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Dia Internacional da Síndrome de down – 21 de Março  

síndrome de down

Hoje é o Dia Internacional da Síndrome de down. Dia de comemoração das conquistas, avanços e de conscientização coletiva em defesa da causa dessas pessoas. Há 30 anos, pessoas com síndrome de down eram enclausuradas em casa ou instituições. Não frequentavam escolas, não eram vistas em locais públicos.

Muitas barreiras caíram por terra, mas para assegurarmos os direitos das pessoas com trissomia do cromossomo 21, é necessário continuarmos a luta para que todas as crianças com síndrome de down possam crescer e viver em ambientes que favoreçam suas potencialidades e que possibilitem seu desenvolvimento integral.

Em relação ao processo constitutivo do ser humano, sabemos que é primordial zelar pelo ambiente em que a criança vive, pelos estímulos oferecidos, pelas interações sociais e pelo convívio de qualidade com outros seres humanos.

Mesmo diante de alterações estruturais ou funcionais do sistema nervoso, é na interação social que o indivíduo desenvolve suas potencialidades. Ainda que as circunstâncias sejam desafiadoras, a deficiência está muito mais nas relações sociais estabelecidas do que na condição do indivíduo com síndrome de down em si.

Síndrome de DownHistórias como a de Fernanda Honorato, demostram que um ambiente propício e estimulante desde cedo resulta em confiança, autonomia e independência das pessoas com síndrome de down. Ela é repórter do “Programa Especial” na TV Brasil. Primeira repórter com síndrome de down do país. Foi reconhecida na categoria Trabalho Social durante a 22ª edição do Prêmio Claudia em 2017.

Fernanda fez sua primeira sessão de fisioterapia aos 23 dias de vida.  Conquistou sua independência e hoje também ministra palestras sobre inclusão por todo o país. Ela dá um conselho aos pais: “Sempre digo às mães de crianças com síndrome de down para não desistirem dos sonhos e acreditarem no potencial dos filhos”.

Conheça AQUI outras histórias de superação e sucesso.

Quero aproveitar para sugerir alguns livros que falam sobre o tema porque acredito que informação e conhecimento ajudam a enfrentar e lidar com as dificuldades do dia a dia. Em 2019 conclui uma Pós-graduação na APAE de São Paulo – ‘Deficiência Intelectual: aspectos neuropsiquiátricos, pedagógicos e inclusivos’, e essas publicações foram marcantes nosmeus estudos. Meu trabalho de conclusão, TCC, foi sobre a “Educação Inclusiva Universitária no Brasil’, e se você quiser ter acesso à ele, me envie uma mensagem – ana@educandotudomuda.com.br

 

LEITURAS SUGERIDAS


 

http://www.educandotudomuda.com.br/sindrome-de-downinclusao-social/Cadê a Síndrome de Down que Estava Aqui? O Gato Comeu…: o Programa da Lurdinha

Autores Elizabeth Tunes e Danezy Piantino

Lúcio, filho de Lurdinha, nasceu com síndrome de down. Esta anomalia genética, a trissomia do cromossomo 21, é comumente associada à deficiência mental. Neste livro, as autoras adotam uma visão diferente. Descrevem as ações de Lurdinha procurando mostrar que pessoas com síndrome de Down podem desenvolver-se de modo muito próximo ao da normalidade.
O livro emociona, propõe questionamentos, indica alternativas. Traduz indignação ante o preconceito e luta contra ele, ao mesmo tempo que traz a esperança de bani-lo pela demonstração de que a deficiência mental na síndrome de Down é socialmente construída.
Com determinação, amor e crença nas competências do filho, Lurdinha escreveu para Lúcio uma outra história, que sintetiza assim: “No princípio, era o verbo aceitar, o verbo amar, estimular, mediar, ensejar, confiar, lutar e por aí vai.. Acabei por constatar que me preparei para conjugar esses e outros verbos que, devidamente empregados, culminaram nos adjetivos normal, esperto, inteligente, capaz, feliz e por aí vai… a ação conduz à qualidade.”

 

síndrome de downAdultos com Síndrome de Down – a deficiência mental como produção social

Autor Maria Sylvia Cardoso Carneiro

Livro que trata a deficiência mental como condição que se estabelece mediante as relações sociais. Apoiada na abordagem histórico-cultural, sobretudo nas contribuições de Vygotsky, a autora mostra que, mesmo diante de alterações orgânicas – sejam elas estruturais ou funcionais do sistema nervoso – é na interação em sociedade que o indivíduo vai se desenvolver, ou não, como deficiente mental.
São apresentadas histórias de vida de alguns adultos com síndrome de Down que, em diferentes contextos, frequentaram o ensino comum e chegaram à universidade. O olhar atento a essas e a outras histórias de ruptura pode nos ajudar a entender como a constituição dos seres humanos, mesmo em circunstâncias de desvantagem, está sempre vinculada à relação com os demais.

 

 

síndrome de downPara além da educação Especial – avanços e desafios de uma educação inclusiva

Organizadora Sílvia Ester Orrú

A obra nos apresenta de forma crítica alguns dos avanços obtidos nos últimos anos no cenário da educação especial para a semeadura e o florescimento de uma educação não excludente, que se faz nos espaços em que as relações sociais são privilegiadas . Compartilha questões próprias do processo de ensinar e aprender no âmbito da educação básica, graduação e pós-graduação, não se ausentando da importância da gestão escolar e da escuta sensível para o processo de inclusão. O esforço de trazer reflexões sobre o processo de transformação que o princípio da inclusão tem trazido para as diferentes etapas da escolarização reúne nesta obra uma literatura recomendada para professores da educação básica e do ensino superior, além de estudantes de graduação e pós-graduação na área da Educação e áreas afins.

 

síndrome de downDeixo também a indicação do filme ‘Um lugar para todo mundo‘, que conta a história de Emílio, uma criança de 3 anos, com síndrome de Down e que está pronta para ir a  escola. Este documentário narra os desafios que sua família enfrenta para incluí-lo no complexo sistema educacional americano, em busca de uma escola capaz de admiti-lo. Assista.

 

Que possamos avançar rumo a um mundo melhor – um mundo onde todos os cidadãos sejam inseridos na sociedade de forma plena e digna.

 

Abraço afetuoso

Ana Lúcia Machado

 

SÍNDROME DE DOWN – HISTÓRIAS DE QUEM CONQUISTOU SEU LUGAR AO SOL

Síndrome de Down

 

21 de março, Dia Internacional da Síndrome de Down. Como se sabe, esta síndrome é caracterizada pela quantidade maior de material  cromossômico – três cromossomos 21  –  21/3  – daí a razão da data escolhida.

AVANÇOS E DESAFIOS DA SÍNDROME DE DOWN

Há 30 anos, crianças com Síndrome de Down, autistas, paralisia cerebral, etc,  eram enclausuradas em casa ou institucionalizadas. Em artigo já publicado aqui no Educando Tudo Muda, sabemos que as mudanças sociais ocorridas nas últimas décadas  promoveram maior qualidade de vida para essas crianças.

Leia também: SÍNDROME DE DOWN – O QUE MUDOU NAS ÚLTIMAS DÉCADAS

Elas não frequentavam escolas, pois não havia leis que garantissem a matrícula de crianças com deficiência.  A acessibilidade e mobilidade urbana era  precária, não existiam rampas que facilitassem a locomoção.

Os pais de filhos com Síndrome de Down foram os precursores na luta pela inclusão. Hoje elas estão nas ruas, nos parques públicos, nas escolas. As vemos crescer, estudar, namorar, cursar universidades, trabalhar e casar.

Hoje a Síndrome de Down não é mais vista como uma questão de saúde, mais sim como uma condição da existência, assim como um indivíduo tem olhos castanhos, é loiro, etc.

Equipes multiprofissionais de estimulação precoce trabalham essas crianças  desde o nascimento. As famílias por sua vez estão atentas na construção da autoconfiança e estímulo da socialização de seus filhos. Há um trabalho intenso visando autonomia e independência desse indivíduo em cada etapa do seu desenvolvimento.

Cada bebê que chega ao mundo é único e capaz de desenvolver seus talentos. Não devemos aceitar rótulos que coloquem o ser humano em caixinhas, e diagnósticos que abafem seu  potencial, aprisione sua essência.

Apesar dos avanços e conquistas sociais, temos uma longa caminhada. O sistema educacional  é um dos grandes desafios. Fala-se em educação inclusiva há 20 anos, entretanto ela ainda está engatinhando no Brasil. O que se vê até o momento é muito despreparo das instituições educacionais. Há muita dificuldade quanto ao reconhecimento e acolhimento da singularidade da criança. É preciso buscar amadurecimento em relação à convivência com as diferenças  e  a valorização do aprendizado por meio da diversidade.

Outra grande barreira é quanto ao mercado de trabalho, pelo desconhecimento por parte das empresas do valor que esses jovens profissionais que conseguem transpor todas as barreiras,  podem agregar.

 

HISTÓRIAS DE SUPERAÇÃO

Aqui temos o exemplo de pessoas que apoiadas por seus familiares superaram dificuldades e conquistaram seu lugar ao Sol. Conheça algumas trajetórias de sucesso:

 

Síndrome de Down

Débora Seabra de Moura, 34 anos, professora

Débora é professora assistente numa escola tradicional de Natal (RN), e atua na educação há 12 anos. Sempre estudou em escolas da rede regular de ensino e enfrentou muitas batalhas. Hoje palestra pelo Brasil e outros países falando sobre o preconceito em sala de aula.

É autora do livro “Débora Conta Histórias” (Alfaguara Brasil), de fábulas infantis que tratam de forma sutil a tolerância, o respeito e a amizade.

Em 2015, ganhou o Prêmio Darcy Ribeiro de Educação, em Brasília. Foi considerada exemplo no desenvolvimento de ações educativas no Brasil.

 

Síndrome de Down

Fernanda Honorato, 36 anos, jornalista

Fernanda é repórter do “Programa Especial” na TV Brasil. Primeira repórter com Síndrome de Down do país. Foi reconhecida na categoria Trabalho Social durante a 22ª edição do Prêmio Claudia em 2017.

Fernanda fez sua primeira sessão de fisioterapia aos 23 dias de vida.  Conquistou sua independência e hoje também ministra palestras sobre inclusão por todo o país. Ela dá um conselho aos pais: “Sempre digo às mães de crianças com Síndrome de Down para não desistirem dos sonhos e acreditarem no potencial dos filhos”.

 

 

 

Síndrome de DownBreno Viola, 37 anos, judoca

Breno é a primeira pessoa com Síndrome de Down faixa preta de 3º Dan. Participou de dois Mundiais em sua categoria, feito que fizeram dele uma referência internacional quando o assunto é inserção de pessoas com Síndrome de Down. Foi campeão em Clacton, Inglaterra. Ele conta que desde pequeno acompanhava o treinamento de seu pai e seu irmão e isso o motivou a querer fazer parte da seleção.

O atleta foi convidado para participar do Instituto de Projetos e Ações Sociais Dr. João Pallotino, do Rio, como inspiração e exemplo para aqueles que precisam de uma força na luta do dia a dia. A entidade é responsável por ações que buscam o desenvolvimento social de crianças, jovens e adultos.

Em todas as declarações de Breno, ele ressalta a importância do apoio de sua família para a superação de todos os obstáculos e a conquista de tantas medalhas.

Temos muito a comemorar e muito a fazer ainda em prol da inclusão social, pois cada ser humano tem o direito á condições que favoreçam o desenvolvimento de suas potencialidades.

Um mundo sustentável é aquele em que todos os cidadãos encontram-se inseridos na sociedade de forma digna.

Afinal, o Sol brilha para todos!

Abraço carinhoso

Ana Lúcia Machado