Importância das palavras – este pequeno tratado é uma reflexão importante para este momento de convívio familiar intenso. A comunicação não violenta deve ser uma prática constante para a saúde dos relacionamentos.
PEQUENO TRATADO SOBRE A IMPORTÂNCIA DAS PALAVRAS
Palavra criadora
Acredite no extraordinário poder das palavras
Palavras fluem, jorram do interior
Quando bem ditas
São bálsamo para a alma
Trazem vigor, renovação, esperança
Palavras penetram, transformam, curam
Como sementes se espalham pelo chão e florescem
Como espada afiada, ferem
São como vômito azedo a golfar da boca dos homens
Gerando destruição
Palavras são poderosas
Produzem vida, mas também morte
Podem edificar, criar pontes de amor
Ou erguer muros de Berlim
Palavras abraçam, acolhem, aquecem
Distanciam, repelem, congelam
Dá- nos palavras profundas
Para que a alma saboreie suas pausas
E alcance grandezas!
21 FRASES QUE NÃO DEVEMOS DIZER PARA AS CRIANÇAS
- Não chora que passa.
- Não chora, não doeu nada.
- Anda logo.
- Não é nada.
- Deixa de inventar moda menino!
- Prá que tanta pergunta menina?
- Se você fizer isto…
- Se você não obedecer…
- Assim você vai cair…você vai escorregar, tropeçar…eu te disse!
- Não é assim que se faz.
- Eu já falei, eu já expliquei, você não aprende.
- Eu não disse? Bem feito!
- Está chorando por isto?
- Você não vai conseguir fazer sozinho.
- Pára quieta um pouco menina!
- Olha o que você aprontou!
- Sem choro, não quero ouvir mais nem um piu!
- Deixa de ser curioso menino!
- Isso não é da sua conta menina!
- Porque sim.
- Porque não.
Fique atento ao poder das palavras. Essas são frases que negam os sentimentos da criança, que não respeitam o que ela é – um ser curioso, que aprende pela experiência, que se desenvolve pelo movimento, que vive a imaginar, a criar mundos fantásticos e que está conhecendo o mundo.
Ameaças e chantagens não são saudáveis. Podem parecer meios de controlar a criança, mas são, na verdade, maneiras de domar o comportamento infantil, e domar não é educar.
Educar requer afeto, escuta atenta e paciência. Educar exige empatia. Se a criança estiver chorando, pergunte o motivo do choro e ajude-a a manter a calma, ensinando assim a lidar com suas emoções.
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O que devemos desenvolver para exercer a parentalidade consciente?
Converse com a criança. Não diga apenas não, ou porque sim. Os porquês são importantes para a construção de uma relação afetuosa entre pais e filhos.
Lembre-se, seu filho imitará seu jeito de viver. A criança imita o que vê ao seu redor. Ela capta o que percebe do espaço físico, as ações das pessoas com quem convive e até mesmo seus sentimentos. Tudo o que fazemos, sentimos e falamos é assimilado pela criança e copiado por ela. Se gritamos, se falamos palavrões, se perdemos a paciência, ficará difícil exigir que a criança faça diferente.
Por isso é tão importante refletirmos sobre nossos atos, sentimentos, e a importância das palavras no dia a dia. Nossas atitudes são aprendidas pelos filhos e são como espelho. O princípio da educação da criança deve ser o autoconhecimento e a autoeducação do adulto.
Este período de quarentena devido a COVID-19, expôs toda a fragilidade das relações humanas e a vulnerabilidade da infância no seio familiar. Em casa, juntos, 24 horas convivendo, os nervos parecem estar a flor da pele e a agressividade exacerbada.
As crianças, isoladas em ambientes hostis, estão ameaçadas no espaço que deveria ser acolhimento e proteção. O que podemos fazer? É hora de escutar a criança.
Janusz Korczak, pediatra e educador (1878-1942), profundo conhecedor da alma da criança, advertia aos que se declaravam cansados do convívio com crianças dizendo:
– Vocês dizem ainda: “Cansa-nos porque precisamos descer ao seu nível de compreensão”. Descer. Rebaixar-se, inclinar-se, ficar curvado. Estão equivocados. Não é isso o que nos cansa, e sim o fato de termos de elevar-nos até alcançar o nível de sentimentos das crianças. Elevar-nos, subir, ficar nas pontas dos pés, estender a mão. Para não machucá-las”.
Vamos refletir sobre o significado e a importância das palavras, sobre a entonação e o volume da nossa voz, e como tudo isso chega as crianças? Que tal experimentar criar um ambiente de mais leveza e harmonia em que a criança possa ser escutada, respeitada e aceita?
Abraço carinhoso
Ana Lúcia Machado
Josilene santos de oliveira
Muito importate e esclaresedor
Ana Lucia
Que bom que ressoou em você. Que possamos praticar a comunicação não violenta entre nós. abraço