegria de Brincar na Natureza’, que acontece periodicamente em parques públicos da cidade de São Paulo.

 

A TURMA DA FLORESTA – POR QUE ESCREVI ESTE LIVRO?

Desde 2016 faço coro com algumas vozes que clamam no deserto, como o programa Criança e Natureza, do  Alana, alertando a sociedade sobre a importância do começo da vida, desenvolvendo um trabalho de despertar a consciência sobre a complexidade dos tempos atuais e seus efeitos sobre a infância.

Essa era da complexidade tem afetado de maneira assustadora nossas crianças. O mundo que temos apresentado à elas é um mundo estranho, e em sua essência, artificial. A alma da criança anseia por um mundo verdadeiro. E neste quesito temos sido incompetentes, admitamos.

Acredito na potência do começo da vida. Aposto na mudança e invisto em projetos como o Playoutside – Alegria de Brincar na Natureza, que tem o intuito de criar uma comunidade de famílias que brincam com seus filhos em contato com o mundo natural, num movimento pró infância e natureza pela sustentação da vida.

É por isso que escrevi a história da A Turma da Floresta – para mostrar que transgredir a ordem mundial é preciso, que levar as crianças para a rua é fundamental, e reinserir a infância à paisagem natural é direito da criança e uma questão de sobrevivência da espécie humana.

O livro começa dizendo:

A TURMA DA FLORESTA – UMA BRINCADEIRA PUXA OUTRA.

“Num tempo em que quase nenhuma criança mais podia brincar na rua, havia uma turminha no bairro conhecida como a Turma da Floresta…”

Que tempo é esse? É o nosso tempo. É hoje. E se hoje não ousarmos agir diferente, se não ousarmos acreditar e inventar um outro jeito de ser e estar no mundo, sucumbiremos atrás dos muros da pseudo segurança, dos alarmes, das paredes e portões. Continuaremos a isolar nossos filhos, ilusoriamente,  em salas protegidas –  de estar, de TV, de aula, e principalmente nas salas dos consultórios psicológicos-, para tratar toda a espécie de transtornos e distúrbios.

Sendo assim, esse livro chega num momento em que estamos buscando soluções para reverter o afastamento das crianças do mundo natural e pensando em cidades mais amigáveis à elas. Vem para atender as ânsias da infância, alimentar a imaginação infantil e incentivar as explorações e descobertas na natureza.

A Turma da Floresta é uma história para todas as idades – para nutrir a alma humana e  despertar a consciência de pais e educadores sobre a necessidade da criança  passar algum tempo em contato com a natureza diariamente, em interação direta com a vida.

É uma história escrita para acordar os homens e adormecer as crianças (Carlos Drummond de Andrade em Canção amiga, Novos Poemas, 1948).Quem tem ouvidos para ouvir ouça esta canção, leia essa história.

A TURMA DA FLORESTA  JÁ ESTÁ À VENDA AQUI NO EDUCANDO TUDO MUDA 

Pois então, garanta já o seu exemplar AQUI.

Esta publicação tem ilustrações de Daniel Salvetti e  projeto gráfico assinado  por Debora Barbieri.

A TURMA DA FLORESTA – UMA BRINCADEIRA PUXA OUTRA.QUER SER DA NOSSA TURMA?

Acompanhe as brincadeiras da Turma da Floresta pelo parque e descubra o mundo fantástico da imaginação infantil. Sinta-se chamado a conectar-se com a natureza e fazer parte desta turma também.

Curtiu este conteúdo? Ele é resultado de um trabalho diário pela valorização da infância, e a conexão da criança com a natureza. Compartilhe este artigo. Você estará colaborando para que esta semente se espalhe e estará fortalecendo este trabalho. Conto com seu apoio.

Abraço carinhoso

Ana Lúcia Machado

 

*Para compras fora do Brasil, envie o endereço de entrega para ana@educandotudomuda.com.br e aguarde retorno com as instruções de compra.

8 MANEIRAS DE ENSINAR MEDITAÇÃO PARA CRIANÇAS

meditação para crianças

Meditação para crianças – Como podemos ensinar?

Já discutimos aqui que a infância pede calma. Entretanto nos dias de hoje as agendas das crianças estão lotadas de compromissos, prejudicando o que há de mais importante para os primeiros anos de vida – o tempo do brincar.

 

 meditação para crianças

Criança quer ser criança, mas isso não tem sido nada fácil na atualidade. As crianças enfrentam hoje vários tipos de estresses. Além do estresse causado pelo excesso de atividades, existe ainda o cansaço devido as cobranças por resultados na escola, questões como bullying, excesso do mundo tecnológico, o que vem acarretando dificuldades de atenção, concentração, e a desconexão da criança consigo mesma, uma vez que o excesso de estímulos gera distração.

 

BENEFÍCIOS DA MEDITAÇÃO PARA CRIANÇAS 

Como a meditação pode ajudar a criança?

Mas afinal o que é meditação? Meditar é colocar toda a atenção em um único ponto. Oras, não é isso que a criança faz ao brincar?

Quando brinca a criança concentra toda a sua atenção na brincadeira, se entrega de corpo e alma. Conectada com seu mundo interior, ela inventa enredos de brincares repetidos, se enchendo de vitalidade.

meditação para crianças

Acervo Território do Brincar

Ao brincar a criança se esvazia de suas inquietações e ansiedades. Brincando, resolve conflitos interiores, elabora e dilui suas angústias. E assim ela aquieta o coração, a respiração se acalma, e consequentemente, de um jeito natural, lúdico e  prazeroso, ela medita. Simples assim.

Então, como podemos ensinar meditação para crianças?

Mostraremos 8 maneiras de ensinar meditação para crianças, a número 5 é minha favorita:

 

  1. Deitar-se sobre o gramado e olhar a movimentação das nuvens no céu, que arrastadas pelas oscilações dos ventos, assumem formas variadas, criando diferentes desenhos – um pássaro que se transforma em navio, que instantes depois vira uma tromba de elefante. E nesta alternância de direções dos ventos, muitos desenhos vão se configurando no céu. Concentrada a criança busca identificar as mais diversas formas das nuvens.
  1. Observar e acompanhar uma fileira de formigas carregadeiras. O olhar cuidadoso segue o fio escuro no chão, na parede. O longo caminho traçado, numa fiel peregrinação das formigas, por vezes parece não ter fim. Instante bem desfrutado com vocação de eternidade.

 meditação para crianças

3.Com pés apoiados na terra, de olhos fixo no céu, segurando firme o carretel de linha nas mãos para que a pipa alcance lonjuras. O colorido da pipa enfeita o céu azul. Entre nuvens de algodão voa a pipa. Passam-se minutos, horas,  nesta brincadeira com o vento, e a criança contemplando a imensidão do espaço.

 

4.Jogar pedrinhas na água – poça d’água, lagoa, ou riacho. Ouvidos ligados no efeito sonoro da pedra ao tocar a superfície da água. O observar atento dos círculos concêntricos que vão aos poucos se formando. Fenômenos naturais que ressoam no íntimo do ser, fazendo perceber que a mesma natureza que está fora, pulsa dentro.

 

meditação para crianças

5.Com as mãos seguras nas cordas do balanço, na alternância do olhar para o alto e o olhar para o chão, a respiração acompanha o ritmo do balanço que vai e vem – o inspirar seguido do expirar, e o corpo aos poucos se desfaz da rigidez das tensões e relaxa, percebendo a sutileza da brisa que acaricia a pele.

6.Contemplar a paisagem natural pela janela de um veículo – carro, ônibus, trem, etc. Pela janela “passa boi, passa boiada, passa galho de ingazeira debruçada no riacho”*. Durante o percurso da viagem vê-se árvores, campos, águas. Pode-se admirar belas paisagens que descortinam verdadeiros espetáculos da natureza.

 

meditação para crianças

7.Contemplar o fogo, a dança das labaredas de uma fogueira, de uma vela. As chamas crescem alto e se espalham, as faíscas brilham e fascinam. No silêncio da alma, ouvindo o estalar dos gravetos e a própria respiração, a criança permanece um bom tempo desfrutando este cenário encantador.

8.De mãos unidas e posicionadas na altura do peito, em atitude de reverência ao sagrado que habita a criança, e de olhos fechados, a oração de gratidão vai preenchendo o espaço interior com brandura.

 

NATUREZA – IDEAL PARA ENSINAR MEDITAÇÃO PARA CRIANÇAS

Quando os olhos de uma criança se enchem de natureza, os batimentos cardíacos e a respiração se harmonizam, e a calma interior se instala. A natureza é o ambiente perfeito para uma infância sem pressa.

meditação para crianças

 

PROMOÇÃO DE LANÇAMENTO DO LIVRO ‘A TURMA DA FLORESTA-UMA BRINCADEIRA PUXA OUTRA

 

Pois bem, brincando as crianças meditam, conquistam equilíbrio, foco e concentração. Imaginou que fosse tão fácil assim ensinar meditação para crianças?

Experimente as 8 maneiras de ensinar meditação para crianças, e se tiver outras sugestões testadas e aprovadas de meditação infantil, compartilhe com a gente.

Juntos lutamos pela desaceleração da infância, pela desaceleração da sociedade. Não deixe de baixar gratuitamente o e-book Brincando com os quatro elementos da natureza.

Abraço carinhoso

Ana Lúcia Machado

*Trecho da canção ‘Trem de ferro’, de Tom Jobim.